quinta-feira, julho 07, 2005

Fundem o verdadeiro PP

Nesta altura da existência do Portugal democrático parece inacreditável que ainda existam confusões e inexactidões dentro dos principais partidos nacionais. Aproveito este espaço que a própria democracia me providenciou para sugerir aos chefes politicos nacionais um movimento de realinhamento do nosso prisma partidocrático.
Julgo que o actual PPD/PSD é o que vive pior neste momento, por se deparar constantemente com o seu estado de total esquizofernia ideológica. Existem claramente dentro deste partido duas personalidades (facções) distintas às quais se associam claramente os dois grandes grupos de membros do partido. Existem os PPD e os PSD. Ideologicamente não há grandes clivagens como é próprio de um partido neutro, que vive na crista. No entanto existe um modo de actuar completamente diferente entre esses dois grupos que é mais fácil de descrever nomeando as pessoas que pertencem a um e a outro.
São PPDs ilustres: Valentim Loureiro, Santana Lopes, Isaltino Morais, João Jardim e Luis Filipe Menezes.
São PSD brilhantes: Cavaco Silva, Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, Rui Rio e Marcelo Rebelo de Sousa.

Nomeei 5 de cada para ficar em igualdade mas junto a cada um destes nomes podem ser lembrados muitos outros.
O que os distingue entre si?
Essencialmente é o modus.
O primeiro grupo caracteriza-se pelo voluntarismo pessoal e pela proximidade com as massas ou bases como eles gostam de lhes chamar. Não sou só eu que olhando para aquela lista lhe encontro inúmeras semelhanças, pois não?
A segunda lista tem com lema o planeamento e a racionalidade adornado por algum distanciamento que às vezes é essencial quando se tem de decidir bem, mas que quando as coisas se tornam mais duras, se transforma, para estas pessoas, num refúgio de onde só saem por uma porta muito pequena que os refugios costumam ter.

O meu apelo é pois que se separem as águas! Clarifiquem as vossas posições e sigam cada qual o vosso rumo.
Os PPD têm a vantagem de poder atrair logo alguns outros membros ilustres de outros partidos como sejam o Paulo Portas, o Manuel Monteiro e o Adelino Ferreira Torres do CDS/PP (outro partido em crise de identidade) bem como a Fátima Felgueiras, o Mesquita Machado ou o Narciso Miranda do PS (que também urge reformar e clarificar).

A crise do CDS/PP não é tão grave porque só se agravou com a liderança carismática do Paulo Portas. Até essa altura o CDS era um partido de direita cristã à espera de melhores dias até poder despir a capa do centrismo.
Com Paulo Portas, o que parecia ser um partido tranquilo (demasiado tranquilo) sofreu uma metamorfose ou um transformismo e renasceram novas atitudes dentro de vários dos seus membros criando a facção PP.

A crise do PS fica para uma próxima oportunidade...

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