terça-feira, dezembro 18, 2012

Governo quer passar escolas para as mãos das autarquias - Renascença

Governo quer passar escolas para as mãos das autarquias - Renascença:

Este novo caminho que o governo está a traçar parece-me no bom sentido e só peca num aspecto: a descentralização da gestão das escolas não pode ser feita à escala Municipal mas sim ao nível Distrital ou de NUT III, tal como se fez a nova Lusitânia. Não há massa critica (técnica, humana e financeira) na maior parte dos municípios para que seja de outra forma.
Mas o que eu quero realçar nesta noticia é a desilusão que cada vez mais acompanha o Ministro Crato.
Este senhor professor, que tanto explicou na tv, nos livros e nos jornais a sua visão para o sector da educação não tem a mínima noção do que quer fazer, como fazer e onde mexer. Tem sido uma sucessão alucinante de ideias, propostas e iniciativas casuísticas que se consomem a si mesmas sem que nada apareça no terreno.
Num dia visita a Áustria e descobre que temos de seguir o modelo dual. Noutro dia acorda a pensar Autarquias e decide experiências piloto em Cascais. Em qualquer dos casos, as ideias surgem soltas, em rumores de noticias de jornal, a que se segue muito barulho de fundo, até as mesmas se atenuarem com o passar dos dias. Até aparecer a nova vaga que o Ministro lançará a seguir.
Continuamos sem saber se vai avançar a avaliação dos professores ou se já está encerrado o assunto. Continuamos sem saber se vão fechar cursos e quais. Em contrapartida da falta de resolução dos problemas herdados, temos uma tempestade de ideias e reformas.
Eu esperava muito dele. A quem o seguiu nos tempos do anterior governo parecia uma pessoa com ideias esclarecidas, com um plano bem pensado e capaz de injectar eficiência na velha locomotiva em que se transformou o Ministério da Educação.
Infelizmente não há a mínima noção do conjunto de espaços que constituem um sistema de ensino e bem ou mal  também não há consequências da sua passagem pela cadeira do poder.
O ministro arrisca-se a perder toda a credibilidade como expert em Educação e passar a ser conhecido como o Ministro malabarista do governo de Passos Coelho.

quinta-feira, dezembro 13, 2012

tudo a produzir, e em força

Ontem tive a oportunidade de assistir atentamente à entrevista do ministro ASP (Álvaro Santos Pereira) ao jornalista Gomes Ferreira e aproveitei para fazer o meu comentário no valor unitário de 2 cêntimos (como é usual).

Pois bem, é sabido por quem assistir a canais televisivos com foco na economia, e quem ler jornais com boa cobertura europeia, que a Europa e os EUA descobriram o erro que constituiu o desmantelamento do seu tecido  industrial. Não há nenhum ministro europeu ou americano que seja entrevistado e que não desbobine exactamente o mesmo discurso. "Temos de produzir mais, vender mais e comprar menos, aumentar o emprego". Até aqui tudo bem. Só que temos um problema, é que todos acordaram ou foram acordados para este problema ao mesmo tempo e como tal todos eles sem excepção estão a apostar tudo na reindustrialização dos respectivos países.
Este facto leva-nos a abordar o assunto em duas fatias: A Nacional e a Europeia.
Entre nós o quadro já é conhecido. A Europa é o nosso mercado preferencial, assumindo a Espanha e a Alemanha os dois principais clientes.
O ministro ASP, de quem guardo aliás boa imagem, quando abordado mais profundamente a pronunciar-se sobre a sustentabilidade das medidas, apenas falou na criação de um rótulo a aplicar nos produtos que no seu fabrico possuam uma superior incorporação nacional. Espera-se depois que seja o patriotismo dos consumidores a privilegiar esses produtos rotulados em detrimento de outros, com preço semelhante mas que se baseiem mais em exportações. É a lógica da substituição de importações por produção nacional. Nada disto é novo e muitos países praticam esta manobra, alguns com bons e outros com menos bons resultados. Certo é que nunca salvou nenhum país em crise e portanto sozinha não me parece que venha a dar suporte ao espectável aumento da oferta de produtos nacionais. Primeiro porque num mundo bem ou mal, globalizado, com o desequilíbrio que existe nos custos de produção entre Portugal e os países emergentes, não será fácil ter preços semelhantes entre os dois tipos de produtos. Segundo porque o mercado interno é extremamente pequeno. Terceiro porque estando a praticar um regime de empobrecimento da sociedade o consumo interno irá certamente manter-se retraído durante os próximos anos, diminuindo ainda mais esse mercado. 
É precisamente o tamanho do nosso mercado, que dita que esta medida dos rótulos tem de ser complementada e muito com o aumento das vendas ao exterior. Só que é aqui que a chamada "porca torçe o rabo", porque os nossos principais parceiros europeus e americanos estão a "cozinhar o bolo" com a mesma receita e portanto todos eles estão a rotular os seus próprios produtos e a pedir às pessoas para comprarem o que é deles. Sendo esta a situação, a solução passará por procurar novos mercados. Se não o fizermos com antecedência, podemos estar a incentivar a produção em excesso, face ao escoamento e a consequente criação de excedentes levará à falência provável das novas apostas salvadoras do país. Mas onde se encontram novos mercados? Em Angola, até quando? No Oriente, a que preço? 
Pensava que o ministro ASP, nos iria trazer algum esclarecimento mais sobre esta dúvida, mas de novo veio apenas o rótulo. 
A meu ver a única via será dirigir esta industrialização para os sectores que se distinguem do resto da oferta global. São nichos de qualidade, representando produtos que só nós (por enquanto) sabemos fazer melhor que os outros. Há um detalhe nesses produtos - raramente vêm do tecido industrial tradicional, mas antes do sector das industrias agro-alimentares. E também aqui temos um constrangimento, são nichos. E como nichos, o volume de negócios tem pequena dimensão. 
É aqui que está o desafio. Transformar nichos de qualidade em produtos massificados sem perder um grama da qualidade que os distingue dos outros.
Portanto se o ministro ASP, começar a falar em Reagroalimentação (acabei de inventar uma nova palavra) de Portugal, selecionando criteriosamente onde se aplicaram os fundos do QREN, e abandonando a triste estratégia de semear dinheiro por todas as capelinhas, teremos, na minha perspectiva pernas para andar.
Relativamente à Europa, vista como um bloco exportador, o problema ainda é mais grave porque a menos que regressem as taxas alfandegárias aos produtos que vêm do exterior, gerando uma verdadeira guerra comercial com os países que herdaram a industria europeia, não vejo como se poderá executar esta política de reindustrialização. Voltarei ao tema Europeu mais tarde porque o texto já excedeu todos os limites da paciência dos escassos leitores, mas deixo já o tema base: porque não internalizar nos preços dos produtos ultrabaratos dos emergentes os custos ambientais e sociais que lhes faltam?

terça-feira, dezembro 11, 2012

Trás-os-Montes

Segundo os dados do INE recolhidos em 2011, residem em Trás-os-Montes e Alto Douro 203000. No concelho de Bragança vivem 35000. Em Vila Real o mais povoado, vivem 51000, em Chaves 41000, em Mirandela 23000, em Celorico de Basto vivem 20000, em Cabeceiras de Basto são 16000 e em Alijó são quase 12 mil. Todos os outros concelhos têm menos de 10000 pessoas a viver lá. Isto são dados do Census de 2011. Desde então o mais natural é estes números terem decrescido como tem acontecido desde 2001.
Estes números referem-se à população residente em todo o concelho e não na cidade ou vila que é sede do mesmo, portanto dentro do próprio concelho a população está ainda mais dispersa.
Este é apenas um exemplo/retrato do país Interior.
10000 pessoas é mais ou menos a lotação do estádio do Leixões, ou o estádio do Olhanenense ou o estádio do Estrela da Amadora. O Pavilhão Atlântico em Lisboa comporta 20000 pessoas.
Poderá algum Estado assegurar todas as suas funções a todos os seus cidadãos, nestas condições? Não.
Não seria mais justo para essas populações que o Estado lhes propusesse claramente um novo contrato social, no qual ele garantiria todas as suas funções (Hospitais completos, Tribunais das várias instâncias, Escolas dos vários ciclos de ensino, Proteção Civil e Segurança Pública devidamente apetrechadas) em aglomerados populacionais racionalmente construídos e distribuídos pelo território nacional?  Em vez de andar a vender serviços que não consegue fornecer em condições mínimas de qualidade e eficácia.



