sexta-feira, março 05, 2010

Responsabilidade

Esta é uma palavra muito bem cotada na Lusitânia. Baseadas nela foram criados de raiz novas soluções para problemas crónicos e insolúveis nesse passado nebuloso em que viviamos no Portugal "moderno".
Um desses problemas era o das casas degradadas nas cidades. Tanto se falou delas e nunca as vimos desaparecer. Tambem é verdade que o assunto só vinha à tona quando acontecia mais uma derrocada, mas nessas alturas a discussão era intensa como uma onda de marés vivas caíndo num qualquer areal. A metáfora continuava com o desaparecimento da espuma da polémica logo que passavam uns poucos dias do fatidico "acidente".
Na Lusitânia os problemas são encarados de frente. O caminho para os resolver pode ser atribulado mas não mete medo a ninguem e como linha orientadora está a máxima: quanto mais simples melhor.
Este caso das casas abandonadas, degradadas, que esperam apenas o dia da derrocada é um exemplo perfeito dessa abordagem.
Aqui vai: Sempre que um prédio cair fruto das más condições de conservação, o terreno onde ele se implantava, reverte automaticamente para a Autarquia durante um período não inferior a 50 anos.
Quem não reagiu pro-activamente a esta medida, iniciando obras ou vendendo os imóveis, demonstrou que efectivamente não tem capacidade nem competência para exercer a função de senhorio e acabou por ver o seu problema resolvido.
Quem ganhou? As cidades, o país e os cidadãos que pretendem habitar nos centros das cidades.
Quem perdeu? Posso dizer que ninguem perdeu porque quem trata assim o seu património, votando-o ao mais completo abandono durante décadas, revela acima de tudo que na verdade já o tinha perdido há muito tempo.

Sem comentários: