quarta-feira, dezembro 07, 2005

é mentira!

"Para o executivo de josé sócrates, o investimento de 7000 milhões de euros no tgv, justifica-se porque portugal não poderia ficar de fora das ligações de alta velocidade europeias, sob pena de se tornar ainda mais periférico."
Isto é mentira! Uma das tais mentiras q se espera q seja transformada em verdade se repetida muitas e muitas vezes. O primeiro ministro mente, o estado português mente.
Alguém com um cérebro minimamente desenvolvido acreditará que um alemão virá mais facilmente a portugal se souber q existe tgv? Quem pode afirmar uma monstruosidade destas?
Alguém estará disposto a passar dezenas de horas dentro de um comboio e pagar dezenas de euros, pra viajar de paris a lisboa de tgv?
Hoje foram reveladas as primeiras projeções de preços pra linha madrid-lisboa. São no máximo 100 euros, pra uma viagem de 2h45. Que espanhol pagará isto qd pode vir de avião, demorar metade do tempo e pagar menos?
A única maneira de combater a periferia seria recortar o país e cola-lo no mar do norte. Todas as outras hipóteses q o governo sonha, servem apenas de areia pra olhos dos cidadãos.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

co adrianse

Estou habituado a ver as equipas profissionais de futebol a terem uma primeira fase da época em q procuram a equipa base, q dp vão retocando ao longo da época, com a entrada de um ou outro jogador q substituem outros q vão perdendo ritmo de jogo. Geralmente qd têm um jogo à partida mais fácil os treinadores aproveitam pra fazer algumas experiências e aprofundar o grau das trocas. Este ano no porto tenho constatado q o treinador age de maneira completamente diferente. Para além de não ter ainda acertado num 11 base, pelo menos na sua perspectiva, o holandês faz questão de abusar das experiências precisamente nos jogos mais importantes. Nos jogos onde é mais necessário q surja a força colectiva, as rotinas, o espírito de conjunto e a solidariedade da equipa. Não sei pq o faz, mas sei q fez assim nos jogos da liga dos campeões, nos jogos com o slb e agora com o sporting. Tb constato q o período de maior qualidade de jogo q a equipa teve nesta época coincidiu com a fase em que o treinador repetiu em 3 jogos o mesmo 11. Será que foi mera coincidência?

domingo, novembro 27, 2005

mais asfalto2

Ontem na inauguração do troço de que falei no post anterior, o primeiro ministro anunciou mais 226 km de auto-estradas até 2007, só no norte do país. É isto que o meu povo gosta, diria Jorge Perestrelo.
Noutros países o progresso da nação mede-se em taxas de analfabetização, taxas de produtividade, déficit de balança comercial, etc. Em portugal é mais simples. Seremos mais evoluídos se tivermos mais tlm por habitante, comprarmos mais carros que os outros países e tivermos o país todo retalhado de auto-estradas, ic, ip, etc etc etc.

sábado, novembro 26, 2005

mais asfalto.

Descobri recentemente mais um belo exemplo de como lentamente os portugueses estão a asfaltar o país com os euros dos quadros comunitários de apoio. O caso das auto-estradas paralelas, do qual já conhecia o episódio A29/A1, multiplicou-se ao perceber que a A11 que liga braga ao litoral sul de esposende, corre em paralelo com a A7 no troço entre guimarães e a póvoa de varzim. Certamente que foram os autarcas das 2 cidades a fazer pressão para que o estado gastasse mais uns milhões a fazer uma ligação quase privativa das respectivas cidades à praia. Os portugueses que vivem longe não se apercebem destes casos, mas o que é certo é que o país continua a gastar milhões e milhões em obras não planeadas, decididas em cima do joelho ou à mesa de café frente a frente com uma bela sandes de queijo, talvez limiano.
Deixo mais uma vez o apelo a q consultem um mapa de estradas ibérico actualizado, identifiquem os exemplos q descrevi, e comparem o panorama rodoviário dos 2 lidos da fronteira, reflectindo nas diferenças de desenvolvimento sócio-económico dos 2 países.

domingo, novembro 20, 2005

dia mundial em memória das vítimas da estrada

Comemorou-se hoje este dia. Tristemente, portugal lidera as estatísticas europeias em número de mortos, em número de feridos e em número de acidentes. O debate q se tem feito sobre este assunto gira em volta das causas quase sobrenaturais q fazem de portugal o líder, e entre as mais badaladas surgem o civismo, ou a falta dele, as más estradas, o sangue latino, e o apetite por bebidas alcoólicas e outros produtos dopantes.
O facto de portugal ter optado por previligiar o transporte rodoviário em deterimento do ferroviário, raramente aparece no debate. E qd actualmente se discutem investimentos avultados no tgv, parece ser boa altura juntar as 2 coisas e reflectir um pouco neste assunto.
Foi em plena era do "progresso" cavaquista q os políticos elaboraram o famoso plano rodoviário nacional, posteriormente revisto e melhorado pelo pântano guterrista. Em ambos os momentos, o objectivo a atingir permaneceu intocado: dotar o país da melhor rede rodoviária da europa, ligando todas as capitais de distrito por auto-estrada. Um projecto grandioso,capaz de fazer os parceiros europeus roerem-se de inveja.
Estou convencido q tudo foi estudado ao mais ínfimo pormenor, e foram colocados nos 2 pratos da balança, os custos que esta opção teria em termos de sinistralidade, por oposição ao grande contributo destas obras no desenvolvimento do sector da construção civil e obras públicas. Teria sido o peso deste último factor que inviabilizou a hipótese de ligar as mesmas capitais de distrito por uma moderna e eficiente rede de comboios.
É sabido q a construção de uma via férrea é mt mais rápida, mt mais barata e mt mais light em termos de mão de obra do que uma bela auto-estrada. Podiamos tb avaliar as 2 opções em termos de energia, emissões e impactes no ambiente, mas todos esses factores juntos não chegaram para dobrar o poderoso lobi das estradas e produtos associados.
Foram todas estas reflexões e decisões, q levaram a q nesta altura do desenvolvimento do país, em pleno ano de 2005, e numa altura em que o plano rodoviário já deu origem a milhares de km de asfalto, a simples ideia de se construir um tgv me faz ficar perplexo com esta maneira de planear o futuro de um país.
O momento de planear, já passou. Foi à décadas atrás. E bem ou mal, pra mim mt mal, foi decidido q portugal escolheria o caminho rodoviário, a solução do asfalto. E essa decisão foi tomada em plena consciência e com todas as consequências explicadas em estudos e pareces.
Porque haveremos agora de fingir que afinal não se decidiu nada e que podemos gastar mais milhões num tgv? Qual é o país do mundo onde se gasta tudo o q existe e neste caso já o que não existe, em sistemas de transporte? Estará na cabeça dos decisores deste país que o progresso de um povo se esgota construindo sistemas de transporte? E a seguir ao tgv o que teremos? Canais aquáticos que liguem tudo a tudo mas desta vez por jet-ski? E a seguir, de avião?
A verdade é que o ciclo do asfalto parece estar a chegar ao fim. A maior parte das estradas estão prontas ou já projectadas e o lobi reparou que tem de começar a preparar um novo objecto de desejo. E se tiver q ser o tgv que seja. O lobi do automóvel poderia não ficar mt contente, mas como eles já perceberam q este projecto de comboio nunca vai ser competição aos bolides q comercializam, alimentam e cuidam, tb deram a sua anuência.
O preço que o país está a pagar em sofrimento e em vidas humanas, foi o preço q os governos já tinham conhecimento qd decidiram o futuro do país. Certamente que sabiam o q iria acontecer, mas os proveitos foram considerados superiores aos prejuízos. O que não é justo é que peçam agora ao povo português que para além do sangue e do sofrimento, contribuam outra vez com mais milhões para se fingir q nada disto foi planeado e pensado e que ainda vamos a tempo de abraçar o novo paradigma da modernidade, o tgv.
Na nova lusitânia, os milhões q estão já reservados para o tgv e para o aeroporto da ota, seriam investidos da seguinte forma:
1. ligação ferroviária de alta velocidade, dedicada ao transporte de mercadorias entre sines e espanha e entre aveiro e espanha.
2. Modernização de todos os portos marítimos com potencial de crescimento.
3. Finalização de uma vez por todas da ligação ferroviária da linha do norte em comboio pendular, prolongando a linha até vigo.
4. Investimento forte e decisivo em investigação e desenvolvimento no sector da energia das ondas e na energia solar, incentivando o país a tornar-se auto-suficiente em termos energéticos, ao mesmo tempo em que se tornaria um forte player mundial nas tecnologias deste sector.
Todos eles elementos de investimento que dotariam o país de activos geradores de riqueza, de um rumo certo e de um sinal claro que o país não anda ao sabor de lobis nem de vontades inconfessaveis.

quarta-feira, novembro 16, 2005

os guarda-redes da seleção

O problema que se vem agudizando em torno da baliza da seleção portuguesa, e as recentes e parvas afirmações do treinador Scolari acerca do lobi do Baía, recordam-me outros tempos em que o mesmo lobi, aparentemente infectou a baliza do FC Porto.
Se bem me lembro, após a contratação de Vítor Baía pelo FC Barcelona, o Porto "gastou" 6 guarda-redes em apenas 2 anos. Costinha, Hilário, Krall (titular indiscutível da seleção da ex-juguslávia), Ericsson (suplente de Thomas Ravelli na baliza sueca), Wosniac (o titular da seleção polaca) e Paulo Santos (actual preferido do treinador brasileiro).
Estranhamente, nenhum deles, por mais credenciais e talento q tivessem, servia para ocupar o posto de guardião azul e branco. O lugar seria posteriormente preenchido qd Vítor Baía regressou do clube espanhol. Na altura falava-se no fantasma de Baía, agora parece que é um lobi, inaudito.
Será, senhor Scolari, que o lobi de que se queixa, e que tanto o faz sofrer, é o mesmo desse tempo? Ou será que afinal se trata do lobi da qualidade que costuma andar coligado com jogadores fora de série?