quinta-feira, dezembro 06, 2012

quinta-feira, novembro 29, 2012

Estado compra Hospital a Misericórdia de S. João da Madeira - Renascença

Estado compra Hospital a Misericórdia de S. João da Madeira - Renascença:

No meio de toda esta onda de "combate" ao chamado Estado Social, onde se encaixa esta fantástica noticia em que o Estado compra uma Hospital a uma entidade privada?
Que poderes, certamente extra-terrestres, terá o presidente da Junta de Freguesia de São João da Madeira, para conseguir tal benesse do Ministério da Saúde?
Recordo que São João da Madeira, que no futura Lusitânia passou a ser uma das cidades administradas pelo Governo Distrital de Aveiro, é actualmente uma cidade/concelho com apenas 8,1 Km2, que surpreendentemente foi transformado concelho em 1926.

segunda-feira, novembro 26, 2012

Pensões de reforma na Alemanha vão subir até 11% em quatro anos | Económico

Pensões de reforma na Alemanha vão subir até 11% em quatro anos | Económico:


Sendo verdadeira esta noticia, podemos concluir que afinal, a democracia de cariz populista e eleitoral também está bem instalada na austera e responsável Germânia.
Benvinda ao Sul, Dona Merkel.

quarta-feira, novembro 21, 2012

Autocaravanas vão pagar 30% da tabela do Imposto Sobre Veículos - Renascença

Autocaravanas vão pagar 30% da tabela do Imposto Sobre Veículos - Renascença:


Qual terá sido o racional para mais esta benesse que o Estado criou e que agora, batizada como direito adquirido, vai ser difícil cortar?
As autocaravanas possuem um regime especial no Imposto sobre Veículos, através do qual pagam actualmente apenas 15% do montante a que seriam sujeitos os veículos que serviram de base à sua transformação. Não é certamente por serem mais amigas do ambiente, dado que consomem bastante gasóleo, também não é por serem ferramentas de trabalho.
Certamente que esta vantagem foi atribuída a pedido de algum grupo de interesse, que na altura conseguiu sacar ao governante com a tutela, mais este bónus.
É mais um exemplo entre tantos, de coisas que o Estado faz em tempos de vacas gordas e que depois quando aperta o cinto, ninguém deixa cortar.
Também recentemente descobri que o Estado paga 2000 euros por cada funeral, sob a forma de subsidio. As agências funerárias usam este valor para criar a base dos seus produtos, ou seja 2000 euros é o funeral mais barato. Fica assim logo à partida assegurado um lucro imutável, protegido de qualquer concorrência e em relação aos quais se tornou corrente designar como RENDAS.
Tal como no sector das autocaravanas, o Estado entretém-se em tempos gordos a criar mercados e rendas a quem tiver influência para o espremer.
Se alguém sério se dedicasse a estudar toda a estrutura de subvenções, subsídios e isenções fiscais que estão em vigor, certamente que iriam encontrar bastante desperdício, que além disso tem um contributo decisivo para distorcer os mercados e prejudicar a economia do país.

segunda-feira, novembro 19, 2012

terça-feira, novembro 13, 2012

A Crise

Os acontecimentos mais marcantes da história colectiva da humanidade têm a particularidade de serem contados várias vezes, consoante o tempo nos afasta deles. Esta crise económica que desabou sobre a Europa vai fazer parte dessa lista e estou convencido que quando a investigação histórica se dedicar a fundo ao seu estudo iremos perceber que o Mundo Ocidental, faliu em Outubro de 2007.

Ao contrário do que parece agora, os registos irão mostrar que o risco sistémico que levou os Estados a salvar os bancos, não foi evitado, e a dimensão do colapso do sistema foi muito maior do que hoje sabemos.
Todo o sistema financeiro colapsou, ou seja, todos os maiores bancos dos EUA e não apenas o Lehman Brothers, faliram de facto e só a intervenção da Reserva Federal, cobrindo as perdas com notas acabadas de imprimir, evitou a bancarrota generalizada e a paragem imediata da economia do país. Passados 5 anos dos acontecimentos, os EUA continuam a imprimir dinheiro, o que permitirá no futuro contabilizar com algum rigor a dimensão gigantesca do prejuízo que a banca libertina criou. 
No Reino Unido aconteceu sensivelmente o mesmo, mas agravado pelos activos envenenados que a banca americana injectou no mercado em doses massivas. A solução adoptada foi a mesma, imprimir libras e negociar com os chineses e árabes a compra de dívida soberana.
Na Europa, a diferença que agora penaliza os países mais débeis, foi que Bruxelas e Berlim optaram por imprimir a mínima quantidade de dinheiro possível, recorrendo sempre que possível a activos próprios (quer dos Estados quer dos bancos) para cobrir os prejuízos.
A UE decidiu que o sistema financeiro que irresponsavelmente criou este tsunami, teria que participar activamente na recuperação e assim surgiu o braço de ferro, entre as duas forças. Uma das medidas originais da UE contra os bancos (ao contrário da opinião corrente), foi cobrar um juro pelo dinheiro que o BCE empresta aos bancos, que contrasta com a falta de qualquer pagamento por esse dinheiro, praticada pelos anglosaxónicos.
De entre os vários contra-ataques que os bancos lançaram, para tentar alterar a orientação da UE, surgiu o aperto às operações de emissão de dívida dos países mais frágeis. Nessa altura as notações de risco eram alteradas em alta, numa frequência semanal, pelas várias agências, as taxas cobradas nas emissões atingiram valores irracionais até levarem 3 países ao tapete, obrigando-os a pedir ajuda internacional. 
No meio disto tudo falou-se em reformar as regras de funcionamento do sistema financeiro, só que o poder que Wall Street e a City mantêm sobre os respectivos Estados, e que os obrigou imediatamente a lançar a boia de salvação, vai também fazer com que tudo fique exactamente como era antes de 2007.

O que irá acontecer daqui para a frente?
A menos que a China e os países Árabes, modifiquem o seu comportamento e façam aos EUA e ao RU o que os bancos fizeram à UE, a tempestade deverá passar quando as perdas forem completamente repostas com a massa monetária excedentária que foi criada. Nessa altura, poderão os 2 Estados começar a impôr medidas que retirem dinheiro de circulação, protegendo em última análise os detentores da dívida soberana. Creio que deve ser este o futuro para os  EUA e RU.
E para a Europa?
Aqui, o cenário não é tão claro. 
A pressão sobre a Espanha e a Itália, poderá diminuir, se entretanto o braço de ferro perder força. Se as perdas bancárias começarem a ser geríveis pelas administrações e pelos accionistas. É provável que isso venha a acontecer dado que em 5 anos já muito do que ruiu terá sido reconstruído. Nessa altura começarão a surgir notações mais simpáticas, levando as taxas para níveis próximos dos iniciais. Salvam-se do Bailout os países que pelo seu peso arrastariam a União monetária e a própria UE para a desintegração. Este cenário benigno também tem ligações profundas com a atitude da China e dos países Árabes, porque um ataque destes à dívida dos EUA e RU, arrastaria tudo outra vez para o olho do furacão e eventualmente ditaria o fim do Ocidente como potencia económica. Dadas as dependências comerciais que existem entre os 4 blocos, dificilmente este confronto verá a luz do dia, pelo menos no horizonte de um par de décadas.
Relativamente aos países resgatados, assim que a Espanha e a Itália, vejam outlook positivo nos seus ratings, fica aberta a porta para aqueles reentrarem no mercado da dívida e aí, a bola passa a estar de novo do lado dos políticos nacionais. Antes porém vai ter de acontecer uma coisa: os 3 países vão ter de refinanciar a dívida emitida antes do bailout, através de um novo resgate cedido pela troika com juros ainda mais baixos (1 a 2 %) e por um período mais longo. A folga que este novo empréstimo provocará no serviço da dívida, deverá ser utilizado pelos países para promover crescimento do PIB. Nessa altura os 3 países irão debater-se sobre o eterno dilema: Voltaremos ao mundo da fantasia ou seremos pela primeira vez governados por gente competente e responsável que saberá tornar mais seguro e sustentável o futuro destes países? 
O problema principal nestes países é o tempo que ainda demorará a "tapar o buraco de Wall Street". Demasiado tempo pode ser mau ou pode ser bom. Depende quase da fé. Há quem pense que só destruindo tudo se abre lugar à verdadeira regeneração das sociedades. E aqui destruir tudo significa, o tipo de organização administrativa e social que o Estado fornece aos seus cidadãos. Por outro lado, a grande maioria pensa que não se deve destruir nada e por isso quanto mais rápido encher o buraco mais depressa voltaremos ao estado pré-crise.
Conhecendo minimamente a sociedade portuguesa, e sabendo pela experiência de viver aqui, que não existe vontade social de mudar nada neste país, dificilmente consigo ver vantagens na hipótese da crise estar perto de terminar. É triste admitir isto mas, não deve haver ninguém que acredite num cenário em que mesmo com financiamento fácil nos mercados, Portugal consiga, pela primeira vez na sua história, planificar o seu crescimento de forma sustentável. 
É muito mais fácil acreditar que retomaremos os velhos ciclos de populismo eleitoral, envolvendo a construção de TGV, de aeroportos, de mais estradas, túneis e rotundas e de obras de outras coisas públicas faraónicas, com que nos temos vindo a arruinar. Ainda ontem ficamos a saber que no Gabão cederam um mina de ferro aos chineses, por troca da construção de um estádio de futebol... 

