sábado, julho 30, 2005

a qualidade das águas balneares

Neste como em quase todos os assuntos há 3 soluções:

  1. a do mundo perfeito, utopica;
  2. a do futuro, tecnológica;
  3. a actual cheia de defeitos e alvo de todas as críticas.

Num mundo perfeito a actividade humana não gera poluição logo não é necessário monitorizar as praias pq temos sempre a garantia de q as águas e das areias estão asseguradas.
No futuro próximo irá ser desenvolvido e tornar-se-à corrente a monitorizaçao em contínuo dos parâmetros microbiológicos, físicos e químicos indicadores de poluição, podendo os banhistas ser alertados de imediato mal sejam ultrapassados os limites legais.
No mundo em q vivemos, temos o sistema actual q um simples sistema de controlo de qualidade baseado em amostras pontuais e não um sistema de alerta à população.

Vamos refundar Portugal?

O compromisso deste blog é criar alternativas a este país sem rumo nem futuro.
O objectivo dele é permitir fundar um novo país que germinará sobre as cinzas do Portugal decadente que conhecemos.
As criticas que nele forem sendo colocadas têm sempre de conter, nela própria, algum tipo de solução para os problemas que as originaram.

Fora destes critérios ficam todos os post que forem de expressa opinião pessoal.

terça-feira, julho 26, 2005

- "Construíram-me, porra" - diz o Alqueva ao país

Já percebi pq se vai construir o tgv!
Finalmente, através de uma série de entrevistas que vi ontem na rtpn, a alguns dos intervenientes, percebi definitivamente a razão de ser deste projecto.

Vai-se fazer pq mais 1 vez se pensa prioritariamente nos benefícios do processo da construção e não se avalia realmente e com seriedade o benefício q a economia real do país vai ter com as linhas de alta velocidade.

É horrível assistir a isto vezes sem conta. Foi assim com o alqueva, com vários hospitais, com mt das auto-estradas e com milhares de obras públicas por esse país fora.

O tgv vai ser construído pq a mota engil precisa do dinheiro, pq a efacec quer vender o sistema de controlo e semáforos, pq a siemens quer vender as locomotivas, e por aí fora. Se dp as linhas vão ser viáveis, se vão ser úteis ao país, isso não interessa. Ninguém quer explicar quem irá pagar 20 ou 30 contos pra ir a madrid em 5 horas de comboio, qd pode pagar sensivelmente o mesmo mas chegar em metade do tempo por avião.
A grande verdade é q o tgv quando encarado como alternativa em viagens de média distância como por exemplo a Madrid, a Paris, ou Barcelona, pura e simplesmente não é competitivo face aos aviões, principalmente com o advento das companhias low cost.

O próprio traçado Madrid-Lisboa é ridículo do ponto de vista da procura, pois quem quiser ver uma auto-estrada vazia, a melhor que existe é a que une as duas capitais...
Resta o trajecto Porto-Lisboa, mas mesmo esse é muito duvidoso pois é garantido que o ganho de tempo em relação à solução actual (alfa pendular em obras à 10 anos!) é de apenas 20 a 30 min.

Mas não deixa de ser engraçado ver os vendedores da banha da cobra a inventar justificações e a tentar fazer q os portugueses vejam o tgv como o maior milagre económico logo a seguir à pimenta da índia.

Tem piada e tou convencido q vão conseguir fazê-lo. Tá no sangue dos portugueses este tipo de "investimentos"

quarta-feira, julho 20, 2005

coisas soltas

Hoje o país continua a arder. Quando vejo as imagens e ouço os relatos dos acontecimentos, várias palavras surgem-me como cinzas negras que caem do céu.
Improviso total, improviso dos bombeiros, improviso das populações.
Improviso provocado pela irresponsabilidade de todos.
Caos, caos anunciado, previsto com meses de antecedência, caos fatídico e fatal.
Esperança que depois de tudo arder se aprenda a reconstruir o que se perdeu.
Espero por um país ordenado, onde haja uma enorme separação entre zonas urbanas e zonas rurais.
Espero por um país sem casas espalhadas por todo o lado, casas ao longo das estradas, casas no meio da floresta, casas ilegais no meio de áreas protegidas onde supostamente a prioridade era a natureza.
Espero por uma floresta mediterrânica, rica, auto-regenerada, ordenada pela própria natureza sem eucaliptos, sem resinosas sem cimento.
Espero por um país que não existe.
Espero se calhar pelo pasado ou pela extinção do que existe.