Provavelmente vamos ter de esperar q o treinador brasileiro abandone o posto que actualmente ocupa para saber na verdade qual é a origem deste estranho lobi.
Eu estou muito curioso por saber esta resposta.

sexta-feira, novembro 11, 2005

como é possível?

Detesto esta noção tipicamente portuguesa das grandes obras de regime. Considero criminoso como se assumem passivos gigantescos para o estado, sem o mínimo de lógica de investimento apenas com o objectivo de que é preciso fazer obra. Acho até que decisões desastrosas como estas deviam merecer penas de prisão. Mas nos dias que correm é imperioso questionar uma coisa q é tão obscena como os elefantes brancos que se vão criando. A questão é esta: Como é possível que o psd e o pp e alguns ex-elementos do anterior governo, se manifestem agora contra a ota e o tgv, dp de terem sido fanáticamente defensores dos mesmos projectos enquanto eram governo? Que classe de políticos são estes que exibem com aparente orgulho, a facilidade com que saltam de galho em galho conforme sopra o vento?
Desta atitude absolutamente hipócrita nasce outra questão fundamental: como é possível esquecer estas coisas qd os mesmos senhores nos vêm pedir o nosso voto?
E o drama ainda aumenta de tom qd concluímos que o ps se comporta exactamente da mesma forma.

quarta-feira, outubro 26, 2005

o quê?

O slb e o setúbal estão a preparar um acordo financeiro q vai permitir a entrada de dinheiro no clube sadino, através da venda de uma opção de compra para todo o plantel ao slb. Por outras palavras o slb compra o direito a ter preferência de compra sobre qualquer jogador do setúbal q se destaque nesta época.
Onde é que isto se passa? Em portugal.
Algum organismo regulador, liga ou federação, se manifestou sobre esta manobra completamente inadmissível num ambiente de alta competição?
Até agora não.
Vamos esperar mais algum tempo e caso esta ideia peregrina tenha sucesso, teremos de substituir o escudo e as quinas da bandeira nacional por uma banana bem madura, pq efectivamente estaremos a viver numa república delas.

domingo, outubro 16, 2005

Cartel

Recentemente foram multados, por manipulação de preços, 5 laboratórios farmacêuticos. Trata-se de uma medida exemplar que julgo ser inédita em Portugal, principalmente pelos montantes envolvidos. Verificou-se que estes laboratórios apresentavam em vários concursos preços exactamente iguais, e com um aumento significativo em relação ao ano anterior, um exemplo claro da prática de cartel.

Entretanto, no sector das telecomunicações, despertou-me interesse e curiosidade o lançamento de um serviço para acesso à Internet através da rede 3G. A Optimus lançou o kanguru, sendo de imediato seguida pelas outras duas operadoras Vodafone e TMN.

Qual não foi a minha surpresa quando começo a comparar as características e custos nas várias operadoras... como se explica que os clientes sejam "brindados" exactamente com os mesmos valores pelas 3 operadoras de telecomunicações?

os problemas do fc porto

O fc porto dos últimos jogos tem sido uma equipa ingenua e à mercê de qq esquema táctico que explore as suas fragilidades defensivas. Faz lembrar um automóvel imaginário que fosse equipado com um motor porsche, um chassi bmw, electrónica japonesa e 4 pneus carecas e vazios.
Na minha opinião estão conjugadas 2 grandes condições para o aparente descalabro defensivo desta equipa. Em primeiro lugar e em termos individuais, esta deve ser o pior conjunto de defesas que o clube juntou nos últimos 20 anos. E isto é realçado se verificarmos q o melhor elemento dos últimos jogos tem sido um extremo esquerdo q tem vindo a ser adaptado às tarefas defensivas.
Em 2o lugar, fruto do esquema táctico adoptado pelo novo treinador, e associada a esta notória falta de qualidade na matéria prima, deu-se o súbito desaparecimento na equipa do lugar de trinco, q seja capaz de dar o necessário apoio ao quarteto q joga atrás de si.
Se o segundo factor de instabilidade pode ser superado com a aquisição de novas rotinas defensivas, a resolução do primeiro tem de passar obrigatoriamente por novas aquisições com carácter urgente.
Neste momento, olhando apenas para equipas da liga nacional, vejo 3 bons candidatos a reforçar os índices de qualidade da defesa do fc porto. O defesa esquerdo jorge luiz, do braga, o defesa central da académica, zé castro e o experiente defesa central do marítimo, van der gaag.

sexta-feira, outubro 07, 2005

separação

Já sei que pão é pão e queijo é queijo, mas considero completamente obescena a sistemática participação de membros do governo nas diversas campanhas eleitorais.
Sócrates participou em apenas 5 episódios eleitorais, dizem os defensores, mas para mim foram 5 participações a mais. Para além dele, quase todos os ministros fizeram questão de serem vistos nos mais variados concelhos a dar apoio a candidatos ps. Acho que essas participações promovem acima de tudo a imagem de que o comprometimento a que todos eles se ligaram, qd tomaram posse, está a ser quebrado, e por conseguinte, não colocam os interesses do país em primeiro lugar. Ocupam o tempo já de si escasso, em sucessivas solicitações partidárias, e não nas tarefas para que foram eleitos e nomeados.
Não é sério. Não é aceitável.

quinta-feira, outubro 06, 2005

instabilidade estável

Nos curiosos dias de correm, e enquanto assistia a mais um debate inconclusivo com os candidatos a presidente da câmara do Porto registei mais um aspecto muito curioso deste nosso sistema político.
Em quatro anos, o país assistiu à formação de 4 governos diferentes, com primeiros-ministros diferentes.
No mesmo país, são considerados nefastos os mandatos autárquicos que se prolongam durante 4, 8, 12, etc anos.
Quais serão as razões por que isto acontece?
Dizem os entendidos que para haver progresso no país é essencial existit uma linha de rumo bem definida e que essa linha seja consistentemente seguida durante muitos anos. Foi assim, dizem, que a Espanha conseguiu integrar o pelotão da frente da Europa e que nós cada vez nos afastamos mais dela.
Mas então porque é que nas autarquias isso não sucede e dá-mos por nós a criticar e a desesperar com os famosos dinossauros camarários?
Porque razão os autarcas conseguem ter estabilidade (até demais) e os governos centrais caem como tordos em cada época de caça? Será uma questão orgânica no Estado ou do sistema eleitoral, ou serão as clientelas locais mais facilmente satisfeitas? Poderão ser influências nefastas de países "inimigos" que tornam tão frágeis os governos?

Tenho tantas perguntas mas não consigo elaborar respostas minimamente sustentadas.
Se alguém tiver sugestões, agradeço-as desde já

segunda-feira, setembro 26, 2005

futebol espectáculo

Na jornada 4 deste campeonato tivemos, 1000 espectadores no estádio de leiria, 1500 no da amadora e 600 na figueira da foz! Será este o cenário pretendido pelo gilberto madail e pelo "major" loureiro? Pq será q com excepção de 1 holandês recém chegado cá ao rectangulo, ninguém parece questionar o pq destes números, nem tão pouco se mostram dispostos a lutar contra esta galopante desertificação dos estádios de futebol?

domingo, setembro 25, 2005

3 frases sobre os 3 grandes do futebol

Sporting - o final da época anterior foi demasiado traumatizante para os jogadores, para a equipa técnica, para o elenco directivo e para os adeptos para que se possa admitir que todos estes elementos cheguem juntos ao fim da época que corre.
Slb - não parece de forma alguma que vá ter a tarefa tão facilitada como na temporada anterior nem tão pouco mostra a mesma solidariedade entre todos os elementos do plantel.
Fc porto - terminado o período de import-export por que passou na temporada anterior, parece ter recuperado a auto-confiança que a caracterizou nos últimos anos e parece ser a equipa melhor posicionada para o sucesso.

sexta-feira, setembro 23, 2005

eleições

Nenhuma eleição me enerva e entristece tanto como as autárquicas. Curiosamente ou talvez não, é a sua característica e famosa proximidade com as populações o factor que me causa tantos problemas. É de facto esta, a única campanha que mostra algum do país real e respectivos mentores, a toda a sociedade. A cada reportagem que passa são fotografados e revelados os problemas, urbanos, as negociatas, as corrupções, as notórias incapacidades dos actuais e de quase todos os pretendentes aos lugares camarários.
Se nas eleições presidenciais se vende essencialmente a imagem e o feitio dos candidatos, tornando a escolha quase pessoal e como tal simples, nas autárquicas o que se vende é a hipótese de o candidato x poder ser menos mau que o actual presidente, sabendo de antemão que ambos vão usar os mesmos mecanismos/truques e vão ter mais ou menos os mesmos tipos de soluções.
Se nas legislativas o que se usa para vender os partidos são vídeoclips e imagens bem tratadas a par com comícios bem encenados, nas autárquicas é quase obrigatório mostrar imagens dos concelhos visados e servem essas imagens para exemplificar os erros, as anormalidades, as péssimas condições em que se vive na grande maior parte deste pequeno país.
Este ano no entanto, parece que o cenário ainda é mais degradante e desmotivador. Nunca como este ano tivemos tantos candidatos bandidos (como catalogou o bloco de esquerda) e nunca como este ano as televisões os têm promovido.
O poder local é, em cada ano que passa, um poder mais incompetente por força da fraqueza dos candidatos e é um poder, em termos democráticos, insuportavelmente frágil.