sexta-feira, novembro 09, 2012

Areia para os olhos?

Ex-ministro alerta para os efeitos da austeridade na paz social - Renascença:


Nunca como no último mês se ouviu tanta "gente" importante alertar para a chamada paz social, ou coesão nacional. As definições mudam, mas o sentido é o mesmo: "vejam lá - governantes, que o povo ás tantas revolta-se e temos todos de fugir para o Brasil como da outra vez".
É sem dúvida muito interessante que, tenha sido este orçamento a suscitar este alerta.
Já li um analista (infelizmente não me lembro do nome) caracterizá-lo como o orçamento mais à esquerda desde o 25 de Abril de 1976. Dizia ele que era de tal modo, que fazia inveja ao Bloco de Esquerda e ao PCP.
As razões que ele apontava para isto, prendiam-se com o facto de este ser o primeiro orçamento que agravava de facto as classes média alta e alta.
Desde que li esse artigo, fiquei mais atento ao tipo, forma e origem dos comentários que iam surgindo na comunicação social, que como se percebe é dominada precisamente por essas classes sociais, e o que é certo é que esses comentários foram sendo mais violentos, muito mais pessimistas e usando muito os termos acima referidos. As origens tendem a ficar mais crispadas ao falar e muitas personalidades que até aí permaneciam caladas, resolveram saltar para o púlpito.
Posso de certa forma concluir que as ações vieram confirmar o teor do artigo.

Mudança de modelo económico

Nos últimos anos e no mundo da economia, não há debate, entrevista ou discurso público que não fale na necessidade urgente de uma "mudança do modelo económico".
Chegam às vezes a ser apelos desesperados ao surgimento de um modelo alternativo para o desenvolvimento do planeta ou do mundo ocidental, ou da europa, ou de portugal. Essa mudança constitui, à luz da veemência das intervenções, um verdadeiro Santo Graal da Economia. Infelizmente 99,9% das vezes nenhum dos presentes faz a mais pequena ideia de como se deve processar essa mudança nem o que dela deve constar. O único pensamento estruturado sobre este assunto é o de um movimento chamado Zeitgeist, que aproveito para publicitar um pouco e que pode ser explicado vendo os vários documentários disponíveis por exemplo no Youtube.
Mas voltando um pouco atrás, pergunto: quais são as hipóteses do mundo ocidental mudar de modelo económico, de forma pacífica ou seja sem que seja necessário algo parecido com uma revolução?
Vejamos alguns exemplos de mudanças de modelo económico, caracterizadas pelo sentido em que as mesmas se realizaram, ou seja se ocorreram no sentido de favorecer a maioria retirando privilégios à minoria, ou se foram realizadas no sentido de concentrar a riqueza nas elites dominantes. Este exercício não pretende ter em conta o que aconteceu após o momento da tal mudança, porque sabemos todos que a natureza humana ainda não evoluiu o necessário para que mesmo as mudanças no sentido favorável à maioria, não sejam aproveitadas, mais tarde ou mais cedo, para criar novas minorias de privilégio.

Até à revolução Francesa de 1789, existiram essencialmente mudanças de liderança, que ocorriam um pouco em substituição de uma ferramenta que ainda não tinha sido inventada, - as eleições democráticas. Dessa forma, através de golpes de estado, ou de lutas dinásticas, os regimes ocidentais iam-se sucedendo uns aos outros, mas sem nenhumas alterações económicas de relevo.
Em França aconteceu a primeira revolução que pretendia acabar com a desigualdade nas transferências de riqueza entre as classes sociais. Curiosamente a faísca que despoletou o movimento aconteceu quando o rei Luís XIV, decidiu cobrar impostos ao clero e à nobreza, ou seja atacou a minoria priveligiada, que depois manobrou facilmente a opinião pública e libertou a revolução. Foi um acontecimento violento, seguido de um período de extrema volatilidade, que só terminaria com a chegada ao poder de um novo Imperador, - Napoleão Bonaparte.
A próxima mudança de modelo económico aconteceu na Rússia, onde mais uma vez em nome do povo russo, os czares foram destituídos, os privilégios retirados e onde se tentou criar um forma mais justa de repartição da riqueza do país. Todos sabemos que se nos primeiros anos o projeto parecia estar em fase de implementação, logo surgiu quem se apoderasse do comando da máquina bolchevique e se transformasse num novo czar vestido de vermelho. A revolução de Outubro, foi, tal como a francesa, extremamente violenta.

A seguinte mudança de modelo económico não teve o dramatismo das revoluções anteriores, foi antes uma manobra silenciosa e ocorreu ao longo de várias décadas. Aconteceu na América. A Grande Depressão, e as reformas instituídas por Roosevelt ao sistema financeiro dos EUA, para além de salvarem o país da ruína, tiveram também a má fortuna de gerar as semente de um movimento revolucionário, que lentamente foi subindo as escadarias do capitólio com o objectivo de destruir todo o tipo de controlo que o Estado deve ter sobre a riqueza que o país produz. O processo de transformação propriamente dito, teve o seu inicio quando o presidente Reagan foi eleito e teve sequência em todos os que lhe sucederam. Ao contrário das revoluções anteriores esta mudança foi realizada de forma pacífica, organizada e muito lentamente, tendo por isso passado praticamente despercebida até ao momento em que os mecanismos, que o Estado permitiu à minoria privilegiada inventar para se apoderar da riqueza do país, se romperam e tudo se desmoronou como um castelo de cartas.
Este modelo económico Americano, criou um outro braço armado, chamado de Globalização. Com ele, a minoria privilegiada que apesar do colapso da sua doutrina, se mantém a liderar os destinos dos EUA, pretende alargar a sua área de domínio económico a todo o planeta, ou pelo menos a todos os países que não possuam capacidade militar para se lhe opor.
A desregulamentação dos sistemas financeiros nacionais, faz parte dos programas de ajustamento que o FMI, sediado e financiado pelos EUA, impõs aos imensos países por onde já passou. Se lerem o fascinante livro de Joseph Stiglitz (americano, e prémio Nobel de economia) " A Globalização" verão que os países intervencionados pelo FMI, e que decidiram ceder o controlo dos fluxos financeiros, aplicando a receita da liberalização, perderam sempre décadas até recuperarem os níveis anteriores à intervenção e muitos deles ainda nem viram, até hoje a luz ao fundo do túnel.

Os casos da França e da Rússia, mostram que efectivamente a mudança de modelo económico, tem servido ao longo dos anos apenas como uma espécie de cenoura com que as minorias privilegiadas, conduzem a maioria silenciosa. As grandes mudanças que esses 2 movimentos trouxeram ao mundo não envolveram a economia dos países, porque de uma certa forma tudo ficou na mesma, passados os tempos de volatilidade.
Ambas trouxeram mudanças significativas noutras áreas, na escolaridade, na saúde, na organização administrativa, mas o principal chamariz que os despoletou, nunca foi cumprido.

