São visceralmente catalogados de intocáveis pelo próprio sistema de justiça que os devia regular. Os juízes, os procuradores, os próprios policias sabem que nada podem fazer.
Esta é a realidade que o aparato mediático dos últimos tempos tenta disfarçar.
E qual é a base que me sustenta esta conclusão?
É precisamente a maneira como se processa o frenesim das investigações criminais que os percorrem.
A justiça portuguesa sabe que não os consegue apanhar em julgamento e que portanto a única maneira de os punir perante o resto da sociedade é montando um circo à volta das detenções no momento em que são inquiridos e constituidos arguidos.
Alguma coisa tem de ser "dada" ao povo, não vá ele revoltar-se contra este sistema de cleptocracia institucional que existe no nosso país. Então "dá-se" este circozinho, onde entram as imagens deles a serem metidos nos carros policiais, as caravanas de fotógrafos a tirar fotos aos vidros escurecidos, as fotografias das celas com "camas de cimento" e sanitas sem separação, os dias "intermináveis" em que ficam detidos, à espera das sessões de tortura com juiz e procurador a fazerem perguntas cruéis.
São todas estas imagens que são essenciais passar ao povo.
- Estão a ver! Estes senhores maus já estão a sofrer.
É preciso mostrar que estão a sofrer.
Acabados estes dias de castigo, mandam-nos para casa com uma pulseira, ou com uma cauçãozinha, e chamam pelo próximo cliente, ao mesmo tempo que alugam outra sala para guardar os biliões de documentos angariados no ultimo processo.
Na antiga escola primária o professor castigava os maus alunos, virando-os contra uma parede com um chapéu de orelhas de burro. Em Portugal, a justiça auto-limita-se a fazer o mesmo perante a casta superior, rica em crimes de colarinho branquinho.
Sem comentários:
Enviar um comentário