sábado, setembro 17, 2005

carta aberta para a associação "ambientalista" Campo Aberto

Vou falar-vos da vossa luta contra a intervenção na avenida dos aliados, inserida na requalificação que as obras da estação do metro obrigaram fazer. Antes de começar gostaria que fechassem os olhos, respirassem fundo e libertassem o vosso pensamento. Fiquem assim o tempo necessário até conseguirem libertar a mente de todo o tipo de pensamento.
Agora vou começar.
A cidade do Porto é, à semelhança do país a que pertence, rica em atentados ambientais, problemas de gestão urbana, territorial e de espaços naturais. São inúmeros os casos em que a intervenção de ONGs contribui decisivamente para a resolução de alguns desses problemas. Tenho aliás a opinião de que em sociedades fechadas, e mt pouco activas socialmente, como é a nossa, o papel dessas organizações é absolutamente nuclear na defesa do ambiente natural e da coesão ecológica do território.
Aqui na cidade são inúmeros os problemas reais, graves e ainda não resolvidos, que nascem do eterno conflito entre o lucro do curto prazo e o desenvolvimento sustentado. Lembro-vos por exemplo, o problema permanente da falta de tratamento das águas residuais urbanas com que o concelho se depara, ano após ano, mandato após mandato; lembro-vos a total inacçao do poder autárquico na depoluicão das praias da Foz; lembro-vos a inexistência de qualquer tipo de controlo aos escapes das empresas de transportes colectivos que operam na cidade; lembro-vos a impunidade com que se fazem todos os dias descargas de efluentes líquidos industriais nos ribeiros entubados e nos colectores de águas pluviais da cidade; lembro-vos do autêntico atentado ao património arquitectónico da cidade, por parte de empresas imobiliárias q adquirem imóveis com centenas de anos e os deixam desmoronar para poderem construir caixas de habitação sem qualidade.


Todos estes problemas são actuais, graves e precisam da vossa ajuda para serem resolvidos e é por isso que fico perplexo quando vejo uma ONG como a vossa a desperdiçar recursos e energias, numa causa tão idiota como a que dá nome a esta missiva.
Os factos deste pseudo-problema são os seguintes:
Ponto 1- a construção subterrânea da estação do metro obriga a que existam escadas e elevadores de acesso.
Ponto 2- esses acessos têm de ser feitos nos passeios. Ninguém estaria concerteza à espera que se construíssem os acessos no meio da uma placa pedonal rodeada de trânsito automóvel.
Ponto 3- os passeios que existiam não tinham largura suficiente para os dotar dos acessos pelo que houve necessidade de os alargar, retirando 8 metros à placa central ajardinada que existia.
Ponto 4- a menos que vocês estejam a defender a construção de uma faixa de jardim com 2 metros de largura no centro da placa central, e ao longo de toda a avenida, não faz o mínimo sentido querer alterar o projecto.
Ponto 5- a opção de substituir o calcário pelo granito, parece portanto a única reivindicação que vos resta.

Como conclusão do que foi exposto, posso considerar que vocês são neste momento uma ONG que gasta o precioso tempo e recursos que dispõe, a defender as pedras de uma calçada! Ainda por cima numa cidade com tantos problemas verdadeiros por resolver.
Parece-me no mínimo ridícula a vossa posição.
Possivelmente se vocês existissem em 1920 a avenida não sequer existia porque, como sabem, aquele espaço era fisicamente dividido em 2 praças.
A vossa infeliz luta está, para já a ser ganha, uma vez que conseguiram atrasar as obras e a prolongar o transtorno que o estaleiro causa a todos os portuenses. Também conseguiram que a actual equipa autárquica não possa inaugurar eleitoristicamente mais essa obra (seria esse o vosso obscuro desejo?).
De qualquer das maneiras, considero que vocês nesta ocasião não estão a cumprir a razão da vossa existência, foram provavelmente manipulados e estão a causar prejuízos à cidade e às populações a que supostamente devem a vossa existência.

terça-feira, setembro 06, 2005

nota positiva

Tornou-se digno de registo que, após tantas trapalhadas e actos falhados, tenha este governo, finalmente decidido tomar 2 medidas bastante promissoras e que fazem antever um passo no bom sentido.
Em 1o lugar, o prologamento dos contratos dos professores por 3 e 4 anos conforme o ciclo de ensino em q se inserem, dando-lhes a necessária estabilidade mínima para se dedicarem, em melhores condições, à nobre tarefa para que foram nomeados. Esta medida, é um primeiro passo no sentido da autonomia das escolas na constituição do seu corpo de docentes, actuando no mercado, selecionando os melhores entre os melhores.
A 2a medida é a criação de um corpo de bombeiros profissionais do estado, dotado dos meios necessários, do comando único, da fusão da miriade de entidades que até agora davam palpites e geravam a tão portuguesa anarquia e irresponsabilidade colectiva. Aguardamos as reações dos novos espoliados que esta medida vai criar, autênticos parasitas, que tiravam partido deste clima podre de décadas de desordem.

sábado, setembro 03, 2005

registo para a posteridade

2 de Setembro de 2005, Ponta do Sol, ilha da Madeira.
Declaração pública de luís filipe vieira: "são os jogadores que ganham os jogos, não são os árbitros que ganham os jogos."
Transparente, claro, sem margem para dúvidas ou segundos sentidos. A declaração foi proferida e registada aqui neste blog.
Voltarei a falar deste senhor quando surgir a inevitável contradição. Talvez me deva despedir com um: até pra semana!

quinta-feira, setembro 01, 2005

ideias soltas para alusitânia

Terminará a caça fora de coutadas especialmente criadas pro efeito. Passando a ser proibido caçar em regime livre. Haverá mão pesada pra quem desobedecer. Quem quiser caçar, paga e quem não pagar tem de escolher outro hobby.

No sector agrícola só passarão a receber apoio do estado, as produções dedicadas à agricultura biológica, aos produtos de denominação de origem protegida e o vinho do porto. Tudo o resto passa a ser da exclusiva responsabilidade dos produtores. O estado tem de saber aplicar os incentivos de modo a orientar os sectores. Não se pode subsidiar às cegas tudo e todos pq assim não se pode dar orientação necessária ao bom desenvolvimento.

Os mandatos dos governos passarão a ser de 6 anos.

O número de deputados será reduzido a 2 terços do actual e os salários serão aumentados.

Os descontos pra segurança social vão aumentar e tornar-se-ao constantes ao longo de toda a carreira contributiva e não apenas nos últimos anos, tornando o sistema totalmente sustentado.

os novos pp

As previsíveis expulsões do major valentim e do isaltino morais podem ajudar o movimento de clarificação das forças partidárias e contribuir decisivamente para a criação do novo partido português - O partido popular. O popularismo português, tem tudo a ganhar com adesão destes dois distintissimos membros. Resta-nos a esperança que a eles se juntem novos potenciais membros como por exemplo a fátima felgueiras, o narciso miranda, o ferreira torres, o armando vara e claro o guru de todos eles: o alberto joão jardim!

investimento?

A administração local foi responsável em 2004 por 43.3% do investimento em concursos públicos de obras de construção civil. Qual foi a qualidade desse investimento? Qt desses concursos foram 100% limpos? Com tudo o q s conhece e vai sendo lentamente desenterrado, devemos todos fazer essa pergunta e esperar por uma resposta...

quarta-feira, agosto 31, 2005

liçõesvindas do chile

Os técnicos chilenos q tal como no ano passado vieram até portugal para ajudar a combater incêndios florestais, chegaram a 2 conclusões.
-Portugal gasta mt água no combate aos fogos, qd em alternativa devia apostar no desbaste da vegetação q circunda o incêndio.
-Há muitas habitações junto das áreas florestais, o q não sucede no Chile.
Podemos acrescentar q as 2 questões estão ligadas pq as casas dispersas pelo território impedem mt vezes o tal desbaste ao mesmo tempo q contribuem decisivamente, para quase todas as ignições, pois como tb já se sabe, a negligência humana é a principal causa de incêndios florestais.
Como conclusão podemos dizer que quanto mais afastado se mantiver o homem e as suas actividades, das florestas e do meio natural, melhores resultados teremos em qq política florestal q venha a ser adoptada na futura Lusitânia.

segunda-feira, agosto 29, 2005

movimento de restauração do concelho de canas de senhorim, o retrato da mediocridade.

O mrccs e o seu instigador, luís pinheiro, passaram a uma nova fase na sua luta pelos cargos pq anseiam. Ao verem os seus verdadeiros interesses reconhecidos pelos q inicialmente conseguiram enganar, o movimento está a promover o terror na freguesia. A população tem medo de falar, medo de se manifestar, medo de ter opinião diferente do cacique local.
A criação do concelho foi vetada e bem, pelo mais alto representante do país, por ser prejudicial à coesão nacional. No entanto, os medíocres locais insistem no disparate e agora passaram à mais básica forma de repressão, as agressões físicas aos que, mesmo na própria freguesia, se opõem à restauração.
Proponho que na nova lusitânia, actos deste calibre sejam equiparados a actos de traição nacional, tendo como moldura penal, o enforcamento em praça pública ou em opção a expulsão do país, q eles acabaram de trair.
Como se chamam os indivíduos q colocam os seus interesses mais mesquinhos, acima dos do seu país, para dele tirarem proveito?

domingo, agosto 28, 2005

Atenção Srs e Sras, o circo vai recomeçar!

Agosto está a terminar. Com um bocadinho de sorte pode ser que entretanto venha alguma chuva, e a questão dos incêndios é colocada de lado pelos meios de comunicação.

