quarta-feira, outubro 04, 2006

países pequenos, bom ou mau?

Em Portugal vivemos permanentemente a chorar pelo nosso copo vazio e raramente se encaram os acontecimentos sob a perspectiva do copo cheio.

Nunca ou quase nunca se vêm debates nos foruns da moda, sobre as vantagens que o País tem em ser como é. Nunca se exploram as potencialidades que temos, e em alternativa, não parámos de olhar para todos os outros países com um misto de inveja e auto-flagelação. É este o destino de Portugal? Ser para sempre um país de invejosos paralíticos?


Portugal é um país pequeno. Esta verdade, tão frequentemente evocada para embranquecer derrotas e frustações, pode ser uma virtude.

  • Por sermos pequenos pode tornar-se mais fácil atingir por exemplo um grau elevado de auto-suficiencia energética.
  • Tendo pouca população é uma das condições necessárias para que os sistemas de transporte possam caminhar num sentido da eficiencia.
  • A dimensão também pode favorecer a comunicação entre os centros de decisão e os cidadãos, podendo torna-la mais directa do que noutros países com uma população mais densa e um território mais amplo.
  • A questão da segurança é também favorecida pelo facto do país ser de pequena dimensão e ter fronteira com um só país – a Espanha.

Muitos outros assuntos relevantes para o bem-estar e desenvolvimento de Portugal podem ser tratados de forma mais eficaz se jogarmos com a dimensão em nosso favor em vez de estarmos constantemente da lamentar a falta de peso na FIFA, na ONU, na UE e em praticamente todos os palcos internacionais, dando uma imagem de cidadãos mentecaptos deste planeta.

Retomando um pouco o assunto energético, tão importante nos tempos que correm, gostava de deixar aqui uma pergunta: Já alguém pensou bem a importância que irá(ão) ter o(s) primeiro(s) país(es) que se tornar(em) livre(s) do petróleo como fonte de produção de energia?

Considero esse “pódio” como um equivalente ao escalonamento que foi feito com a Era dos Descobrimentos. A visão que teve D. João I ao lançar o país na aventura gloriosa era fundamental que reinasse na cabeça de algum governante nestes tempos que correm. Um que definitivamente criasse um verdadeiro designio Nacional relevante (não um festival de vaidades como o Euro2004 ou a EXPO98). Um que seguisse o exemplo do JFK quando instigou os habitantes dos EUA para alcançarem a Lua.

Já imaginaram bem a vantagem competitiva que Portugal teria se se libertasse das amarras geo-políticas e estratégicas que o petróleo hoje obriga? Poder dizer não às intervenções dos EUA como zeladores do nosso petróleo, poder proíbir a passagem de petroleiros nas águas da nossa ZEE, poder cumprir os Protocolos de Quioto, de Joanesburgo, Istambul ou de Caracas e os mais actos de propaganda que os EUA quisessem organizar...

Já não falando na inovação tecnológica que um objectivo deste tipo traria por força e por si só ao país.


Na Lusitânia serão estes os alicerces do País!

Seremos independentes, mas verdadeiramente independentes!

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