quarta-feira, maio 30, 2012

io-io

A forma como o país está a enfrentar o aperto da dívida, sem praticamente alterar nada de substancial no que diz respeito à estrutura da sua economia, leva-me a admitir que o resultado final de toda esta situação vai ser o equivalente inverso das dietas io-io (digo inverso porque neste caso ser gordo, significa um país próspero). Quer isto dizer que estamos a emagrecer o PIB, aplicando medidas de austeridade que incidem apenas sobre os cidadãos, deprimindo essencialmente o seu consumo, para que depois, aliviando esse garrote, se consiga engordar durante uns anos, até que a economia recupere o que a recessão "comeu". O ritmo a que se soltará o garrote irá determinar o ritmo do crescimento, levando a crer que os partidos que estarão nesse altura no comando irão certamente gerir esse ritmo de acordo com o ciclo eleitoral.
O balanço final vai ser um PIB que inicialmente irá crescer de forma rápida, permitindo até ganhar as eleições, com a ilusão de que finalmente o país entrou no rumo do crescimento sustentável, mas que posteriormente, como a estrutura se manteve no essencial inalterada, retomaremos o crescimento anémico que ao longo de decadas caracteriza a nossa economia. Com alguma probabilidade, vamos ter 3 anos de emagrecimento acentuado, que depois se for bem gerido irá resultar em 8 a 10 anos de pseudo-crescimento, sendo que no fim o "paciente" voltará a ficar com os 120 kg com que começou o regime, e nem mais uma grama.
Infelizmente todos os sinais até agora apontam para esta conclusão.
A daqui concluo também que o sistema político português não se conjuga bem com os patamares evolutivos da democracia que até agora temos vindo a construir, uma vez que é ele que está a emperrar de forma irremediável o crescimento económico de Portugal.

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