Setembro está aí. Os nossos "líderes" regressam todos das suas merecidas férias, e voltamos a vê-los todos os dias. Entretanto, eles vão esforçar-se por mostrar que fizeram trabalho em prol da comunidade. Vai recomeçar a época das inaugurações. Nestas semanas que se seguem até às eleições, lá terá que se finalizar qualquer coisa programada para esse efeito.

Não sei se é coincidência, mas por exemplo, em Aveiro, como explicar que hoje, domingo, dia 28 de Agosto, às 22h50, estivessem dois trabalhadores na Avenida Lourenço Peixinho a trabalhar na colocação de calçada na zona envolvente ao novo túnel rodoviário de acesso ao centro da cidade?

Será que somos nós que gostamos de ser tratados desta forma?

quinta-feira, agosto 25, 2005

BES-branco mais branco,não há

"Banco espírito santo, realizar mais. Responsabilidade ambiental e social."
Certamente já deram de caras com anúncios de página inteira, com estes dizeres. Aparentemente o banco acabou de aderir aos Princípios do Equador, que de acordo com o mesmo anúncio, são um conjunto de procedimentos utilizados voluntariamente por instituições financeiras na gestão de questões sócio-ambientais associadas a operações de project-finance.
Nada como ver-se envolvido em escândalos ambientais - empreendimento turístico que envolvia mt sobreiros - e escândalos financeiros - mensalão - para tratar de limpar a imagem pública. Será que ainda vai a tempo ou vai apenas transformar-se de imagem sinistra a madalena arrependida?

O Polvo

Para confirmar tudo o que tem sido escrito neste Blog acerca de autarquias e o seu efeito destruidor do território nacional deixo aqui este excerto de uma fabulosa entrevista de um futuro ex-Vereador que conhece por dentro esta neoplasia nacional.
(Noticia retirada de publico.pt):


Paulo Morais denuncia "pressões e cunhas de dezenas de pessoas"
Vice da Câmara do Porto: "Negócios imobiliários financiam dirigentes, campanhas e partidos"
25.08.2005 - 10h19

O vice-presidente e vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Paulo Morais, acusa várias autarquias do país de cederem a pressões de empreiteiros e partidos políticos para a viabilização de projectos urbanísticos.

Em entrevista à revista "Visão", Paulo Morais afirma que "o Urbanismo é, na maioria das câmaras, a forma mais encapotada e sub-reptícia de transferir bens públicos para a mão de privados".

"Nas mais diversas câmaras do país há projectos imobiliários que só podem ter sido aprovados por corruptos ou atrasados mentais", declara
Paulo Morais, sem no entanto especificar a que projectos e municípios se refere.

O vereador acrescenta que "as estruturas corporativas são hoje muito mais fortes porque têm uma aparente legitimidade democrática. Se os vereadores do Urbanismo são os coveiros da democracia, os partidos são as casas mortuárias", afirma.

O autarca social-democrata diz que a Câmara do Porto é uma
excepção ao cenário negro que traça, afirmando que o executivo autárquico liderado pelo social-democrata Rui Rio nunca licenciou projectos contra os instrumentos de planeamento.

Paulo Morais refere que, pelo contrário, o seu pelouro - que já teve, entretanto, como vereador o arquitecto Ricardo Figueiredo - reprovou projectos que já tinham pedidos de informação prévia favoráveis anteriores a este mandato e nunca cedeu a tais pressões.

"Impediram-se algumas aberrações urbanísticas", diz Paulo Morais, acrescentando que "enquanto Rui Rio for presidente e tutelar directa ou indirectamente a área do Urbanismo, não haverá vigarices".

O autarca aponta como exemplo de projectos chumbados neste mandato o prédio Proeza, do BPI, que considera que seria "u
m autêntico mamarracho numa zona de vivendas", o projecto para a Quinta da China, da empresa Mota & Galiza, "que visava a construção de outros dois mamarrachos em cima do rio Douro, entre as pontes D. Luís e Freixo".

Afirma ainda ter recebido "pressões e cunhas de dezenas de pessoas, da forma mais ostensiva, inclusive a nível governamental" relativamente ao projecto de construção de um edifício no Parque da Cidade, da empresa Rodrigues Gomes.

O social-democrata, que foi afastado das listas da coligação PSD/CDS-PP para a Câmara do Porto, diz que "os pelouros do Urbanismo das maiores câmaras são o local onde tudo se joga".

Morais refere ter sido pressionado por membros do actual e dos anteriores governos e por partidos, mas escusa-se a referir nomes das pessoas que o terão tentado influenciar.

Para Paulo Morais, as tentativas de forçar a aprovação de projectos imobiliários através de "manobras dilatórias, recursos e formalismos" acontecem porque "a legislação na área do Urbanismo é complexa, hermética e confusa o suficiente para favorecer os mais fortes e quem pode pagar os melhores juristas".

Na sua opinião, o Urbanismo é um bom sítio para iniciar investigações sobre financiamento partidário e enriquecimento ilícito.

O responsável, que antes de liderar o Urbanismo tutelava o pelouro da Habitação Social da Câmara do Porto, não tem dúvidas de que se se continuar a "baixar o nível de democracidade dos partidos e eles forem cada vez mais vulneráveis aos interesses corporativos, a democracia está em perigo".


"Existe uma preocupante promiscuidade entre diversas forças políticas, dirigentes partidários, famosos escritórios de advogados e certos grupos empresariais", acrescenta.

A alteração deste "sistema" só será possível "com maior transparência e simplificação de procedimentos ao nível do aparelho do Estado", diz também.

O autarca afirma que sairá deste executivo após as eleições autárquicas de 9 de Outubro "com alívio, mas mais preocupado com a saúde da democracia e do PSD".

quarta-feira, agosto 24, 2005

actualizaçãodo sonho dos bombardeiros

Afinal o nosso ministro costa não sonhou de forma natural e espontânea, tendo sofrido antes, uma espécie de indução hipnótica, que lhe colocou no cérebro as imagens necessárias pra sonhar com o bombardeiro europeu.
Por outras palavras mais directas, alguém lhe encomedou aquele discurso patético aos microfones da rádio francesa.
Ao que parece o avião já tem nome skylander, já tá em fase de protótipo, vai ser apresentado numa próxima feira de material aeronáutico e só precisaria de um empurrãozinho de markting q o nosso ministro costa fez o favor de dar. O preço dessa preciosa ajuda iremos saber mais tarde mas o q interessa neste momento é perceber q neste como noutros episódios, a população tem de estar sempre alerta para os reais objectivos dos discursos e das ideias do pessoal q dirige este país, pois de uma coisa podemos estar certos, só mt raramente eles falam, tendo em mente o bem nacional.

segunda-feira, agosto 22, 2005

costa, o visionário


Antonio costa, ainda ministro da administração interna, teve um sonho. Sonhou com um bombardeiro europeu a salvar as florestas, do mar de chamas q este ano, mais uma vez fez questão de passar por portugal.
Com o país a arder, com os cofres das empresas de meios aéreos a abarrotar, e com a floresta a desaparecer, o visionário ministro não conseguiu melhor q imaginar um bombardeiro. Podia ter apelado à construção de um helicóptero, ou de um balão de ar quente mas não, foi mesmo um bombardeiro.
Por esta amostra, podemos avaliar a capacidade deste homem em resolver problemas, criando soluções. Ele está convencido q com um avião made in europa o combate será mt mais eficaz do que com os actuais made in canadá. Certamente q, no mesmo sonho, as empresas q construíriam esses aviões, apoiam com todas as forças essa maravilhosa decisão. O ministro costa que com esta visão nos mostra como é débil a sua capacidade de imaginação, podia esclarecer o país qt ao paradeiro dos 50 milhões de euros q nos foram oferecidos pela ue em 2003 para prevenirmos futuras calamidades. Podia tb clarificar o processo de adjudicaçao dos actuais meios aéreos, e acabar de uma vez com o "boato" que corre pelo país sobre quem está por detrás dessas empresas.
Em vez disso, decidiu partilhar com uma rádio francesa o seu sonho.
Em tempos tivemos um ministro q se demitiu por contar uma anedota. Será q não está na altura do ministro costa fazer a trouxa e zarpar?

sábado, agosto 20, 2005

o poder democrático

A chuva de democracia que nos apagou em 1974, o incêndio de 36 anos de ditadura paternalista, já quase secou, mas dela sobreviveu entre nós uma prima afastada, conhecida como demagogia e bastante mais perigosa q útil. Em termos de gestão e ordenamento de território, essa prima, usa da ilusão e das falsos benefícios, para enganar populações, levando-as a acreditar q só a subida de posto do seu aglomerado urbano lhe poderá trazer os benefícios da civilização ocidental. A prima, manobrada com facilidade por proto-candidatos a chefes dessa nova aglomeração, vende imagens de paraíso em troca de manifestações, cortes de estrada e linhas de comboio, insultos aos órgãos de soberania, etc, etc.
Promete hospitais, escolas, tribunais, bombeiros, polícias, piscinas, bibliotecas, como se o dinheiro nascesse nas árvores e como se esses mesmos equipamentos não estivessem já à disposição das populações, na aglomeração a q pertencia. É claro q ter um hospital no meu quintal, uma piscina ao dobrar da esquina ou uma escola no mesmo quarteirão são ideias q conquistam facilmente as populações, mas nenhum país do mundo sobrevive com tamanho desperdício de recursos. Por cada nova autarquia q se cria nasce mais corrupção, mais despesa pública, mais desperdício energético, mais ocupação erratica de espaço natural, mais casas.
Na nova lusitânia nada disto terá hipótese de acontecer. O que irá ser aplicado é o princípio da racionalidade e não a ditadura da demagogia. Vão ser finalmente expostos à população os benefícios da eficiência por oposição às actuais condições de desaproveitamento das potencialidades que já existem. Vão ser extintos municípios superfulos, criados nessa onda de loucura separatista.
Na nova lusitânia vai ser dada total prioridade à gestão distrital e será sempre a esse nível organizacional q o território irá ser gerido.
O território nacional não tem dimensão humana, nem física para o grau de desagregação q apresenta. É urgente tornar racional a gestão deste pequeno território europeu.

sexta-feira, agosto 19, 2005

ainda os bombeiros

O voluntarismo é definido pela frase tipicamente portuguesa: vai-se fazendo o q se pode.
O voluntarismo em portugal é sinónimo de irresponsabilidade generalizada.
O voluntarismo explica como foi possível que 317 homens, 94 viaturas e 6 aviões de combate, tivessem deixado reacender no dia 17 o incêndio da Pampilhosa da Serra. O concelho de que falo, tem uma área total de 39000 ha dos quais 30000 estão reduzidos a cinza...
Na lusitânia tudo o q for afecto à protecção civil vai ser profissionalizado e finalmente vamos substituir a velha frase tipicamente portuguesa por esta bem mais civilizada: vamos fazer o que devemos.

B.V. de portugal

No portugal de hoje entrega-se todos os dias, funções fundamentais para a segurança das pessoas e do território a associações voluntárias de cidadãos - os chamados bombeiros voluntários. Instituição de cariz popular q nasceu de forma nobre num apelo da sociedade civil a aspectos tão louváveis do carácter humano como são solidariedade, o altruísmo, visando sempre o bem comum. Qq vila q se preze tem de ter o seu quartelzinho dos bombeiros. Este modelo, nos dias q correm está acabado, engolido pelas chamas dos incêndios florestais, embrulhado pelas confusões com os serviços de protecção civil, gerando entre todos a confusão, a falta de coordenação e o falhanço operacional.
Na nova lusitânia não vão existir bombeiros voluntários. O modelo adoptado vai ser baseado no profissionalismo e na competência técnica. Serão criados a nível distrital um corpo de bombeiros profissionais, com delegações concelhias sempre q se reconheça q esse deslocamento de meios traga mais valias à população e ao território. Os meios q actualmente se caracterizam pela dispersão, pelo amadorismo, pelo improviso passarão a ser geridos racionalmente por quem sabe, atingindo-se imediatamente, maior eficiência.

Nesta como em quase todas as áreas portugal encontra-se demasiadamente disperso, quase estilhaçado, desperdiçando estúpidamente os parcos recursos humanos, técnicos e financeiros de q dispõe.
Nesta como em quase todas as áreas, é preciso e é urgente q se coloque o país à frente das vaidades pessoais e colectivas, entregando a profissionais devidamente qualificados, tarefas tão importantes como as de apagar fogos e salvar vidas.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Espinho, Refer e CP

Caro "provedor" do projecto lusitânia:
Viajo frequentemente de comboio na linha do norte. Reparei que as obras para o desnivelamento da linha na cidade de Espinho têm avançado nos últimos tempos. Se possível pretendia que desse um "parecer" sobre a necessidade e impactos de uma obra deste tipo num local que deve ter menos de 100m de distância até à praia. É que a mim faz-me um pouco de confusão.. serei o único?

quarta-feira, agosto 17, 2005

aeroporto novo?

Recebi esta curiosa noticia por email. Já consegui confirmar o número de pistas, a distância à cidade de Málaga, os valores de tráfego previsto e actual, e também que de facto foram iniciadas obras para um 2º terminal. Faltam apenas confirmar as verbas envolvidas. No global da noticia, e tratando-se de Portugal, não me custa nada acreditar que tudo seja a pura verdade...

Cá vai ela:

MEDITEM PORQUE A MEDITAÇÃO É COMO IOGA " NÃO ADIANTA "
"Uma história de 2 aeroportos:
Áreas:
- Aeroporto de Málaga: 320 hectares;
- Aeroporto de Lisboa: 520 hectares.
Pistas:
- Aeroporto de Málaga: 1 pista;
- Aeroporto de Lisboa: 2 pistas.
Tráfego (2004):
- Aeroporto de Málaga: 12 milhões de passageiros, taxa de crescimento, 7% a 8%ao ano.
- Aeroporto de Lisboa: 10,7 milhões de passageiros, taxa de crescimento 4,5% ao ano.
Soluções para o aumento de capacidade:
Málaga:
- 1 novo terminal, investimento de 191 milhões de euros, capacidade 20 milhões de passageiros/ano. O aeroporto continua a 8 Km da cidade e continua a ter uma só pista.
Lisboa:
- 1 novo aeroporto, 3.000 a 5.000 milhões de euros, solução faraónica a 40Km da cidade.
"É o que dá sermos ricos com o dinheiro dos outros e pobres com o próprio espírito." E entretanto aumentam os impostos directos, indirectos, taxas, combustíveis, etc., etc., etc.

segunda-feira, agosto 15, 2005

viseu capital europeia da rotunda

A última etapa da volta a portugal disputada na cidade de viseu, deu a conhecer ao país e ao mundo a excelência da missão autárquica de fernando ruas. O circuito envolveu nada mais nada menos q 39 rotundas num total de 36.8 km de percurso.
Mais um argumento para que os portugueses façam a si próprios a pergunta: q qualificações técnicas e intelectuais, possuem para o cargo, os autarcas q nos são dados a escolher, nesta fraude a q chamam eleições autárquicas?
Será que percebem alguma coisa do assunto? Saberão ao menos o significado das palavras, planeamento e ordenamento do território?

sábado, agosto 13, 2005

para descontrair :)

Um destes dias fiquei a saber que é preciso muita ciência para tirar um café e conseguir satisfazer os desejos dos clientes. Uma senhora na fila, à minha frente:

“Era um cafézinho cheio, mas não muito!”

papá, mamã, também posso ter um cargo na CGD? e na Galp? e na OCDE?

Poucos meses de "governação", mas o governo do PS de José Sócrates tem conseguido fazer com que o menosprezado Zé Povinho, aquele que nunca está informado (ou formado) porque só se interessa pelas contratações-virtuais do SLB, pelas quase-vitórias do SCP, pelas não-convocatórias de Co Adriaanse do FCP… ou pelas novelas da SIC e da TVI…. tenha razão ao dizer: “eles são todos iguais!..”

Ao mudar o governo, apesar dos discursos iniciais (de oposição, ou então de campanha), muito politicamente correctos, quando se consegue chegar ao pódium uma das primeiras medidas a implementar para que a “governação” seja possível é fazer um esforço para que nenhum “amigo” fique muito tempo no “desemprego”.

Qual será o problema dos milhares de jovens que se esforçam para completar uma licenciatura (já para não falar do esforço financeiro feito pelas respectivas famílias), para terem tanta dificuldade em arranjar emprego?!!

nicolau santos e o patriotismo

Mais 1 vez, o expresso de 13 de agosto vem defender a cartilha dos centros de decisão das empresas da energia, água, banca, telecomunicações e média, se manterem sob controlo de portugueses.
Desta vez avança com o papão q nos iria massacrar, se a pt fosse comprada pela telefónica. Imediatamente os malvados espanhóis iriam encerrar a pt inovação e deslocariam todas as actividades de investigação para madrid. Por arrasto iriam pro desemprego 500 engenheiros portugueses. Ora bem! Alguém sabe dizer o q é a pt inovação? Alguém conhece algum tipo de investigação recente desta empresa? Não vale a pena falar no cartão pré-pago q foi inventado na década de 80 pq senão tb lembro o astrolabio e a caravela lusitana...
Outra pergunta: será q a telefónica na eventualidade de comprar a pt iria mesmo encerrar 1 unidade com provas dadas, amputando à nascenca 1 mais valia do negócio? Quem é q acredita neste papão? Serão os espanhóis tão estúpidos como os seus vizinhos cá deste lado?
Outro monstro criado pelo nicolau: se o bcp caísse em mãos estrangeiras seria gravíssimo para a economia nacional.
Eh pá com esta é que ele nos assustou mesmo...
E logo o bcp que é o símbolo máximo da evasão fiscal, politicamente correcta que se pratica em portugal, num sector q apesar do país se ir alegremente afundando, apresenta trimestralmente com satisfação, lucros em cima de lucros. Será este o contributo patriótico deste banco q o nicolau destaca com tanto dramatismo?
De seguida fala na galp, na edp e na epal. Na última não falo pq não conheço, mas das 2 primeiras são praticamente irreconhecíveis para mim, qq contributo positivo q tenham dado ao país desde q se tornaram lucro-dependentes. Veja-se por exemplo, a gestão ambiental das refinarias da galp, a incapacidade total em inovar o seu produto, produzindo combustíveis com menos impacto no ar que respiram os 10 milhões de portugueses (fomos os últimos a abandonar o chumbo nas gasolinas).
Atente-se de seguida na edp, símbolo máximo do imobilismo empresarial português, sempre à espera de prendas do estado como o gás natural q felizmente a união europeia inviabilizou, incapaz de se antecipar às suas homólogas europeias, nas energias alternativas e tal como as outras sempre a anunciar lucros fabulosos como é próprio de qq empresa de monopólio.
Não se esqueça o nicolau q temos a electricidade mais cara, a gasolina mais casa e os telefones mais caros de toda a europa. Tudo certamente no mais puro sentimento patriótico das respeitáveis empresas com os centros de decisão bem portugueses. Sim, porque se fossem controladas por espanhois ou outros "infieis", de acordo com a visão catastrofista do expresso, estariamos certamente a pagar cada chamada telefónica em suaves prestações até 72 meses...
Fala por último nos média, esse sector sacro-santo da sociedade portuguesa. O primeiro órgão de soberania nacional. E conta-nos o caso dramático da perda da mediacapital pra os malvados espanhóis q agora nos vão certamente impingir, reality shows, novelas mexicanas, noticiários sensacionalistas, publicidade em doses excessivas, e por último encerrar as produções de novelas portuguesas...
Julgo q quanto a esta última maldição se aplica o mesmo q à pt inovação, e qt às outras terríveis consequências da tomada espanhola da tvi qq ser pensante já percebeu o q eu quis dizer.
O expresso, seguindo a saga do fabuloso grupo dos 40, mais uma vez lança um aviso alarmante, é mau perder o controlo das empresas estratégicas, mas não explica, quem sairá prejudicado com essa perda, o que ganhou até hoje o país com o controlo das empresas nem expõe, pq elas tb devem existir, as vantagens q essa perda irá trazer ao comum dos cidadãos.

quarta-feira, agosto 10, 2005

cavadelas e minhocas

Em matéria autárquica de tudo o que ouço e leio, construí uma imagem tão negativa envolvendo os eleitos pelo povo, os empresários da região e as obras municipais, que espero nunca vir a precisar de transpôr a entrada de uma câmara municipal.
A mais recente noticia clique envolve a CM de Sintra mas a imagem popular que fala em cavadelas e minhocas, nunca teve em toda a sua existência um emprego tão adequado.
E o pior problema para o país é que existem 384 (julgo eu) potenciais cavadelas das quais nunca sairá um só anelídeo mas uma caixa cheia deles, tal é a proximidade promíscua que envolve os pequenos grandes poderes regionais da chamada sociedade civil. A teia é de tal forma grandiosa que deve assustar os próprios agentes que supostamente a deveriam combater. Essa é aliás a única exlicação que tenho para o facto de existirem os chamados dinossaurios municipais que agora até já prescindem dos partidos políticos para se prepetuarem nos respectivos lugares.

terça-feira, agosto 09, 2005

luís filipe vieira


Como não podia deixar de ser, o presidente do slb leu o que disse o presidente do scp e responde na mesma moeda. Tratando-se de futebol nacional a moeda só podia ser daquelas tão desvalorizadas que seria preciso um camião TIR (vem mesmo a propósito do presidente do slb) carregado de moedas para comprar um café...
Pois a resposta deste presidente foi: "Falta coerência ao Dr Dias da Cunha!".
Relembro que foi ele mesmo que, entre tantas outras pérolas, fez questão de avisar os respectivos sócios, que se não fossem vendidos 300 mil kits de novos sócios ele batia com a porta e ia pregar para outra freguesia.
Logo de seguida vendo o buraco onde tinha caído, tratou de arranjar uma corda por onde trepar, mas a frase foi dita, e ficou registada em mais do que um sitio.
Ora aqui está a bela coerência que ele agora afirma, faltar ao presidente verde.
E assim se fez mais uma tiragem dos jornais desportivos, assim apareceu o senhor ex. comerciante de pneus, de novo nas capas e assim se deu mais um belo exemplo à população, de que quando não se tem nada de inteligente para dizer é sempre melhor ficar bem calado.

domingo, agosto 07, 2005

dias da cunha


Alcochete, 6 de agosto de 2005. Em discurso proferido nas comemorações do 10o aniversário do núcleo de alcochete, o ainda presidente do sporting, referindo-se ao facto do slb ter sido na última temporada, levado ao colo rumo ao título de campeão nacional de futebol, disse a seguinte frase: "sendo o sporting frontal, pq é q atura toda a encenação q foram estas semanas em torno da liga? Foi tudo montado para q continuasse na mesma! Por uma razão simples: pq enquanto o futebol continuar a ser dirigido pela liga e pela federação vai continuar sempre igual."
Não ponho em causa a existência de colo ou não, o q preciso de perguntar ao senhor presidente, é quem acha ele q deve dirigir o futebol em portugal? Se não pode ser a liga nem a federação, então quem será? Um ministro ou um secretário de estado, um tribunal judicial, um convento, um monge budista? Ou será q preferirá algo mais isento como por exemplo, o conselho leonino, ou o marquês de alvalade?
Há quem lhe chame combativo e persistente na sua luta contra o sistema mas nunca ninguém lhe conseguiu arrancar uma resposta esclarecedora sobre a solução q preconiza.
O que é q o poder político, tão capaz e honesto, com provas dadas em todos os domínios da sociedade, poderá trazer de mais valia a este mundo do futebol? Em q mundo viverá o actual presidente do sporting?

sexta-feira, agosto 05, 2005

Incêndios - até quando o mesmo filme?

Não sou especialista em ordenamento ou planeamento territorial. Também não sou perito em engenharia florestal, nem sequer bombeiro, nem construtor civil, nem politico… Sou um simples cidadão deste país, que tenta estar informado, no meio desta desinformação generalizada….

Custa-me, ano após ano ver o mesmo filme. Sempre a mesma história! Em 2003 houve grandes incêndios em todo o território. Na sequência desse desastre ambiental/social, e do normal deitar as culpas nos “outros” verificou-se uma mobilização generalizada, com enormes recolhas de fundos (inclusive verbas comunitárias de Fundos de Solidariedade– € 48,5 milhões?) para compensar as perdas, mas também, pensava eu, começar de vez a implementar uma politica de prevenção. Os resultados estão à vista, primeiro em 2004 e agora em 2005, depois de muitos meses sem chover, a história repete-se.

Este ano, as coisas até pareciam estar controladas. Não sei se a cobertura jornalística mais suave, mais sensata, teve alguma relação com o facto de o governo de José Sócrates ter tomado posse à pouco tempo. O facto é que, com os primeiros incêndios de 2005, as reportagens mostradas na televisão, incidiam quase sempre em centros de comando, onde as coisas pareciam efectivamente controladas, com conjugação de esforços de bombeiros, protecção civil e INEM, entre outros.

No entanto, nos últimos meses, as coisas voltaram ao descontrolo habitual. As reportagens no meio das chamas. Os habitantes a fazer as limpezas de última hora. Pessoas a correr e a gritar. A chorar, a ver as chamas consumir tudo aquilo que haviam juntado ao longo de décadas de trabalho.

Nos últimos dias, já estava a estranhar o facto de ainda ninguém a nível governamental ter dado a cara. Talvez os ministros estivessem todos de férias, talvez José Sócrates não tenha “rede de telemóvel” no Quénia, onde está a passar férias. Mas hoje o seu substituto durante este período de ausência, António Costa, fez questão de aparecer. Apareceu, mas deixou transparecer, pelo menos foi a minha impressão, uma imagem de desorientação. Como é que se chega a esta situação? As principais cidades estiveram e continuam cobertas por um tecto de fumo, de poluição, auto-estradas cortadas, linhas de comboio cortadas… populações em pânico… No seu “reconfortante discurso” disse-nos que não é por falta de meios aéreos, nem de descoordenação nos poucos mas esforçados meios terrestres, que as coisas chegam a este ponto, não, é por causa do intenso fumo que não permite actuar como seria desejável… estranhas coisas estas, incêndios que provocam fumo….

Também apelou mais uma vez à mobilização das populações, para actuarem na prevenção e combate dos incêndios. Mas estas palavras já vêm tarde, isto porque a população já se tem mobilizado. Quantas casas, quantos armazéns, quantas propriedades já haviam sido salvas sem auxílio de bombeiros? Há no entanto uma coisa que não pode constantemente continuar a falhar. As palavras de orientação têm também que existir fora destas épocas! A população tem, e deve ser mobilizada e guiada no sentido de implementar localmente políticas de prevenção, políticas de ordenamento, de reflorestação! Continuamos à espera de um rumo!

mapas de estrada

Nem de propósito! Estive agora mesmo a preparar uma viagem de carro que vou fazer amanhã à figueira da foz.
Peguei num mapa ibérico q tenho e olhando como nunca tinha olhado pros 2 países representados fiquei assombrado com o q vi. A densidade de rodovias, pequenas, médias e principais de um lado e outro da fronteira é completamente diferente. O espaço português parece um labirinto de linhas de todas as cores que tentam preencher todos os espaços vazios.
Esta densidade explica mt coisa do meu anterior post. Tudo em portugal se encontra misturado. Casas com indústrias, com campos agrícolas, com aeroportos a cruzar estradas, com auto-estradas a rasgar parques naturais, com estradas a correr paralelas com outras estradas. E no caso dos incêndios florestais esta mistura é literalmente explosiva, como infelizmente todos sabemos.
Experimentem fazer o mesmo. Comparem um mapa de estradas da península e vejam as diferenças.

contra os canhões,arder arder

O país a arder...

O país arde mas o q é necessário é salvaguardar as casinhas e as fábricas. Pois é! Uma expressão repetida até à exaustão em todas as reportagens de todos os canais televisivos, rádios e jornais. Pq?
Pq em portugal os senhores autarcas deixam construir em todo o lado sem critério e pq todo o português q se prese gosta de ter uma casinha longe de vizinhos e de outros chatos.

