sábado, fevereiro 12, 2011

a esquerda



Ontem dia 10 de Fevereiro o bloco de esquerda anunciou, no parlamento que pretende apresentar uma moção de censura ao governo Sócrates a 10 de Março. Justificou Louçã que a moção foi marcada para esse dia, porque só a partir dessa data o Presidente Cavaco Silva tem capacidade para agir em conformidade na circunstância da moção ser votada favoravelmente pelo hemiciclo. Tudo lógico e pragmático. O bloco considerou finalmente que é tempo de pôr em prática a retórica por vezes estridente que muitas vezes pratica na assembleia. Muito bem, pensamos todos.
Hoje dia 11 de Fevereiro, o mesmo bloco, mas através de outro dirigente que não conheço o nome nem o posto que ocupa no aparelho, veio dizer que afinal a moção não é para ser aceite pela maioria. Apresentam-na mas não pretendem lutar por ela. Diz esse parlamentar que se o PSD ou o CDS (a apontada direita portuguesa)votarem a moção favoravelmente, "cairão no ridículo".
Este genero de acções políticas, ao contrário do que devem pensar os dirigentes que as concebem, não são bem vistas pela população e consequentemente com elas nunca ganham simpatizantes, aliás a tendencia é perdê-los.
Desta vez há um facto que os bloquistas ignoraram e que agrava bastante o impacto negativo da sua moção brincalhona. Toda a população informada sabe que a execução orçamental do 1º trimestre que o governo vai apresentar em Abril, vai constituir o definitivo exame à sua capacidade de se manter em funções. Qualquer derrube antes dessa data é apenas mais uma manobra política tipica desta classe de politicos de quem a população foge como o diabo da cruz. Estamos fartos destas manobras cénicas onde o meio político se auto-acaricia, fechado à verdadeira vontade dos cidadãos e do futuro do país.
Enquanto a esquerda portuguesa, se mantiver conformada no seu actual papel de animador folcolórico do meio político português, tal como o partido trabalhista fazia, antes da emergência do fenómeno Lula da Silva, o pais manter-se-à sem rumos alternativos, condenado ao bloco monolitico actual, centrado nos vicios e no status quo, que tem reinado este egito, nas últimas 3 decadas.