Portanto quando a nossa minoria privilegiada fala na urgência de uma mudança de modelo económico, estão a pensar exactamente em quê?
Querem o derrube do modelo americano e trilhar um rumo novo e desconhecido, ou pretendem apenas acenar com a cenoura que a França e a Rússia usaram? Precisamos de saber isso porque a maioria silenciosa já está cansada de comer cenouras...

terça-feira, novembro 06, 2012

BPN ameaça défice de 2012- Finanças Públicas - Jornal de negócios online

BPN ameaça défice de 2012- Finanças Públicas - Jornal de negócios online:

Continua a ser cavada sepultura deste autentico assalto aos contribuintes.
Quando é que o povo português vai conhecer a lista dos titulares dos créditos incobráveis destes veículos TITANIC?
Quando é que o povo português vai poder tomar posse legitima dos activos que esses titulares "compraram" com o nosso dinheiro?


quarta-feira, outubro 31, 2012

tdt

Para quem quiser ler a conclusão da tese de doutoramento sobre a aldrabice da TDT:

Ricciardi diz que não é ilícito nenhum falar com o primeiro-ministro- Empresas - Jornal de negócios online

Ricciardi diz que não é ilícito nenhum falar com o primeiro-ministro- Empresas - Jornal de negócios online:

Este Sr. Ricciardi, e o grupo a que pertence (BESI e associados) pertence a uma categoria de personalidades públicas que me inspiram muito cuidado e desconfiança. Essa lista de pessoas inclui nomes como os do Sr Bartolomeu, da União de Leiria, o Sr. Jardim Gonçalves, o Sr. Catroga, o Sr. Dias Loureiro, o Sr. Mexia, o Sr Narciso Miranda, o Sr. Jorge Coelho e outros, dos quais não se espera que venham a ser apanhados pela rede esburacada da justiça portuguesa, mas que pelo seu trajecto e pelos acontecimentos em que ciclicamente são envolvidos os seus nomes, transmitem-me esses sinais, diria, premonitórios.
Como uma Sra. Maya, consigo ler no Zodíaco astral de todos eles, uma constelação de comportamentos sombrios, na fronteira entre o eticamente deplorável e o ilícito criminal.
É neste cenário que vejo as declarações do Sr. Ricciardi ontem na TV. O argumento é o mesmo que já foi usado pelo Sr. Valentim Loureiro ou pelo Sr. Vale Azevedo. Não é crime falar com o PM, ou fazer-lhe perguntas, ou até mesmo criticas. Mais à frente diz ainda "eu nem conheço essa gente do Monte Branco, nunca os vi", argumento também usado por exemplo pelo Sr. Pinto da Costa. Nada disso é crime e nada é ilícito.
O que não é lícito é que se utilizem esses canais privilegiados de acesso ao poder, para negociar vantagens para si e para os grupos a que pertence. Isso é que é lamentável. Mesmo que não constituam crime, não deixa de ser lamentável. Particularmente quando se sabe que nos negócios onde se influencia, onde se dobra e onde se espreme o Estado, quem paga sempre a respectiva factura somos todos nós. E é por sermos todos nós que somos prejudicados pelas conversas perfeitamente legais que estes Srs. têm com o Estado, que se exigia deles, pelo menos algum respeito. Respeito pelos portugueses é respeito para com o País, faltar ao respeito a Portugal, pode até ser interpretado como traição. No mínimo exige-se destes senhores que não continuem a enganar quem já está a ser todos os dias "roubado" por eles.

Investigador diz que há "fortes indícios" de corrupção na TDT - Renascença

Investigador diz que há "fortes indícios" de corrupção na TDT - Renascença:

Ora cá está! O que eu suspeitava está cada vez mais próximo de ser revelado.
E como disse anteriormente (no post de 30 de Julho e de 9 de Setembro deste ano) era isto que a TROIKA precisava de estar a estudar e a resolver. São estes "negocios" disfarçados de modernidade, que o estado faz nas costas da sua população e que deixam o País cada vez mais pobre e cada vez mais amarrado à âncora que nos está a levar para o fundo do oceano.
Querem cortar nas rendas excessivas mas todos os anos criam mais uma...
Não se esqueçam por exemplo que para o ano o país vai PAGAR 420 mil euros à PT para esta fazer o favor de transmitir na TDT o canal Parlamento.

Vou deixar aqui um grande apelo:

OH TROIKA, AJUDA-NOS A SALVAR DESTE ESTADO CORRUPTO!

terça-feira, outubro 30, 2012

Passos vai convidar formalmente PS para reavaliar funções do Estado - Renascença

Passos vai convidar formalmente PS para reavaliar funções do Estado - Renascença:

Não há muito para reavaliar: sair do sector dos transportes públicos, sair da rtp 1 e sair da banca comercial. Investir continuadamente na concentração de população nas capitais de distrito onde se centralizarão os investimentos, melhorando a prestação dos serviços públicos que sobram, em deterimento da dispersão demográfica actual. Com isto ganharemos o que nunca tivemos como país, eficiência.

segunda-feira, outubro 22, 2012

Constâncio quer BCE a vigiar todos os bancos do euro | Económico

Constâncio quer BCE a vigiar todos os bancos do euro | Económico:

O top da ironia nesta crise, é sem dúvida que o reforço da supervisão bancária que por todos foi declarado estar na origem do colapso ocidental, dê agora origem a um mecanismo de supervisão ainda mais distante, e que passará a vigiar cerca de 6000 bancos por toda a Zona Euro. Adivinha-se a criação de mais um gigantesco centro burocrático europeu, palco de lugares bem remunerados e completamente ineficaz no desempenho da tarefa.
Outra nota interessante, irá ser acompanhar o que irá acontecer aos bancos centrais destes países, uma vez que sem a competência de emissão de moeda e agora com a supervisão reduzida apenas aos bancos regionais, vai ser dificil justificar a manutenção destes aparelhos pesados nas contas públicas.

Em democracia Portugal nunca conseguirá controlar a despesa- Finanças Públicas - Jornal de negócios online

Em democracia Portugal nunca conseguirá controlar a despesa- Finanças Públicas - Jornal de negócios online:

Nem aprecio muito este economista mas desta vez assino por baixo o que ele escreveu. Infelizmente.
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se não fosse trágico era no minimo ridiculo

A posição de Portugal e dos seus governantes, vista da Europa atingiu um nível trágico-cómico extremo senão vejamos:

1. Na linha do anterior governo, o actual PM adotou a postura do bom aluno, cumpridor e subserviente perante os credores e parceiros europeus. É definitivamente essa a imagem que eles querem projetar lá fora. Destaque-se nesta opção o caráter vermicular da mesma e a revelação pública e universal da ausência de uma estratégia própria dos nossos dirigentes para sequer encontrar uma luzinha ao fundo do túnel em que enfiaram o País.

2. Da parte da Alemanha podemos esbracejar muito e protestar mas todas as medidas tomadas pela chanceler, traduzem apenas uma vontade: proteger os habitantes dos países periféricos, do efeito secundário mais perverso da chamada democracia ocidental - O POPULISMO.
O que os credores perceberam de toda esta situação, é que o rigor orçamental que a moeda única obriga, foi sistematicamente colocado na gaveta pelos sucessivos Governos dos países periféricos, todos eles devidamente eleitos, em função da quantidade e qualidade das promessas e/ou subornos com que iam "enganando" os respectivos cidadãos. Em todos os países em crise, as vitórias eleitorais são alicerçadas em mentiras. Em todos eles se utilizava a dívida para, de uma forma ou de outra amaciar no último ano dos mandatos, os possíveis desagrados que a opinião pública pudesse ter. 
A recente proposta da chanceler alemã de fazer com que os orçamentos anuais dos países da zona euro, sejam aprovados pela UE, é precisamente com esta intenção. 

Conjugando estes dois pontos podemos formar mentalmente a imagem trágico-cómica com que iniciei o texto.
Os governantes populistas e aldrabões que nas reuniões da UE fingem ser os cãezinhos amestrados que entretêm os restantes convidados com truques e beijinhos.
Os lobos que se vestem com uma minúscula pele de cordeiro que apenas lhes cobre a cabeça.