terça-feira, julho 19, 2005

Marques Mendes na Grande Entrevista RTP1

Eis Marques Mendes na sua primeira entrevista no canal público.
Gostava de saber se ele seria contra o TGV e a OTA se por acaso estivesse do lado do poder, se fosse chefe de governo. Penso que é sempre mais fácil ter o discurso racional que ele tem sobre estes 2 assuntos, quando se está descomprometido com os interesses ocultos, que elegem os governos. É giro ser contra o cimento quando se está na oposição.
Aliás, não sei porque fico sempre com a sensação que o PPD/PSD é contra o TGV e a OTA apenas e só pelo desgosto que têm de não serem eles a fazer mais este elefante do regime.
Também gostava que ele conseguisse dizer de 1 vez por todas e um por um, quais são os sectores onde o estado está a mais, e donde deve sair de cena.

quarta-feira, julho 13, 2005

Tudo igual em Portugal

Portugal. País único! Portugal país singular.

Portugal é o país onde a seca extrema tão anunciada e prevista não impede os municipios de regar os jardins, praças e rotundas com água tratada. Noutros países esta é uma das primeiras medidas para poupar o líquido precioso, mas cá não.

Portugal é o país onde as empresas têm pouca capacidade competitiva face à concorrência estrangeira, mas é também o país cujas empresas fornecedoras de energia (petróleo, gás natural e electricidade) mais lucros apresentam, ano após ano. Nos outros países o estado consegue controlar essa ganância inibidora da economia, mas por cá não há esse interesse.

Portugal é o país do improviso, e todos os anos se usa essa capacidade de improviso mesmo no combate aos incêndios florestais, que até têm uma época oficial própria. Ainda ontem vi na tv um comandante de bombeiros que nem sabia ao certo o número de homens que dispunha, nem os respectivos meios terrestres e aéreos. Tinha uma ideia, o que já não era mau de todo, mas números exactos não sabia... Como se pode coordenar o que quer que seja ignorando isto? Só graças ao improviso permanente.

Portugal é o país do esbanjamento. Todos os anos deita fora energia suficiente para suprir metade das suas necessidade anuais em energia electrica (biomassa florestal) que ainda para mais é totalmente auto-sustentável. Na Suécia, os 60 dolares/barril já fizeram com que produção de bio-combustíveis feitos a partir da biomassa esteja já inserida na rede de abastecimento de gasolinas e gasóleos. Por cá, como somos ricos, só usamos petróleo e do bom e o resto deixa-se arder...

Todos conhecemos um vizinho ou amigo de um conhecido que ganha o que ganha mas faz questão de ostentar uma vida muito acima das suas posses. O que eu não sabia é que um país pode também assumir esta imagem e é exactamente essa a ideia que Portugal deixa a quem o vê de fora. É um país em fato de treino roxo, a vaguear por um mega centro comercial e a comprar tudo o que acha que vai meter raiva aos outros, nem que seja a crédito de 72 meses. O que interessa é ostentar, é parecer rico.

Portugal é também o país dos milagres. Das excepções e dos herois, que de vez em quando aparecem e fazem avançar um pouco o nível do país.
O problema é que milagres e herois não acontecem todos os dias e enquanto se espera pelo próximo a tendência natural é degradar tudo o que o anterior estado excepcional de competência realizou.

Portugal é um país que se dá mal com a democracia e a liberdade. Ou melhor só consegue encontrar dois modos de vida, ou totalmente paternalizado com uma ditadura cómoda ou totalmente anárquico com uma democracia irracional.

Falta quem pense, quem planeie, quem trace um rumo e quem crie soluções. O tal heroi, o D. Sebastião.

terça-feira, julho 12, 2005

Guerra dos Mundos

Fui ver hoje.
O filme está bem feito, no estilo inconfundível do Spielberg mas, não vai entrar na história devido essencialmente a um erro de casting: o Tom Cruise não é convincente no papel.
Talvez seja só eu a pensar isto, mas acho que determinados actores de deixam precocemente "agarrar" a determinados papeis e que depois ficam marcados de tal forma por eles que tudo o que saia desse registo se torna "falso". Não é que sejam maus actores é uma questão de imagem.
Neste "guerra dos mundos" o Ray, simplesmente não cola.

economia

Talvez o que se passe em Portugal nos dias de hoje, seja antes de tudo o mais, um problema de oportunismo económico.
Há diversos factores produtivos que influenciam a chamada "produtividade". Desde logo a famosa mão-de-obra, que como todos sabemos, fruto do bombardeamento diário dos media nacionais, é pobre em qualificações e forte em salários reduzidos. Mas há outros factores que se conjugam para a formação dos preços finais das coisas: a energia que eles gastam para serem produzidos, o custo do transporte das matérias primas e dos produtos acabados até nós, as comunicações e o marketing.
Os dois primeiros parecem-me os mais importantes mas há também produtos cuja fatia de marketing é muito superior a todas as outras, estou a lembrar-me por exemplo dos produtos de limpeza por exemplo.