Estas imagens, que agora vemos nas tv, em breve serão de arquivo pq mais uns anos nesta rota e portugal deixará de ter floresta, substituída por quintais, piscinas, estradas, barracos, pavilhões e casas. Mt casas pq a indústria da construção civil precisa de viver e os partidos precisam de financiamento. Aqui e ali vai ser possível ver uma espécie de floresta. Vinda da austrália mas mesmo assim chama-se floresta. Propriedade privada as manchas de eucalipto estão protegidas do fogo a outra deixa-se arder. Ninguém vai mudar isto. Este é o rumo q vamos seguir. Quer queiramos quer não. É fatal e tão certo como a morte. Ainda hoje estive a ver uma fotografia de satélite da península ibérica tirada ontem 4/8/2005. Do lado português, o caos do lado espanhol fogos pontuais e contidos. O clima é igual, a vegetação é semelhante os resultados são dramaticamente diferentes. A diferença tá no povo e no modelo de ordenamento adoptado. Sem ele não pode haver desenvolvimento, mas cá em portugal pensamos no ordenamento como figura de papel. São uns relatórios q a união europeia obriga a fazer pq são uns chatos e só querem dar trabalho. Dp de feitos esses estudos chatos, vão directos pras prateleiras ou, em alguns casos para o wc. Dp de devidamente arquivados todos podemos continuar a vidinha como dantes.
Aproveitemos pois estas imagens de florestas a arder pq estamos já mt perto de deixar de as ver, não por falta de fogo, mas por falta de natureza.

terça-feira, agosto 02, 2005

entidades responsáveis e entidades portuguesas

A scotland yard matou um brasileiro inocente pq o confundiu com um terrorista árabe. O primeiro ministro blair pediu desculpas públicas à família, a polícia inglesa assumiu o erro, foi ao brasil falar com a família e vai atribuir uma indemnização de perto de 1 milhão de euros.
Comparem agora este comportamento com o q se passa em portugal. Os casos multiplicam-se todos os anos. A brisa, a federação portuguesa de futebol, a edp, câmaras municipais, construtores civis, são alguns nomes q me vêm à cabeça qd penso em fugas às responsabilidades em actos q envolveram perda de vidas inocentes e q em alguns casos até foram confirmados em tribunal.
Não é só na economia q estamos na cauda do pelotão.

segunda-feira, agosto 01, 2005

antonio vitorino

O programa notas soltas, antonio vitorino tá a cumprir um bom objectivo: a desmistificação de vitorino como figura de proa da política nacional. O autêntico salvador da pátria q qd pegar no país o levará de volta aos descobrimentos.O que ele vai dizendo e o que disse hoje sobre o terrorismo foi mais uma ajuda nesse sentido. Afirmar q o objectivo final dos grupos islâmicos é o de instituir no planeta um super estado regido pelo corao não me pareceu mt feliz. A defesa débil q mostrou em relação aos elefantes socialistas q aí vêm esteve ao nível da tentativa do jorge coelho na quadratura do círculo. A exposição mediática tem destas coisas... Qd corre bem faz ídolos mas qd corre mal queima carreiras. Por este andar daqui por uns meses ele estará em perfeitas condições para se lançar na corrida presidencial juntamente com os outros 2 marretas...

sábado, julho 30, 2005

a qualidade das águas balneares

Neste como em quase todos os assuntos há 3 soluções:

  1. a do mundo perfeito, utopica;
  2. a do futuro, tecnológica;
  3. a actual cheia de defeitos e alvo de todas as críticas.

Num mundo perfeito a actividade humana não gera poluição logo não é necessário monitorizar as praias pq temos sempre a garantia de q as águas e das areias estão asseguradas.
No futuro próximo irá ser desenvolvido e tornar-se-à corrente a monitorizaçao em contínuo dos parâmetros microbiológicos, físicos e químicos indicadores de poluição, podendo os banhistas ser alertados de imediato mal sejam ultrapassados os limites legais.
No mundo em q vivemos, temos o sistema actual q um simples sistema de controlo de qualidade baseado em amostras pontuais e não um sistema de alerta à população.

Vamos refundar Portugal?

O compromisso deste blog é criar alternativas a este país sem rumo nem futuro.
O objectivo dele é permitir fundar um novo país que germinará sobre as cinzas do Portugal decadente que conhecemos.
As criticas que nele forem sendo colocadas têm sempre de conter, nela própria, algum tipo de solução para os problemas que as originaram.

Fora destes critérios ficam todos os post que forem de expressa opinião pessoal.

terça-feira, julho 26, 2005

- "Construíram-me, porra" - diz o Alqueva ao país

Já percebi pq se vai construir o tgv!
Finalmente, através de uma série de entrevistas que vi ontem na rtpn, a alguns dos intervenientes, percebi definitivamente a razão de ser deste projecto.

Vai-se fazer pq mais 1 vez se pensa prioritariamente nos benefícios do processo da construção e não se avalia realmente e com seriedade o benefício q a economia real do país vai ter com as linhas de alta velocidade.

É horrível assistir a isto vezes sem conta. Foi assim com o alqueva, com vários hospitais, com mt das auto-estradas e com milhares de obras públicas por esse país fora.

O tgv vai ser construído pq a mota engil precisa do dinheiro, pq a efacec quer vender o sistema de controlo e semáforos, pq a siemens quer vender as locomotivas, e por aí fora. Se dp as linhas vão ser viáveis, se vão ser úteis ao país, isso não interessa. Ninguém quer explicar quem irá pagar 20 ou 30 contos pra ir a madrid em 5 horas de comboio, qd pode pagar sensivelmente o mesmo mas chegar em metade do tempo por avião.
A grande verdade é q o tgv quando encarado como alternativa em viagens de média distância como por exemplo a Madrid, a Paris, ou Barcelona, pura e simplesmente não é competitivo face aos aviões, principalmente com o advento das companhias low cost.

O próprio traçado Madrid-Lisboa é ridículo do ponto de vista da procura, pois quem quiser ver uma auto-estrada vazia, a melhor que existe é a que une as duas capitais...
Resta o trajecto Porto-Lisboa, mas mesmo esse é muito duvidoso pois é garantido que o ganho de tempo em relação à solução actual (alfa pendular em obras à 10 anos!) é de apenas 20 a 30 min.

Mas não deixa de ser engraçado ver os vendedores da banha da cobra a inventar justificações e a tentar fazer q os portugueses vejam o tgv como o maior milagre económico logo a seguir à pimenta da índia.

Tem piada e tou convencido q vão conseguir fazê-lo. Tá no sangue dos portugueses este tipo de "investimentos"

quarta-feira, julho 20, 2005

coisas soltas

Hoje o país continua a arder. Quando vejo as imagens e ouço os relatos dos acontecimentos, várias palavras surgem-me como cinzas negras que caem do céu.
Improviso total, improviso dos bombeiros, improviso das populações.
Improviso provocado pela irresponsabilidade de todos.
Caos, caos anunciado, previsto com meses de antecedência, caos fatídico e fatal.
Esperança que depois de tudo arder se aprenda a reconstruir o que se perdeu.
Espero por um país ordenado, onde haja uma enorme separação entre zonas urbanas e zonas rurais.
Espero por um país sem casas espalhadas por todo o lado, casas ao longo das estradas, casas no meio da floresta, casas ilegais no meio de áreas protegidas onde supostamente a prioridade era a natureza.
Espero por uma floresta mediterrânica, rica, auto-regenerada, ordenada pela própria natureza sem eucaliptos, sem resinosas sem cimento.
Espero por um país que não existe.
Espero se calhar pelo pasado ou pela extinção do que existe.

terça-feira, julho 19, 2005

Marques Mendes na Grande Entrevista RTP1

Eis Marques Mendes na sua primeira entrevista no canal público.
Gostava de saber se ele seria contra o TGV e a OTA se por acaso estivesse do lado do poder, se fosse chefe de governo. Penso que é sempre mais fácil ter o discurso racional que ele tem sobre estes 2 assuntos, quando se está descomprometido com os interesses ocultos, que elegem os governos. É giro ser contra o cimento quando se está na oposição.
Aliás, não sei porque fico sempre com a sensação que o PPD/PSD é contra o TGV e a OTA apenas e só pelo desgosto que têm de não serem eles a fazer mais este elefante do regime.
Também gostava que ele conseguisse dizer de 1 vez por todas e um por um, quais são os sectores onde o estado está a mais, e donde deve sair de cena.

quarta-feira, julho 13, 2005

Tudo igual em Portugal

Portugal. País único! Portugal país singular.

Portugal é o país onde a seca extrema tão anunciada e prevista não impede os municipios de regar os jardins, praças e rotundas com água tratada. Noutros países esta é uma das primeiras medidas para poupar o líquido precioso, mas cá não.

Portugal é o país onde as empresas têm pouca capacidade competitiva face à concorrência estrangeira, mas é também o país cujas empresas fornecedoras de energia (petróleo, gás natural e electricidade) mais lucros apresentam, ano após ano. Nos outros países o estado consegue controlar essa ganância inibidora da economia, mas por cá não há esse interesse.

Portugal é o país do improviso, e todos os anos se usa essa capacidade de improviso mesmo no combate aos incêndios florestais, que até têm uma época oficial própria. Ainda ontem vi na tv um comandante de bombeiros que nem sabia ao certo o número de homens que dispunha, nem os respectivos meios terrestres e aéreos. Tinha uma ideia, o que já não era mau de todo, mas números exactos não sabia... Como se pode coordenar o que quer que seja ignorando isto? Só graças ao improviso permanente.

Portugal é o país do esbanjamento. Todos os anos deita fora energia suficiente para suprir metade das suas necessidade anuais em energia electrica (biomassa florestal) que ainda para mais é totalmente auto-sustentável. Na Suécia, os 60 dolares/barril já fizeram com que produção de bio-combustíveis feitos a partir da biomassa esteja já inserida na rede de abastecimento de gasolinas e gasóleos. Por cá, como somos ricos, só usamos petróleo e do bom e o resto deixa-se arder...

Todos conhecemos um vizinho ou amigo de um conhecido que ganha o que ganha mas faz questão de ostentar uma vida muito acima das suas posses. O que eu não sabia é que um país pode também assumir esta imagem e é exactamente essa a ideia que Portugal deixa a quem o vê de fora. É um país em fato de treino roxo, a vaguear por um mega centro comercial e a comprar tudo o que acha que vai meter raiva aos outros, nem que seja a crédito de 72 meses. O que interessa é ostentar, é parecer rico.