PS. é claro que não podemos esquecer que a Alemanha ao mesmo tempo que enfraquece a periferia, particularmente as suas empresas, cria vantagens enormes para si própria. Trata-se de uma posição bastante comoda em que ganha em qualquer dos cenários, ou seja ganha se conseguir disciplinar os devedores crónicos e ganha se eles destruirem nesse processo o seu tecido produtivo. 

quarta-feira, outubro 03, 2012

quinta-feira, setembro 13, 2012

recordando o que se disse

"Estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução."
"Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa."
"Aceitarei reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias."
"Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou."
"Nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de despesas que podem ser reduzidas."
"O pior que pode acontecer a Portugal neste momento é que todas as situações financeiras não venham para cima da mesa."
"Aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos."
"Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos."
"Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos."
"Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado."
"Já estamos fartos de um Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o que assina em nome de Portugal."
"O Governo está-se a refugiar em desculpas para não dizer como é que tenciona concretizar a baixa da TSU com que se comprometeu no memorando."
"Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa."
"Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas."
"Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português."
"A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento."
"A pior coisa é ter um Governo fraco. Um Governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos."
"Não aceitaremos chantagens de estabilidade, não aceitamos o clima emocional de que quem não está caladinho não é patriota"
"O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento."
"Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate."
"Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?"


Ver este video para conhecer melhor a peça:http://www.youtube.com/watch?v=gNu5BBAdQec

Conta de Twitter de Passos Coelho (@passoscoelho), iniciada a 6 de Março de 2010. Os tuites aqui transcritos foram publicados entre Março de 2010 e Junho de 2011

terça-feira, setembro 11, 2012

Cortes nas PPP mais caros para o Estado - Economia - Sol

Cortes nas PPP mais caros para o Estado - Economia - Sol:

tal como já tinha escrito antes, se um governo quiser mesmo negociar com esta gente só tem duas opções: ou chama para as reuniões os 3 ramos das forças armadas, ou põe em cima da mesa uma proposta de lei para nacionalizar as empresas (podem pedir as minutas ao Hugo Chaves que ele envia rápido). Qualquer outra forma de negociar só irá provocar mais prejuizo para a Nação, tal como se provou novamente com mais esta pseudo-renegociação falhada


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segunda-feira, setembro 10, 2012

ensinem a crescer...

Ensinem o país a crecer porque a empobrecer já somos muito bons sozinhos.
Portugal com toda a sua história, a servir de exemplo, nunca soube organizar a sua sociedade para que ela possa sustentadamente, já não digo prosperar mas pelo menos sobreviver.
Por isso é que a troika quando aterrou em Lisboa, devia ter vindo com o caderno de encargos destinado a fazer crescer o país essencialmente pela via da sua organização, em vez do estafado livrinho moral da austeridade.
Sem organização nasce o desperdicio, e Portugal prima pela desorganização em todos as celulas do seu corpo, somos um autentico país-tumoral. Não resolver este problema é condenar para sempre este país a viver de mão estendida e já agora a condenar também a Alemanha a para sempre pagar a nossa sobrevivência. 
Quem devia ter vindo na equipa da troika era o melhor jogador do mundo do SimCity, e não os luteranos do centro da europa que tendem a confundir moral com economia.

quarta-feira, agosto 15, 2012

Cães perigosos outras ficções legislativas

É norma neste país resolverem-se problemas com leis e decretos e geralmente os senhores e as senhoras que têm por missão criar legislação, optam por escrever objectos da mais pura ficção com pouca ou nenhuma adesão à realidade do país onde aparentemente habitam. A questão dos cães perigosos é apenas um dos assuntos que este país optou seguir o caminho ficcional em vez de encontrar uma solução para o problema. É claro que a solução ia incomodar alguns cidadãos e iria criar algum incômodo político e portanto criou-se uma lei que ninguém cumpre, que nenhum organismo fiscaliza, e que não evita que todos os anos cidadãos inocentes sofram traumas profundos às mãos de autênticos inergumeros que impunemente insistem em ter a seu cargo um cão. Caros legisladores, o país não tem nem nunca teve condições, financeiras, técnicas nem culturais para implementar a lei das raças perigosas e a única atitude digna que vos resta é a de revogar imediatamente essa obra de ficção e substitui-la pela simples e imediata proibição dessas raças neste país, devendo todos os exemplares existentes ser imediatamente abatidos. É isto que existe em países bem mais evoluídos que o nosso e é só essa a solução para acabar de vez com esta situação lamentável.

quinta-feira, agosto 09, 2012

CGD atira para a falência projecto no Alqueva considerado pelo Governo de "interesse nacional" - Economia - PUBLICO.PT

CGD atira para a falência projecto no Alqueva considerado pelo Governo de "interesse nacional" - Economia - PUBLICO.PT:

Aqui está mais um exemplo tipico de como funciona a classe empresarial, vulgarmente designada por "Donos de Portugal".
Lembram-se de um projecto, provavelmente durante uma jantarada, no Gambrinos:
- Ouve lá oh Zé, e se nós fizessemos um grande campo de golfe no Alqueva?
- Sim parece-me interessante, ora desenvolve lá melhor.
- Oh pá, faziamos um grande projecto, sei lá, talvez com hotel 5 estrelas e tudo no maior luxo, convidavamos um designer famoso e sempre era uma maneira de se aproveitar aquela água toda, em vez de a mandar toda para os espanhois.
- Sim, até estava bem pensado, amanha ligo ao Ministro para ver o que ele pensa disso.

O processo é entusiasticamente recebido pelo governo (sedento de noticias boas), carimbam-lhe o PIN em tempo recorde, mas depois dá-se um fenómeno de osmose do risco, onde gradualmente o investidor (quem teve a ideia e a vontade de investir no país, e que iria colher os frutos do seu risco), transforma-se em promotor (ou seja um sujeito que desiste de arriscar o que é seu, e passa a ser apenas o vendedor da ideia, e que no futuro se o projecto for bom, ficará com os louros de investidor brilhante e os respectivos lucros). Quem efectivamente se vai atravessar com os fundos, é o Estado e neste caso também um sindicato de bancos liderado pelo banco público. Sendo certo que os bancos privados, só investem se tirarem a fatia deles, restava à CGD o papel de fornecedor de notas para pagar a construção do empreendimento, pagar os juros aos outros bancos e rezar muito à Nossa Senhora de Fátima para que tudo corresse bem.
O sucesso ou fracasso de todo o projecto ficou logo pendurado nas condições em que o banco público (também há quem lhe chame o braço armado do governo), financiaria a sua execução.

Esta classe empresarial, na verdade, actua como as claques de futebol, incentivam, aplaudem e dão coragem para se gastar o dinheiro em coisas fantásticas, mas sem que nunca em tempo algum corram o minimo de risco de falhar um golo. Se correr tudo bem, são uns génios, se correr torto, eram apenas os promotores de um projecto fantástico mas que infelizmente não houve enquadramento e apoio do governo para o executar.


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quinta-feira, agosto 02, 2012

eliminar Municipios

Uma boa opção para quando se chegar à conclusão (óbvia) de que temos municipios à mais, poderá ser a extinção de todos aqueles que à data, não dispuserem nos seus sites, de uma ferramenta óbvia e prática de mostrar aos cidadão o seu Plano Director Municipal e restantes mecanismos de planeamento. O PDM devia ser a Biblia sagrada de uma autarquia, e quem ainda não dispõe de tal serviço, violando inclusivamente decretos lei e normativos europeus nessa matéria, obviamente que não tem competência para continuar a existir como autarquia. 
É um método bastante simples e com resultados surpreendentes.

segunda-feira, julho 30, 2012

recados à ANACOM

Exmos Senhores administradores (pagos a peso de ouro) da ANACOM,

Façam o favor ao País de exercer as vossas competências, as quais se bem exercidas resultarão numa moldura mais favorável para o seu desenvolvimento e crescimento, uma vez que atenuarão o desequilibrio muito bem descrito pelo Prof. Vítor Bento, entre o que ele designa de sector de bens transacionáveis versus o sector de rendas protegidas.
Então aqui deixo as minhas duas recomendações:

1. Obriguem os operadores a fornecer aos clientes durante um mês em cada ano, o serviço banda larga, nas condições que mais se assemelhem às que os mesmo têm contratado nos serviços fixos. Desta forma acaba-se com uma renda que as referidas empresas auferem quando facturam um mês de um serviço que o cliente nem sequer usou. É uma medida simples, popular, e acima de tudo JUSTA.