Durante o período em que a edp, a galp, a portugal telecom eram empresas públicas, e o lucro não era o único objectivo, os seus respectivos produtos eram razoavelmente baratos e por consequência, as empresas nacionais conseguiam também produzir coisas mais acessíveis, empurrando um pouco os produtos estrangeiros.

- E então e os salários baixos? Todos nós sabemos que os empresários portugueses jogavam com os salários baixos para competir com os estrangeiros! Era isso que fazia girar a nossa economia -

Era assim e eu não vejo que isso tenha mudado! Voçês vêm?

Sendo assim, a grande mudança que ocorreu insere-se nos outros factores de produção.
A partir do momento em que artificialmente, o estado se desfez dessas empresas, sem criar os seus mecanismos de regulação nem assegurar previamente que a livre concorrência as pudesse regular, o que se passou foi que elas obedecendo à necessidade de fornecerem anualmente lucros avultados aos seus accionistas, tornaram os seus produtos muito mais caros, fazendo sofrer todo o tecido produtivo do país.

Portugal tem assim uma das mais caras electricidades da Europa, um dos maiores custos em telecomunicações da Europa e a gasolina mais cara do continente. Como consequência todos os seus produtos perderam rapidamente a competitividade quer interna, sendo vencidos por qualquer produto importado, quer externa, vendo diminuída a sua possibilidade de exportação.

Foi como se de repente, o estado tivesse aberto a única fonte do deserto, e tivessse entregue a sua exploração, a um empresário com uma doença grave: febre dos lucros. Sem concorrência, e a vender um produto de primeirissima necessidade esse empresário tem mãos livres para decretar o preço que quiser e quem sofre são os consumidores.

Será uma visão errada mas não custa nada pensar nela (por enquanto)

quinta-feira, julho 07, 2005

Fundem o verdadeiro PP

Nesta altura da existência do Portugal democrático parece inacreditável que ainda existam confusões e inexactidões dentro dos principais partidos nacionais. Aproveito este espaço que a própria democracia me providenciou para sugerir aos chefes politicos nacionais um movimento de realinhamento do nosso prisma partidocrático.
Julgo que o actual PPD/PSD é o que vive pior neste momento, por se deparar constantemente com o seu estado de total esquizofernia ideológica. Existem claramente dentro deste partido duas personalidades (facções) distintas às quais se associam claramente os dois grandes grupos de membros do partido. Existem os PPD e os PSD. Ideologicamente não há grandes clivagens como é próprio de um partido neutro, que vive na crista. No entanto existe um modo de actuar completamente diferente entre esses dois grupos que é mais fácil de descrever nomeando as pessoas que pertencem a um e a outro.
São PPDs ilustres: Valentim Loureiro, Santana Lopes, Isaltino Morais, João Jardim e Luis Filipe Menezes.
São PSD brilhantes: Cavaco Silva, Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, Rui Rio e Marcelo Rebelo de Sousa.

Nomeei 5 de cada para ficar em igualdade mas junto a cada um destes nomes podem ser lembrados muitos outros.
O que os distingue entre si?
Essencialmente é o modus.
O primeiro grupo caracteriza-se pelo voluntarismo pessoal e pela proximidade com as massas ou bases como eles gostam de lhes chamar. Não sou só eu que olhando para aquela lista lhe encontro inúmeras semelhanças, pois não?
A segunda lista tem com lema o planeamento e a racionalidade adornado por algum distanciamento que às vezes é essencial quando se tem de decidir bem, mas que quando as coisas se tornam mais duras, se transforma, para estas pessoas, num refúgio de onde só saem por uma porta muito pequena que os refugios costumam ter.

O meu apelo é pois que se separem as águas! Clarifiquem as vossas posições e sigam cada qual o vosso rumo.
Os PPD têm a vantagem de poder atrair logo alguns outros membros ilustres de outros partidos como sejam o Paulo Portas, o Manuel Monteiro e o Adelino Ferreira Torres do CDS/PP (outro partido em crise de identidade) bem como a Fátima Felgueiras, o Mesquita Machado ou o Narciso Miranda do PS (que também urge reformar e clarificar).

A crise do CDS/PP não é tão grave porque só se agravou com a liderança carismática do Paulo Portas. Até essa altura o CDS era um partido de direita cristã à espera de melhores dias até poder despir a capa do centrismo.
Com Paulo Portas, o que parecia ser um partido tranquilo (demasiado tranquilo) sofreu uma metamorfose ou um transformismo e renasceram novas atitudes dentro de vários dos seus membros criando a facção PP.

A crise do PS fica para uma próxima oportunidade...