segunda-feira, outubro 22, 2012

se não fosse trágico era no minimo ridiculo

A posição de Portugal e dos seus governantes, vista da Europa atingiu um nível trágico-cómico extremo senão vejamos:

1. Na linha do anterior governo, o actual PM adotou a postura do bom aluno, cumpridor e subserviente perante os credores e parceiros europeus. É definitivamente essa a imagem que eles querem projetar lá fora. Destaque-se nesta opção o caráter vermicular da mesma e a revelação pública e universal da ausência de uma estratégia própria dos nossos dirigentes para sequer encontrar uma luzinha ao fundo do túnel em que enfiaram o País.

2. Da parte da Alemanha podemos esbracejar muito e protestar mas todas as medidas tomadas pela chanceler, traduzem apenas uma vontade: proteger os habitantes dos países periféricos, do efeito secundário mais perverso da chamada democracia ocidental - O POPULISMO.
O que os credores perceberam de toda esta situação, é que o rigor orçamental que a moeda única obriga, foi sistematicamente colocado na gaveta pelos sucessivos Governos dos países periféricos, todos eles devidamente eleitos, em função da quantidade e qualidade das promessas e/ou subornos com que iam "enganando" os respectivos cidadãos. Em todos os países em crise, as vitórias eleitorais são alicerçadas em mentiras. Em todos eles se utilizava a dívida para, de uma forma ou de outra amaciar no último ano dos mandatos, os possíveis desagrados que a opinião pública pudesse ter. 
A recente proposta da chanceler alemã de fazer com que os orçamentos anuais dos países da zona euro, sejam aprovados pela UE, é precisamente com esta intenção. 

Conjugando estes dois pontos podemos formar mentalmente a imagem trágico-cómica com que iniciei o texto.
Os governantes populistas e aldrabões que nas reuniões da UE fingem ser os cãezinhos amestrados que entretêm os restantes convidados com truques e beijinhos.
Os lobos que se vestem com uma minúscula pele de cordeiro que apenas lhes cobre a cabeça.


PS. é claro que não podemos esquecer que a Alemanha ao mesmo tempo que enfraquece a periferia, particularmente as suas empresas, cria vantagens enormes para si própria. Trata-se de uma posição bastante comoda em que ganha em qualquer dos cenários, ou seja ganha se conseguir disciplinar os devedores crónicos e ganha se eles destruirem nesse processo o seu tecido produtivo. 

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