2. Alterem as condições catastróficas com que V. Exas. lançaram o serviço de Televisão Digital Terrestre. Qualquer semelhança deste serviço com qualquer um dos outros em funcionamento nos países europeus é pura ilusão, isto porque, mais uma vez, a entidade reguladora portuguesa não soube, cumprir a sua função e actuou como sempre, protegendo as rendas das empresas distribuídoras de TV paga, em vez que criar melhores condições para a população e melhor serviço por parte das empresas. É da exigência que nasce a evolução e se Portugal não tiver um mecanismo que vá exigindo cada vez mais eficiência, rigor, qualidade, é certo que as empresas continuarão a explorar os seus clientes. Façam pelo menos o seguinte: coloquem os canais da TV pública, todos na grelha da TDT. Podia pedir que fizessem como os outros países e selecionassem alguns canais gratuitos que são distribuídos via satélite e que apesar de gratuítos mantêm a sua qualidade (por exemplo: o Euronews, o ARTE, a CNN, o NHK, o Eurosport, entre outros), mas para não chocar muito, e numa primeira fase, pedia que pelo menos os canais da empresa que todo o POVO paga, fossem distribuídos gratuitamente para esse POVO que os PAGA os possa VER. Seria o minimo que V. Exas poderiam fazer para pelo menos justificar o vosso nome.

Termino com um esclarecimento, o papel da regulação num mercado liberalizado, consiste em proteger a economia do País, das más práticas empresariais, que através das várias formas de manipulação dos mercados procurem gerar lucros ilicitos ou abusivos. Em Portugal a tendência generalizada das diversas entidades reguladoras é confundir o País, com os acionistas das empresas, e num segundo patamar confundem-no com os postos de trabalho que essas mesmas empresas "fornecem" ao País. Só em 3º lugar surgem os interesses dos consumidores dos produtos dessas empresas.
Esta troca de posições conduz os diversos mercados (energia, telecomunicações, transportes, etc) a acumular sucessivas posições de sobre-exploração dos preços cobrados, retirando em última análise, competividade à economia nacional, levando a que no longo prazo todos sejam atingidos por uma onda negativa mas em que a ordem surge invertida ou seja os clientes deixam de poder consumir os produtos, os postos de trabalho acabam na mesma por ser eliminados e os acionistas alienam as posições e partem para outras paragens.
Concluindo, se o objectivo da regulação em Portugal é proteger os acionistas, criem um mercado justo, se o objectivo for manter e criar postos de trabalho em Portugal, criem um mercado justo, e se finalmente o objectivo for proteger os consumidores, criem um mercado justo.

Com licença que tenho ir trocar a água do aquário.

a crise na Europa

É para mim perfeitamente claro que a instabilidade que se vive hoje na Europa, em termos da sua perspectiva económica, está totalmente dependente de um único país e do seu respectivo ciclo eleitoral. A Alemanha.
Os países endividados, a adoção de mais ou menos austeridade, os juros, as manifestações, tudo isso é totalmente insignificante. O que a europa precisa, para resolver esta crise é de um esclarecimento cabal por parte da Alemanha sobre o que pretende fazer em relação ao futuro do Euro e da própria UE. E quando falo na Alemanha, não quero referir-me nem a Merckel, nem ao seu ministro das finanças, nem ao presidente do Bundesbank. Quem tem de clarificar toda esta ansiedade, dúvida e consequente especulação, é o povo alemão.
O ideal era que os politicozinhos tomassem a unica atitude nobre que os devia nortear e convocar de imediato um referendo para saberem realmente qual é a decisão do povo. Doa a quem doer.
Infelizmente, é perfeitamente claro, que vamos ter de esperar até 2013 (próximas eleições gerais alemãs) para que se possa desfazer esta incógnita e mesmo assim teremos de ter a "sorte" para que as forças partidárias se saibam posicionar claramente entre os que querem um futuro comum e os que preferem seguir o seu destino sozinhos.

sexta-feira, junho 22, 2012

Que rumo para as empresas de transporte

Ainda não consegui definir se os sindicatos do sector estão coordenados com a agenda neo-liberal, atuando no sentido de afundar as empresas para forçar a evidência da sua privatização, ou se pelo contrário aprofundam o endividamento e a falência das empresas com o objectivo de afastar os interessados dessa hipotética privatização. Em qualquer dos cenários parece-me claro que a intenção deles é manterem-se a todo o custo no grupo dos sector protegidos e privilegiados (face ao restante da sociedade portuguesa) posição essa que foram construíndo ao longo de muitos anos de sucessivas chantagens negociais.

quarta-feira, maio 30, 2012

io-io

A forma como o país está a enfrentar o aperto da dívida, sem praticamente alterar nada de substancial no que diz respeito à estrutura da sua economia, leva-me a admitir que o resultado final de toda esta situação vai ser o equivalente inverso das dietas io-io (digo inverso porque neste caso ser gordo, significa um país próspero). Quer isto dizer que estamos a emagrecer o PIB, aplicando medidas de austeridade que incidem apenas sobre os cidadãos, deprimindo essencialmente o seu consumo, para que depois, aliviando esse garrote, se consiga engordar durante uns anos, até que a economia recupere o que a recessão "comeu". O ritmo a que se soltará o garrote irá determinar o ritmo do crescimento, levando a crer que os partidos que estarão nesse altura no comando irão certamente gerir esse ritmo de acordo com o ciclo eleitoral.
O balanço final vai ser um PIB que inicialmente irá crescer de forma rápida, permitindo até ganhar as eleições, com a ilusão de que finalmente o país entrou no rumo do crescimento sustentável, mas que posteriormente, como a estrutura se manteve no essencial inalterada, retomaremos o crescimento anémico que ao longo de decadas caracteriza a nossa economia. Com alguma probabilidade, vamos ter 3 anos de emagrecimento acentuado, que depois se for bem gerido irá resultar em 8 a 10 anos de pseudo-crescimento, sendo que no fim o "paciente" voltará a ficar com os 120 kg com que começou o regime, e nem mais uma grama.
Infelizmente todos os sinais até agora apontam para esta conclusão.
A daqui concluo também que o sistema político português não se conjuga bem com os patamares evolutivos da democracia que até agora temos vindo a construir, uma vez que é ele que está a emperrar de forma irremediável o crescimento económico de Portugal.

terça-feira, maio 29, 2012

Quem cavou o buraco do BPN?

Uma pequena tentativa para contabilizar o(a)s senhores(as) que ficaram com o dinheiro que todos os portugueses estão a repôr.
Os valores são indicativos e foram pesquisados na internet, em jornais (principalmente no Diário de Noticias) e no livro "O escândalo do BPN" e completados com a reportagem da SIC em 22/12/2012).
É possível que alguns já tenham regularizado os créditos. A cinzento estão nomes e montantes que se encontram disponíveis em jornais e internet mas que não foram mencionados na reportagem da SIC, que estão a preto.

Buraco estimado entre os 2800 e os 4893 milhões de euros mas que, segundo alguns especialistas, pode chegar aos 8300 milhões!

