sexta-feira, maio 20, 2011

2 perguntas a Socrates

1. Que justificações tem para que em 2009, não ter acompanhado a Espanha no conjunto realista de medidas que eles tomaram e que os têm mantido credíveis aos olhos dos seus credores? Ou posta de de forma mais directa a questão: que dados económicos objectivos dispunha o Sr. nessa altura que lhe permitiram considerar que estávamos em melhores condições que Espanha?

2. Porque é que se demitiu após a aprovação das moções de resolução do PEC IV?
Renunciando desta forma simples à atitude de defesa do país que momentos depois invocou para caracterizar a actuação que o governo teve nos meses que precederam a demissão. Persiste a dúvida se demitindo-se por escolha e não por obrigação ou necessidade, não terá sido o Sr. que afinal estendeu a passadeira vermelha do Pote. Porque não escolheu antes a via do dialogo com os partidos da oposição no sentido de reformular o PEC IV, tal como anunciou até à náusea nos dias que antecederam a votação das moções. Dias antes da aprovação das moções o PS estava de braços abertos para negociar ajustes que fossem necessários ao PEC IV e logo a seguir fechou os braços e demitiu-se, quando nada o obrigava a fazê-lo. Tanto mais que algum tempo antes o Sr. até tinha sobrevivido a uma moção de censura (de contornos fantásticos, aliás) essa sim com capacidade para o obrigar a sair.

Sem boas respostas a estas duas questões, jamais votarei no PS.

segunda-feira, maio 09, 2011

o longo tempo das coisas absurdas

Como é possível que durante tanto tempo, o estado português tenha actuado como o principal angariador de crédito bancário para compra de habitação, sem que ninguém questionasse sequer a sustentabilidade dessa actuação?
Como é possível que durante tanto tempo o estado português tenha considerado que a compra de carros para a administração das empresas fosse equiparável a à modernização da sua frota comercial, consentindo que a sua compra contenha o mérito de uma decisão de investimento (vide o incentivo fiscal a que eles estão sujeitos)?

quinta-feira, maio 05, 2011

António Costa quer uma autarquia metropolitana para gerir a região- Economia - Jornal de negócios online

António Costa quer uma autarquia metropolitana para gerir a região- Economia - Jornal de negócios online

Bem vindo à Lusitânia Sr. Costa

Autarquias: Rui Rio defende mandatos de cinco anos para melhorar eficácia da governabilidade

Autarquias: Rui Rio defende mandatos de cinco anos para melhorar eficácia da governabilidade

Bem vindo à Lusitânia Sr. Rio

insulina e gasolina - a auto-regulação como forma de gerir racionalmente os transportes públicos

A utilização dos transportes públicos em detrimento do transporte individual deve constituir uma das áreas em que qualquer estado deve investir. Ultimamente tem vindo a ser insistentemente explicado que todos as empresas públicas de transportes colectivos para além de estarem tecnicamente falidas, não têm solução para virem a ser sustentáveis. Será assim? Terá o Estado de enfrentar este problema com os braços caídos ou existirá uma forma de dar a volta ao problema?

Na natureza e particularmente na fisiologia, existem mecanismos através do qual diversas funções corporais se conseguem manter em equilíbrio (sustentáveis, portanto) através de simples mecanismos de feed-back. A regulação da glicémia é um exemplo que pode ser usado. Quando a glicose circulante no sangue, desce abaixo de um limiar, existe um órgão que dispara a produção de insulina, que por sua vez vai percorrer o corpo, desencadeando diversas reações que permitem mobilizar açucares armazenados para fazer face à escassez momentânea desse recurso. Quando o nível finalmente é reposto, cessa a produção de insulina e o organismo retoma o equilíbrio. Em palavras simples é mais ou menos isto que acontece.
O sistema foi montado para dar resposta automática a défices cíclicos de uma substância essencial à manutenção da vida.

Da mesma forma deveria ser encarada a gestão da coisa pública.
Os subsídios do Estado aos transportes públicos têm de ser auto-sustentáveis sem infringir as regras do concorrência.
Quando é que a sociedade aproveita mais o uso colectivo de meios de transporte? Certamente que é nas crises dos combustíveis uma vez que nessas alturas o peso da importação de petróleo na balança externa é maior. A melhor maneira de diminuir esse peso seria existir um mecanismo que baixasse tanto mais as tarifas dos transportes conforme subissem os preços do gasóleo. Exactamente ao contrário do que hoje se verifica. Ora se o Estado conseguisse indexar uma parte substancial do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos, ao subsidio dos meios de transporte colectivo, ia precisamente estabelecer um mecanismo de feed-back que além de tornar mais eficiente a escolha do transporte por parte dos cidadãos, ainda ia provocar a diminuição do consumo de combustível.
É por isso que o Estado deve compartimentalizar sempre que possível, as receitas geradas por um mercado ou produto, às despesas inerentes ao financiamento do funcionamento desse próprio mercado.
Em vez de aglomerar as receitas do Estado num bolo imenso e depois distribui-lo tantas vezes sem critérios de custo-beneficio, pelas diversas "capelinhas" que vivem na sua orbita, o Estado devia preocupar-se em criar mecanismos deste tipo, que permitissem simplificar ou até mesmo dispensar a actuação muito mais arrastada, burocrática e influenciável das autoridades de regulação.