quarta-feira, junho 07, 2023

Aí vai mais uma "venda" do Estado

O Estado português acaba de vender a EFACEC a uma empresa alemã e como já é hábito a questão que se coloca é: terá sido mesmo uma venda?
Reparem nisto que o próprio ministro afirmou:
 "Até agora, o Estado colocou 132 milhões de euros, mais 85 milhões de euros em garantias", indicou António Costa Silva.

Ainda não se sabe o preço da "venda" mas é muito pouco crível que tenha sido sequer 85 milhões.
Portanto o Estado está especializar-se em nacionalizar empresas "sucata" (TAP, Novo Banco, EFACEC), depois de gastar larguíssimos milhões a decapar a ferrugem e a pinta-las de fresco, ainda diz aos compradores:
- reparem bem que somos tão "incríveis" que se correr mal o negócio cobrimos os prejuízos futuros até ao limite de xxx milhões (no caso EFACEC foram 85, no caso da TAP foram 400 e no Novo Banco era quase infinito).

Negócios destes é que vale a pena.
E ninguém vai para a prisão, o que também é uma mais valia.

terça-feira, setembro 28, 2021


Tanto atraso mental neste País...

Quando se exige sustentabilidade, respeito pela Natureza, pegada ambiental minima, andam os "Camelos" do Ministério do Ambiente a financiar barreiras transversais nos rios, Andam a propagar a praga que mais contribui para a fragmentação dos habitats aquáticos e para o enfraquecimento das populações da ictiofauna. Quando aqui ao lado se está a investir na remoção de obstáculos aqui investem a recuperá-los. E para quê? Para efeitos estético e de lazer. "Que se foda a ecologia, queremos é sítios bonitos." 
Assim vai Portugal





quinta-feira, julho 15, 2021

a justiça dos castiguinhos

José Socrates, Ricardo Salgado, Joe Berardo, Filipe Vieira, António Mexia, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, e tantos tantos outros. O que têm de comum perante os órgãos de justiça de Portugal?

São visceralmente catalogados de intocáveis pelo próprio sistema de justiça que os devia regular. Os juízes, os procuradores, os próprios policias sabem que nada podem fazer.
Esta é a realidade que o aparato mediático dos últimos tempos tenta disfarçar.
E qual é a base que me sustenta esta conclusão?
É precisamente a maneira como se processa o frenesim das investigações criminais que os percorrem.

A justiça portuguesa sabe que não os consegue apanhar em julgamento e que portanto a única maneira de os punir perante o resto da sociedade é montando um circo à volta das detenções no momento em que são inquiridos e constituidos arguidos.
Alguma coisa tem de ser "dada" ao povo, não vá ele revoltar-se contra este sistema de cleptocracia institucional que existe no nosso país. Então "dá-se" este circozinho, onde entram as imagens deles a serem metidos nos carros policiais, as caravanas de fotógrafos a tirar fotos aos vidros escurecidos, as fotografias das celas com "camas de cimento" e sanitas sem separação, os dias "intermináveis" em que ficam detidos, à espera das sessões de tortura com juiz e procurador a fazerem perguntas cruéis. 
São todas estas imagens que são essenciais passar ao povo. 
- Estão a ver! Estes senhores maus já estão a sofrer. 
É preciso mostrar que estão a sofrer.

Acabados estes dias de castigo, mandam-nos para casa com uma pulseira, ou com uma cauçãozinha, e chamam pelo próximo cliente, ao mesmo tempo que alugam outra sala para guardar os biliões de documentos angariados no ultimo processo.

Na antiga escola primária o professor castigava os maus alunos, virando-os contra uma parede com um chapéu de orelhas de burro. Em Portugal, a justiça auto-limita-se a fazer o mesmo perante a casta superior, rica em crimes de colarinho branquinho.

 

segunda-feira, dezembro 28, 2020

Que se passa com as redações das TV portuguesas?