Coveiros:

  • Duarte Lima, Pedro Lima e Vítor Raposo (Homeland): 49,655 milhões
  • Luís Duque, vereador da CM de Sintra: indeterminado
  • empresário Carlos Marques (stand SportClasse), e advogados Diamantino Morais e Teresa Rodrigues: 100 milhões
  • José Oliveira e Costa 15,307 milhões
  • a filha Yolanda Maria Rodrigues Oliveira e Costa (PROGLOBO) : 3,447 milhões
  • José Oliveira e Costa, António Franco (ex-administrador), José Vaz de Mascarenhas (ex-presidente do Banco Insular) e Ricardo Pinheiro (ex-director do Departamento de Operações do banco): 222,1 milhões
  • Abdool Vakil: indeterminado
  • Banco EFISA 126 milhões
  • Luís Carlos Caprichoso (PLEXPART): 0,820 milhões
  • Francisco Sanchez: indeterminado
  • José Vaz Mascarenhas: indeterminado
  • Luís Reis Almeida: indeterminado
  • Isabel Cardoso: indeterminado
  • José Augusto Rodrigues Monteverde (BIGMUNDI): 5,632 milhões
  • Luís Ferreira Alves: indetermnado
  • F. Baião do Nascimento: indetermnado
  • António Martins Franco: indetermnado
  • Rui Guimarães Dias Costa (Labicer): indetermnado
  • Telmo Reis (Labicer): indeterminado
  • Hernâni Ferreira (gerente da sociedade FOimobiliária) : indetermnado
  • Labicer: 82 milhões
  • Invesco (off-shore): 17,538 milhões
  • Jared Finance (off-shore): 46,588 milhões
  • Solrac (off-shore): 115,116 milhões
  • Merfield Servises (off-shore): 6,615 milhões
  • Marbay Enterprises (off-shore): 4,155 milhões
  • Tempory Limited (off-shore): 3,845 milhões
  • Redshield Services (off-shore): 12,450 milhões
  • Reltona Enterprises (off-shore): 12,585 milhões
  • Webster Worldwide Assets: 26,82 milhões
  • Financial Advisory Services: 2,449 milhões de dólares
  • Orienama Investments: 713,106 mil dólares
  • Antorini Brasil Participações: 399, 247 mil dólares
  • Solrac 77,7 milhões
  • Seaford Holdings: 15 milhões
  • Resia Finance: 6,7 milhões
  • Mardell Investiments: 25,5 milhões
  • Kayes Associated: 2,5 milhões
  • Imobiliária Pousa Flores: 1,55 milhões
  • Almiro Silva: 14.05 milhões
  • Starzone, empresa participada da SLN que geria os direitos de imagem do futebolista Luís Figo e do ex-selecionador português de futebol Luiz Filipe Scolari: 47 mil euros
  • Vítor Baía (através das empresas  Suderel- Gestão Imobiliária SA e  Cleal) 4 milhões
  • Telmo Belino Reis 3,6 milhões
  • Dias Loureiro 10 a 30 milhões
  • Arlindo de Carvalho e José Neto (empresa Pousa Flores) 74,363 milhões
  • Arlindo de Carvalho (via Banco Insular) 4,88 milhões
  • José Neto (via Banco Insular) 4,89 milhões
  • António Coelho Marinho 0,735 milhões
  • Duarte Lima (empréstimo para comprar obras de arte) 6 milhões
  • Fernando Estevam Oliveira Fantasia (OPI 92 e PAPREFU - imobiliárias): 80,847 milhões
  • Emídio Manuel Catum (PLURIPAR): 134,740 milhões 
  • Emídio Manuel Catum e Fernando Fantasia 72,131 milhões
  • José Manuel Gama Pereira (gerente do balcão BPN nas Amoreiras) 10 milhões
  • Francisco Guedes e Leonel Gordo (respectivamente gerente e subgerente do balcão de Fátima) 3,584 milhões
  • Joaquim Pessoa (vendeu ao banco uma colecção de arte pré-histórica falsa): 5,3 milhões
  • Almerindo Duarte (TRANSIBERICA): 23,040 milhões
  • Casa do Douro: 26,549 milhões
  • CNE - Cimentos Nacionais e Estrangeiros: 90,441 milhões
  • Galilei: talvez 1000 milhões
  • Joaquim Alberto Vieira Coimbra (TURITON-Imobiliária): 11,032 milhões
  • Vitória Futebol Clube: 7,021 milhões
  • Boavista Futebol Clube: 3,552 milhões
  • Tomás Taveira (arquitecto): 0,828 milhões

  • TOTAL até agora tornado mais ou menos público: 3795,96 milhões

Era tão bom que publicassem todos os créditos transferidos para a Parvalorem, para a Parups e para a Parparticipadas para sabermos tudo. Para sabermos a quem andamos a pagar os calotes.

quinta-feira, maio 24, 2012

Portugal não é como a Grécia * infinito

Todo português patriótico tem como dever repetir sempre que puder a seguinte frase: Portugal não é como a Grécia.
Este exercício deve ser repetido pelo menos 3 vezes por dia e de preferência em locais públicos.
O objectivo é que com este esforço colossal, de 10 milhões de pessoas, se cumpra a velha máxima inventada por um alemão que explica como uma mentira repetida imensas vezes se pode tornar realidade.
Quero portanto usar este modesto pulpito para dar vazão ao meu dever.

Ora aqui está então: Portugal não é a Grécia e para quem não acredita nisto decidi listar uma série de coisas praticas que distinguem os dois países.

1. A queda da ditadura grega deu-se em 1975 enquanto que portugal iniciou a democracia em 1974. Foram de facto 52 semanas de diferença que deram a Portugal uma superior consolidação da democracia.

2. Na Grécia existem 2 partidos que entre si partilharam o regabofe em se transformaram estes 37 anos de democracia. Ora em contraponto em Portugal assistimos a uma saudável alternância democrática entre 2 forças políticas que constituem o chamado arco de poder destes 38 anos de progresso.

3. Na antecamara da ruína  grega, os alemães convenceram o governo a comprar 3 submarinos, num negócio envolto em corrupção e prejuízo para o Estado. Em Portugal também foram comprados 3 submarinos à mesma empresa, mas de uma versão superior, já com software de última geração e com capacidade para lançamentos de pastéis de nata em operações humanitárias.

4. Na Grécia, ainda dentro dessa antecâmara de ruína, organizaram-se Jogos da XXVIII Olimpíada, em 2004 e ainda hoje se pagam dívidas enormes sobre essa organização megalomana. O nosso país, muito mais inteligente, organizou no mesmo ano de 2004, o Europeu de futebol, uma actividade muito mais lucrativa e que rendeu milhões de euros de lucros ao país e belissimos estádios de futebol, alguns dos quais se transformaram posteriormente em anfiteatros gregos pós-modernos.

5. Como é sabido, a Grécia fica na periferia leste da europa, enquanto que Portugal fica situado no extremo oposto dessa mesma períferia, ou seja a Oeste. Haverá diferença maior que esta entre duas nações?

6. A Grécia encetou  a partir de 1980, um movimento imparável de obras públicas com pouco ou nenhum impacto positivo na economia do país, consistindo principalmente em estradas, aeroportos, pontes, hospitais, piscinas e rotundas. Em Portugal jamais actuariamos centrados unicamente em sectores não transacionáveis até porque isso tornaria a dívida demasiado pesada. Optamos inteligentemente por investir nas infraestruturas que melhor potenciam o crescimento do país ou seja: estradas, aeroportos, pontes, hospitais, piscinas e rotundas.

7. A população grega está envelhecida enquanto a nossa está apenas idosa.

8. Em Portugal criou-se uma época oficial de fogos florestais, enquanto que na Grécia as pobres florestas mediterrânicas ardem desordenamente mal chega o Verão.

9. A Grécia foi durante séculos uma provincia Turca, criando-se por isso muitos atritos e má vizinhança entre esses dois povos, outrora imperiais. Portugal e a vizinha Espanha, que outrora dividiram o planeta entre si, tiveram alguns arufos mas nada que belisque a amizade que os une.

10. É sabido que os aldrabões dos gregos falsificaram as contas públicas para esconder a sua incompetência e despesismo descontrolado. Em Portugal, a engenharia financeira apetrechou o Estado com ferramentas tão sofisticadas que conseguimos fazer igual aos gregos sem que ninguem nos chame aldrabões lá fora. Por exemplo, temos uma empresa pública que compra imóveis ao Estado, gerando receitas fantásticas a partir do ar.


Querem mais uma?

11. A bandeira da Grécia é azul e branca e a de Portugal é verde e vermelha.

Lembrei outra bem boa:

12. A Grécia ganhou um festival eurovisão da canção (simbolo da decadência europeia). Portugal nunca ficou sequer no top 3.

sábado, maio 19, 2012

Qual Crescimento?

