quinta-feira, julho 15, 2021

a justiça dos castiguinhos

José Socrates, Ricardo Salgado, Joe Berardo, Filipe Vieira, António Mexia, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, e tantos tantos outros. O que têm de comum perante os órgãos de justiça de Portugal?

São visceralmente catalogados de intocáveis pelo próprio sistema de justiça que os devia regular. Os juízes, os procuradores, os próprios policias sabem que nada podem fazer.
Esta é a realidade que o aparato mediático dos últimos tempos tenta disfarçar.
E qual é a base que me sustenta esta conclusão?
É precisamente a maneira como se processa o frenesim das investigações criminais que os percorrem.

A justiça portuguesa sabe que não os consegue apanhar em julgamento e que portanto a única maneira de os punir perante o resto da sociedade é montando um circo à volta das detenções no momento em que são inquiridos e constituidos arguidos.
Alguma coisa tem de ser "dada" ao povo, não vá ele revoltar-se contra este sistema de cleptocracia institucional que existe no nosso país. Então "dá-se" este circozinho, onde entram as imagens deles a serem metidos nos carros policiais, as caravanas de fotógrafos a tirar fotos aos vidros escurecidos, as fotografias das celas com "camas de cimento" e sanitas sem separação, os dias "intermináveis" em que ficam detidos, à espera das sessões de tortura com juiz e procurador a fazerem perguntas cruéis. 
São todas estas imagens que são essenciais passar ao povo. 
- Estão a ver! Estes senhores maus já estão a sofrer. 
É preciso mostrar que estão a sofrer.

Acabados estes dias de castigo, mandam-nos para casa com uma pulseira, ou com uma cauçãozinha, e chamam pelo próximo cliente, ao mesmo tempo que alugam outra sala para guardar os biliões de documentos angariados no ultimo processo.

Na antiga escola primária o professor castigava os maus alunos, virando-os contra uma parede com um chapéu de orelhas de burro. Em Portugal, a justiça auto-limita-se a fazer o mesmo perante a casta superior, rica em crimes de colarinho branquinho.