sexta-feira, setembro 29, 2006

IKEA em Paços de Ferreira, tudo bem, mas assim??

Seria mesmo necessário, suspender o PDM e desanexar REN para construir esta fábrica?
O concelho de Paços de Ferreira não teria espaços já urbanizados, com tecido industrial, mais adequados a este empreendimento?
Não seria mais útil para as populações, preservar o único espaço verde consistente do concelho (Serra da Agrela)?
Levantam-se de imediato várias questões: de quem serão 32.6 ha de terreno até agora quase sem valor? e nas vizinhanças? quem serão os proprietários dos terrenos que irão ficar nas margens dos acessos que obrigatoriamente terão de ser construidos?
Quando irá parar esta febre de construir, de impermeabilizar o país ou com alcatrão ou com cimento?

No Lusitânia isto não poderia acontecer...

Alguns dados interessantes sobre o concelho de Paços de Ferreira:

Segundo o último Recenseamento Geral Agrícola (RGA, 1999) o concelho encontrava-se assim distribuído:

Área Florestal: 13% (correspondente a 957 ha)
Área Agrícola: 28% (correspondente a 2026 ha)
Área Residencial/Industrial: 59% (correspondente a 4282 ha)

Destaco que esta informação é de 1999 e não tenho a impressão que a área residencial/industrial tenha diminuido. Nem aqui nem em nenhuma outra parte de Portugal.

Na área de implantação existem 3 linhas de água abrangidas pelo regime de protecção do Domínio Hídrico, uma é afluente da margem esquerda do rio Leça e duas afluentes do rio Eiriz que pertence à sub-bacia hídrográfica do rio Ferreira.
A área de implantação esteve sujeita a fogos florestais nos últimos 2 anos, encontrando-se assim legalmente protegida (Dec-Lei 327/90 de 22 de Outubro) no que se refere a qualquer alteração ao uso do solo.
Verifica-se ainda que toda a zona de intervenção se integra na REN nomeadamente nas seguintes classes de protecção:
- Cabeceiras de linhas de água.
- Áreas com riscos de erosão (declives superiores a 30%).
- Áreas de máxima infiltração.
Na área de implantação, nomeadamente no seu extremo Sudeste, existe uma área classificada como de interesse arqueológico - um Castro.


quinta-feira, setembro 28, 2006

A corrida ao granito amarelo

Esta é uma fotografia de 2006 tirada na Serra da Falperra. Melhor dizendo na ex-Serra da Falperra, actual parque industrial de extracção de granitos ornamentais.
A cronologia dos acontecimentos deixa poucas dúvidas quanto às responsabilidades de todos no aconteceu aqui. No inicio da década de 90 enormes incêndios florestais, destruiram a mancha de pinhal que cobria quase toda a Serra. Nos meses e anos seguintes, nada foi feito para proteger o solo das chuvas do Inverno, tendo ocorrido a inevitável e consequente erosão. Nunca mais a Serra adquiriu capacidade para suportar coberto vegetal mais complexo que os arbustos naturais da região. A ausência de solo produziu outro acontecimento na história recente e trista deste espaço natural, pôs a descoberto granito. Muito Granito. Granito com um côr original (Amarelo). No final da década, o Estado português lança os programas Pólis. Pretendia-se, e bem, embelezar os centros históricos de várias cidades. Entregou-se o projecto à sociedade responsável pelo Parque Expo e pela obra de requalificação mais famosa do País (Expo98).
Este gabinete, utilizando a experiência adquirida, tratou de trazer para essas obras de requalificação, uma pedra ornamental até aí praticamente desconhecida - O Granito Amarelo. Deu-se inicio à corrida ao "ouro" à moda portuguesa. Por todo o lado se abriram pedreiras. Ilegais, anárquicas, destruidoras, depredadoras. Esventraram-se Serras por todo o Norte do País em busca da pedra dourada.
A Falperra foi uma das vítimas, mas infelizmente há mais.





Esta é outra fotografia recente (27/09/2006) de outro local de extracção selvagem e ilegal de granito amarelo. Desta vez no concelho de Mondim de Basto, nas encostas do também desportivamente famoso, Monte da Srª da Graça.

quinta-feira, setembro 21, 2006

o nosso futebolzinho

Querem acabar de vez com as suspeitas em torno dos árbitros?
Sim é isso que querem pensei nesta solução inovadora e muito promissora:
Passando 48h do final dos jogos, é distribuída aos jogadores de cada equipa e ao treinador um inquérito simples e sucinto que interrogará cada elemento sobre diversos parâmetros técnicos e físicos da actuação da equipa de arbitragem. Serão questionado por exemplo:
  • como avalia a forma fisica de cada um dos elementos do trio?
  • como achou o seu critério disciplinar?
  • como avalia a sua capacidade técnica no julgamento dos lances mais polémicos?
  • considera a actuação positiva, mediana ou negativa?
  • etc
Com o preenchimento "a frio" deste tipo de inquérito por ambas as equipas (jogadores e técnicos) e ponderando os resultados de ambas as equipas por igual, eventualmente acrescentando também a avaliação de um avaliador independente, acaba-se de uma vez por todas com as chamadas interferências classificativas que têm ao que parece vindo a ser utilizadas para beneficiar certos clubes.

Com este método conseguimos ainda sensibilizar os jogadores das dificuldades por que passam as equipas de arbitragem no decorrer de cada jogo, e quem sabe desta forma pedagógica, irão ser criadas condições mais pacificas para todos, dentro das 4 linhas.

Passarão a ser agentes do futebol a avaliar outros agentes do futebol, eliminando de uma vez por todas os "abutres" que têm vindo a destruir este belo desporto.