Com a vitória recente de François Hollande nas presidenciais francesas, aumentou o grupo de pessoas que apelam à europa (figura cada vez mais espectral) para promover políticas de crescimento que atenuem os efeitos recessivos da austeridade generalizada.
Temos então de reflectir o que tem sido até agora essa politica de investimento e se é dela de facto que a europa precisa.
Uma grande fatia da promoção do crescimento têm sido os fundos estruturais que os países agora em dificuldades têm tido acesso. Esses fundos, são atribuídos aos governos porque se acreditou em Bruxelas que esses seriam os melhores gestores e ninguem melhor que eles saberiam canalizar essa ajuda para robustecer as respectivas economias. Ingenuidade!
Infelizmente para os povos desses países, a agenda dos sucessivos governos que beneficiaram dos fundos estruturas era encabeçada por um só objectivo, garantir a vitória na próxima eleição.
Outro facto contribuiu também para a infelicidade e posterior ruína desses Estados, os fundos eram atríbuídos com prazo de validade. Parece absurdo, mas foi a realidade. 
A conjugação destes dois factos levou ao seguinte raciocinio dos governantes: 

1. "temos aqui uma montanha de euros para gastar em x anos."
2. "se não o gastarmos eles não voltam"
3. "temos de ganhar eleições"
4. "temos lóbis que nos ajudam a ganhar eleições"
5. SOLUÇÃO: vamos "investir" os fundos europeus nos negócios dos nossos "amigos"

Foi isto que aconteceu em todo o lado.
Será uma nova dose disto que a europa precisa? De certo que muitos, talvez mesmo a maioria dos que apelam por novas políticas de crescimento, desejam acima de tudo essa nova dose mas não seria bom, por uma vez que seja, tornar as politicas de crescimento, verdadeiras alavancas no reforço das economias dos Estados e da Europa?

Para que tivessemos isso, a europa tinha acima de tudo de pensar em sí de forma integrada, ou se quiserem de forma CONTINENTAL.
A partir daqui a europa teria de traçar objectivos concretos sobre áreas essenciais ao desenvolvimento economico: 
Objectivos europeus na área energética;
Objectivos europeus na área de transportes e comunicações;
Objectivos europeus na área da educação;
Objectivos europeus na área industrial;

Só depois de definidos estes objectivos, é que a europa devia começar a investir no estímulo à economia e à promoção do crescimento.
Não ha outra solução. 

quarta-feira, maio 16, 2012

Esta nossa democracia é assim, de vez em quando alguém do regime faz uma asneira, pega-se nele chamam-lhe arguido e manda-se uns tempos para uma prisão enquanto se finge que se está a investigar melhor a situação. Depois quando o tempo aconselha, manda-se o sujeito para casa com uma pulseira ou outro tipo de castigo, à laia de castigo infantil, "vai lá embora e não voltes a jogar à bola na rua".
Ficam assim concluídos os castigos da "gente" do regime. Não espere o povo outro tipo de justiça neste país.
Os exemplos são tantos que nem vale a pena listá-los. O próprio povo já sabe associar ao tipo de arguidos que ciclicamente caem nesta situção, o tipo de castigo que lhe irá ser proposto. E o que é verdadeiramente grave é que já todos nos conformamos que a vida deve ser mesmo assim. Já ficamos satisfeitos porque pelo menos tiveram que passar uns diazitos fechados num sitio qualquer sem poder ir ao cinema, ou passear à beira mar. Nem nos lembramos ou queremos saber se podem estar inocentes. E parece que eles também não se importam muito em serem detidos sem julgamento ou sem provas dos delitos que alegadamente cometeram. É o preço a pagar por pertencerem ao clube do regime. Sabem que em breve voltam à liberdade, e que o povo já ficou contente por vê-los dentro dos automóveis da PJ a cobrir a cara, quando saem a alta velocidade para os malditos "calabouços" da judiciária. Reparem que a comunicação social (também dominada pelo regime) usa muito esta expressão quando os arguidos são do tipo "colarinho branco" precisamente para o povo ao ouvir essa palavra, imaginar imediatamente, umas instalações do tipo da santa inquisição, onde eles irão estar sujeitos às mais variadas sevicias corporais, a obrigados a comer só pão e beber só água.

A verdade é uma só: Há intocáveis em Portugal, e não são poucos. 

Outra verdade: Não procurem distinguir esta gente em função das cores dos partidos a que pertencem porque neste caso, todos "comem da mesma gamela" e também porque o universo desta gente não se restringe à política.

terça-feira, maio 08, 2012

A liga francesa

O socialista Hollande está para a república francesa como o nosso Mário Figueiredo está para a liga portuguesa de futebol profissional.
Sempre se mentiu para alcançar objectivos o que destaca estes dois casos é a falta de preocupação nas conseqüências que as suas falsas promessas terão nos que os elegeram.
Na altura de angariar votos sempre a classe política usou de meios mais ou menos fantasiosos para alcançar o objectivo. Em maior ou menor grau todos o fazem.
Quando no entanto a fantasia atinge este nível só podemos estar perante alguém que até já sabe qual vai ser o percurso alternativo ao país das maravilhas que vendeu aos cidadãos.
Aqui como no circo o bom acrobata dedica o mesmo tempo a treinar o salto como a preparar a queda.

quarta-feira, abril 11, 2012

O proder

Sabiam Vossas Excelências que a união europeia por intermédio PRODER e das suas regras cozinhadas pelo estado português, financia o corte de árvores das galerias ribeirinhas. Como é possível gastar-se dinheiro desta forma?

sábado, março 31, 2012

breves

Os portugueses em geral ainda não tomaram verdadeira consciência do que aconteceu no BPN. Sabe-se que o estado perdeu definitivamente 2,5 mil milhões de euros. Sabe-se que poderá perder mais 3,5 mil milhões de euros. O resto não se sabe. Acima de tudo é estranho ninguém coneguir explicar para onde foi este dinheiro, ou seja o que aconteceu e quem ficou com ele uma vez que não foi perdido num incêndio ou noutra calamidade mais ou menos natural. Ontem num documentário francês sobre a cidade de Detroit, foi avançado um número que despertou a minha curiosidade. O Governo americano, presidido por Obama, também foi obrigado a acorreu a um incêndio sistémico, resgatando da falência as 3 grandes construtoras americanas de automóveis (Ford, GM e Chrysler). Foram 7 mil milhões de euros, para as salvar da falência, do pós-subprime. Esses dois números de porporções gigantescas ficaram a bater na minha cabeça toda a noite. 6 mil milhões para o BPN, 7 mil milhões para a 3 Bigs. 3 empresas, multinacionais com centenas de milhares de trabalhadores e com cash-flows seguramente de dimensão próxima do PIB português. Este tema do BPN, toda a história, incluindo o risco sistémico, a chuva de milhões que o estado gastou para o evitar, o desaparecimento do dinheiro, e finalmente o último capítulo da privatização, tudo polvilhado pela impunidade com que os culpados irão ser agraciados, daria certamente um argumento cinematográfico capaz de ombrear com o Inside Trader ou com Wall Street.


Desde 1835 que o mapa administrativo português não sofria alteração significativa e das que sofreu, todas foram para o tornar mais obsoleto, por via da criação estupida de mais concelhos, para alargar a clientela partidária. Agora, com o pretexto da troika, parece que vão mexer mais profundamente no dito mapa, mas pelo que se tem vindo a saber, ao contrário das minhas espectativas, vão enfermar esta revisão de dois erros crasos: 1. como é tradição, nas reformas cosméticas, atacar-se-à o elo mais fraco, com menos poder revindicativo. As freguesias. Mantendo-se intactos os verdadeiros, gastadores de dinheiro e acumuladores de corrupção e de incompetência que são as Camaras Municipais. 2.O corte no número das freguesias, não vai trazer qualquer acréscimo de competência técnica às Autarquias, ou seja, o que faziam mal vai continuar a ser mal gerido. Esta pseudo reforma administrativa não vai capacitar as autarquias para acolherem as novas competências que lhes têm de ser entregues para serem tratadas de forma bem mais eficiente do que até aqui: educação, proteção civil, transportes públicos, gestão do território e ambiente. Grande parte das funções asseguradas pelas freguesias pertencem ao sector da assistência social às populações. Nada beliscam no cancro da gestão territorial que é onde o problema que a troika pretendia resolver, reside.