sexta-feira, março 10, 2006

Planos de gabinete

A propósito do recém pré-anuncio de encerramento de algumas maternidades por esse país fora, ouvi hoje na rádio um autarca (não revelo quem porque até nem interessa saber), dizer que esta é mais uma reforma feita na secretária, e sem atender aos reais anseios da população.

Feita esta introdução, quero expor o meu pensamento sobre isto.
Na minha opinião o que faz falta ao país em muitas e muitas situações, é precisamente a falta de reformas de "secretária". A serenidade, a racionalidade e a objectividade que se obtém num gabinete evitaria muita asneira de planeamento que se fez e continua a fazer, um pouco por todo o país.
O problema das decisões erradas que se tomaram é precisamente quando se levam para dentro dos gabinetes todo o tipo de pressões no sentido de as influenciar.
Certamente que todos os concelhos deste pequeno país, anseiam ter uma maternidade a 2 minutos de casa, e se o poder de decidir fosse excluviamente dos autarcas tal seria já hoje uma realidade. É claro que nessa altura o orçamento do Ministério da Saúde igualaria o PIB Nacional mas isso não interessa para nada. Já se sabe que nenhum autarca gosta que lhe encerrem serviços que prestam auxilios à população, mas espera-se sempre que a racionalidade de qualquer decisão administrativa que seja tomada pelo poder central impere sobre todos os outros interesses.
No caso das maternidades (como no das escolas primárias), o estado tem a obrigação de gerir bem os serviços que presta, em função do dinheiro que dispõe, e a critica tem de estar na decisão de manter serviços excedentários face à oportunidade de os encerrar.
Ninguém gosta de encerrar serviços. Mas ninguém tolera que se paguem mais impostos.
Se calhar algumas destas maternidades que agora precisam de ser encerradas, foram elas próprias construídas por intermédio de decisões tomadas fora dos gabinetes, longe da secretária e desprovidas de racionalidade, recheadas de aproveitamento político e/ou de interesse particular.

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