terça-feira, novembro 01, 2011

euro grécia

O drama grego continua a agitar os mercados, ou será continua a ser usado para conduzir os mercados?
Está bem consolidada a noção de que ninguém tem poder suficiente para dirigir os mercados. Eles são formados por multiplas ideias e convicções e o rumo que toma dia-a-dia e mês-a-mês, é determinado pelo somatório de todas essas ideias e convicções. Para poder influenciar o seu rumo teria de existir um monstruoso poder financeiro com peso suficiente para influenciar a balança onde se pesam ursos e touros.
Também creio ser mais ou menos claro para todos, que a parte dita ocidental do mundo está a perder inexoravelmente a sua secular influência na economia mundial, em favor das novas potências eco-demográficas.
Junto a estas duas noções a de que este mundo ocidental, tem vindo nas ultimas duas decadas a disfarçar a sua perda de peso, recorrendo a dinheiro emprestado por essas mesmas nações ditas emergentes. O crédito substitui o crescimento interno que deixou de poder acompanhar as beneses sociais que esses estados criaram para os seus povos.
Estamos neste momento a constatar que também o crédito se está a esgotar e as nações ocidentais, enfrentam o fim de mais esse recurso para colmatar a perda cronica dos seus factores de crescimento.
Sem capacidade de produzir, sem capacidade de pedir emprestado, resta a derradeira soluçao dos desesperados: apropriar-se de capitais de terceiros.
Creio que é a concretização desta ideia que temos vindo a assistir.
Os dirigentes europeus e americanos, têm concertado entre si determinados gestos, que fazem mexer os mercados no sentido que eles pretendem, tendo como objectivo derradeiro, gerar capital que permita pagar as enormes dívidas que todos foram acumulando.
É desta fora que eu percebo o recente anuncio do PM grego, sobre a realização de um referendo (para dar força aos ursos), que se seguiu a mais uma cimeira para a agradar aos touros.
Com estas manipulações aos mercados os estados ocidentais usam uma espécie de inside trading estatal para conseguirem fundos que paguem as contas.
Nos ultimos 3 meses, todas as oscilações nos indices mundiais, começaram ou terminaram, com um evento politico, criado pelos estados ocidentais endividados.
Só no ultimo ciclo (cimeira do dia 26/10, anuncio do referendo grego no dia 1/11) o DAX mexeu 700 pontos (12%). Os bancos franceses mexeram 40% em 5 dias!