Ontem foi dia 27 de dezembro e ficou assinalado como o inicio da campanha de vacinação contra a doença Covid-19. Os noticiários encheram-se de noticias sobre isso, como seria de certa forma natural esperar que acontecesse. Só que nunca esperei ver mais de 1 hora de noticia, em ciclos repetitivos, onde só mudava o local de reportagem. 
Fizeram-se reportagens em todos os hospitais públicos de Lisboa Porto e Coimbra, mostrando pessoal hospitalar a ser vacinado, e perguntando até à exaustão sempre as mesmas coisas (também pouco mais haveria para perguntar). Over and over and over and over até à exaustão.
Como se isso não bastasse, hoje (2º dia da campanha) voltaram a fazer o mesmo! Lisboa, Porto, Coimbra; reportagem e direto; perguntar se tiveram hesitações em tomar e como se sentem; entrevista rápida a um administrador para dizer que está tudo a correr bem e passar para outro hospital para repetir o ciclo......
Não acham que chegava fazer uma reportagem apenas?
Que diferença haverá entre vacinar no Curry Cabral ou no Santo António?
Para quê tanto tempo e tantos recursos gastos numa só noticia?
Não havendo mais nada no mundo para reportar, porque não encurtar os serviços noticiosos e passar musica, ou desenhos animados?

Que falta faz um Diácono Remédios...

segunda-feira, dezembro 21, 2020

https://eco.sapo.pt/2020/12/21/leilao-do-5g-arrisca-tornar-portugal-na-18-a-comunidade-autonoma-espanhola-alerta-miguel-almeida/

Leilão do 5G arrisca tornar Portugal “na 18.ª comunidade autónoma espanhola”, alerta Miguel Almeida - presidente executivo da NOS

O Miguel é apenas um exemplo do que todos os outros operadores de telecom a operar em Portugal já vieram dizer. Estão todos ferozmente contra o regulador ANACOM por causa das regras impostas por este no leilão 5G.
Confesso desde já que não li essas regras nem sei ao detalhe os problemas que os CEOs detetaram, mas de uma coisa sei, é mais saudável que os regulados protestem contra o regulador, do que andem aos abraços. Infelizmente para nós, consumidores, é raríssimo encontrar na história portuguesa das telecom, períodos de protesto entre ambos e como todos nós (e as nossas carteiras) sabemos os resultados são péssimos. Tudo o que se trate de comunicar é quase sempre mais caro neste país do que em nos outros países da UE, seja móvel, tv, dados, etc. O mesmo se passa na energia é nos outros mercados regulados.
A origem do pecado, em todos eles é exatamente essa captura sistemática que os que têm mais poder - Os Regulados - fazem aos que supostamente lhes deviam apresentar as regras do jogo, protegendo a qualidade dos serviços e os consumidores.
Por uma vez estou a assistir a alguma coisa diferente e sinto que é bom. A ultima vez que algo parecido aconteceu, terminou com a demissão dos que do lado dos consumidores, tentou lutar contra os CEO. Na altura foi um Secretário de Estado da Energia.

quinta-feira, janeiro 16, 2020

Adam Smith serve para tudo, até para pintar de verde

https://eco.sapo.pt/opiniao/so-o-capitalismo-pode-ser-verde/

Deparei-me com este artigo e não posso deixar de questionar uma das "verdades" que o autor apregoa: 

"aumentar a produção utilizando menos recursos é o objectivo de qualquer sociedade de base capitalista. Desde que o custo dos recursos sejam devidamente cobrados (algo que, assumidamente, muitas vezes não tem sido feito no caso dos recursos naturais e ambientais), o objectivo das empresas num mercado livre é precisamente fazer mais com menos, utilizar menos recursos para produzir mais." 

- trata-se da tal fábula do século XVII que falava na mão invisível, só que desta vez aplicada não à eficiência na formulação dos preços, mas à consciência ecológica do capital.

Ao autor (economista) faltou introduzir um detalhe: "O Lucro" ou em linguagem capitalista a Margem. Se qualquer empresa em mercado livre (como diz o economista, puder produzir mais bens, usando mais recursos, ou recursos ambientalmente sensíveis ou inadequados, e com isso aumente as suas margens e entusiasme os seus accionistas, e engrosse o pacote de bónus dos seus gestores, não tenham dúvidas absolutamente nenhumas que será isso que ela irá fazer.
Sem apelo nem agravo.