Portugal é também o país dos milagres. Das excepções e dos herois, que de vez em quando aparecem e fazem avançar um pouco o nível do país.
O problema é que milagres e herois não acontecem todos os dias e enquanto se espera pelo próximo a tendência natural é degradar tudo o que o anterior estado excepcional de competência realizou.

Portugal é um país que se dá mal com a democracia e a liberdade. Ou melhor só consegue encontrar dois modos de vida, ou totalmente paternalizado com uma ditadura cómoda ou totalmente anárquico com uma democracia irracional.

Falta quem pense, quem planeie, quem trace um rumo e quem crie soluções. O tal heroi, o D. Sebastião.

terça-feira, julho 12, 2005

Guerra dos Mundos

Fui ver hoje.
O filme está bem feito, no estilo inconfundível do Spielberg mas, não vai entrar na história devido essencialmente a um erro de casting: o Tom Cruise não é convincente no papel.
Talvez seja só eu a pensar isto, mas acho que determinados actores de deixam precocemente "agarrar" a determinados papeis e que depois ficam marcados de tal forma por eles que tudo o que saia desse registo se torna "falso". Não é que sejam maus actores é uma questão de imagem.
Neste "guerra dos mundos" o Ray, simplesmente não cola.

economia

Talvez o que se passe em Portugal nos dias de hoje, seja antes de tudo o mais, um problema de oportunismo económico.
Há diversos factores produtivos que influenciam a chamada "produtividade". Desde logo a famosa mão-de-obra, que como todos sabemos, fruto do bombardeamento diário dos media nacionais, é pobre em qualificações e forte em salários reduzidos. Mas há outros factores que se conjugam para a formação dos preços finais das coisas: a energia que eles gastam para serem produzidos, o custo do transporte das matérias primas e dos produtos acabados até nós, as comunicações e o marketing.
Os dois primeiros parecem-me os mais importantes mas há também produtos cuja fatia de marketing é muito superior a todas as outras, estou a lembrar-me por exemplo dos produtos de limpeza por exemplo.

Durante o período em que a edp, a galp, a portugal telecom eram empresas públicas, e o lucro não era o único objectivo, os seus respectivos produtos eram razoavelmente baratos e por consequência, as empresas nacionais conseguiam também produzir coisas mais acessíveis, empurrando um pouco os produtos estrangeiros.

- E então e os salários baixos? Todos nós sabemos que os empresários portugueses jogavam com os salários baixos para competir com os estrangeiros! Era isso que fazia girar a nossa economia -

Era assim e eu não vejo que isso tenha mudado! Voçês vêm?

Sendo assim, a grande mudança que ocorreu insere-se nos outros factores de produção.
A partir do momento em que artificialmente, o estado se desfez dessas empresas, sem criar os seus mecanismos de regulação nem assegurar previamente que a livre concorrência as pudesse regular, o que se passou foi que elas obedecendo à necessidade de fornecerem anualmente lucros avultados aos seus accionistas, tornaram os seus produtos muito mais caros, fazendo sofrer todo o tecido produtivo do país.

Portugal tem assim uma das mais caras electricidades da Europa, um dos maiores custos em telecomunicações da Europa e a gasolina mais cara do continente. Como consequência todos os seus produtos perderam rapidamente a competitividade quer interna, sendo vencidos por qualquer produto importado, quer externa, vendo diminuída a sua possibilidade de exportação.

Foi como se de repente, o estado tivesse aberto a única fonte do deserto, e tivessse entregue a sua exploração, a um empresário com uma doença grave: febre dos lucros. Sem concorrência, e a vender um produto de primeirissima necessidade esse empresário tem mãos livres para decretar o preço que quiser e quem sofre são os consumidores.

Será uma visão errada mas não custa nada pensar nela (por enquanto)

quinta-feira, julho 07, 2005

Fundem o verdadeiro PP

Nesta altura da existência do Portugal democrático parece inacreditável que ainda existam confusões e inexactidões dentro dos principais partidos nacionais. Aproveito este espaço que a própria democracia me providenciou para sugerir aos chefes politicos nacionais um movimento de realinhamento do nosso prisma partidocrático.
Julgo que o actual PPD/PSD é o que vive pior neste momento, por se deparar constantemente com o seu estado de total esquizofernia ideológica. Existem claramente dentro deste partido duas personalidades (facções) distintas às quais se associam claramente os dois grandes grupos de membros do partido. Existem os PPD e os PSD. Ideologicamente não há grandes clivagens como é próprio de um partido neutro, que vive na crista. No entanto existe um modo de actuar completamente diferente entre esses dois grupos que é mais fácil de descrever nomeando as pessoas que pertencem a um e a outro.
São PPDs ilustres: Valentim Loureiro, Santana Lopes, Isaltino Morais, João Jardim e Luis Filipe Menezes.
São PSD brilhantes: Cavaco Silva, Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, Rui Rio e Marcelo Rebelo de Sousa.

Nomeei 5 de cada para ficar em igualdade mas junto a cada um destes nomes podem ser lembrados muitos outros.
O que os distingue entre si?
Essencialmente é o modus.
O primeiro grupo caracteriza-se pelo voluntarismo pessoal e pela proximidade com as massas ou bases como eles gostam de lhes chamar. Não sou só eu que olhando para aquela lista lhe encontro inúmeras semelhanças, pois não?
A segunda lista tem com lema o planeamento e a racionalidade adornado por algum distanciamento que às vezes é essencial quando se tem de decidir bem, mas que quando as coisas se tornam mais duras, se transforma, para estas pessoas, num refúgio de onde só saem por uma porta muito pequena que os refugios costumam ter.

O meu apelo é pois que se separem as águas! Clarifiquem as vossas posições e sigam cada qual o vosso rumo.
Os PPD têm a vantagem de poder atrair logo alguns outros membros ilustres de outros partidos como sejam o Paulo Portas, o Manuel Monteiro e o Adelino Ferreira Torres do CDS/PP (outro partido em crise de identidade) bem como a Fátima Felgueiras, o Mesquita Machado ou o Narciso Miranda do PS (que também urge reformar e clarificar).

A crise do CDS/PP não é tão grave porque só se agravou com a liderança carismática do Paulo Portas. Até essa altura o CDS era um partido de direita cristã à espera de melhores dias até poder despir a capa do centrismo.
Com Paulo Portas, o que parecia ser um partido tranquilo (demasiado tranquilo) sofreu uma metamorfose ou um transformismo e renasceram novas atitudes dentro de vários dos seus membros criando a facção PP.

A crise do PS fica para uma próxima oportunidade...

domingo, junho 26, 2005

Sócrates

Para este primeiro ministro ser eficaz vai ter gerir mt bem a sua imagem. Os últimos políticos de relevo que Portugal teve não souberam ou não quiseram gerir a sua imagem e foi isso que os derrubou e matou para sempre no panorama de futuros escrutinios. Uns deixaram-se afundar pelo estigma da inoquidade e acabaram por acordar no meio de um pantano infestado de mediocridade. Outros cresceram de tal forma viciados na sua própria imagem que naturalmente foram incapazes de se manter afastados das câmaras televisivas e dos microfones o tempo suficiente para 5 minutos de pensamento autónomo, e as consequências foram infelizmente as que todos nós esperavamos.

A Sócrates é fundamental quebrar com este ciclo de ignorância mediática e usar a sua imagem com discrição e bom senso.
Nenhuma figura pública consegue manter durante 4 anos a necessária credibilidade, se todos os dias falar com os media, anunciar medidas, apresentar declarações. É um suicidio pensar que se pode.

Até agora tenho boa impressão do caminho dele mas com o agudizar das tensões entre o governo e as cooperativas de interesses, temo que os media lhe façam o que a outros fizeram e o cerquem com falsas oportunidades de marketing político e ele se acabe por auto-destruir como os antecessores.

Vamos aguardar.

sexta-feira, junho 10, 2005

os 2 Metros

Temos vindo a assistir a sucessivos processos polémicos e extemporãneos de discussão pública e acalorada, sobre os trajectos que o metro do porto deve ou não percorrer. Primeiro foi o metro na Avenida da Boavista e agora o do metro no hospital de São João. O caso da Boavista deu-me muito que pensar até descobrir os verdadeiros motivos da parte que, a meu ver, queria impor a pior solução.
Foi preciso ler um parágrafo, escondido num longo artigo do público para perceber os verdadeiros contornos da tramoia que envolve a súbita colocação do metro, a circular ao longo da avenida. É simples e conta-se telegraficamente. A Imoloc tem direitos de construção nos terrenos da parte poente do parque da cidade. O presidente da câmara foi eleito prometendo à cidade que jamais deixaria construir aí. Cumpriu o prometido mas ficou a faltar o graveto da indemnizacão à empresa. De repente alguém se lembra de uma solução aparentemente genial. Faz-se o metro passar pela Boavista, com esse pretexto, constrói-se um novo viaduto sobre o parque e para viabilizar esse viaduto temos de usar os terrenos da Imoloc. Resumindo a empresa metro do porto, usando o dinheiro de Bruxelas resolve o problema da câmara e do presidente, a empresa fica satisfeita porque recebe o dinheiro e quem se lixa é o parque e quem gosta dele.
Como no início do caso esteve sempre presente a salvação do parque das garras do imobiliário, chega-se a uma solução do tipo o mal menor, trocando habitações de luxo por um maravilhoso viaduto desenhado pelo grande siza vieira, mas que apesar disso não deixará de violar o espaço aéreo e visual da maior área verde da cidade. Esta até agora é a melhor explicação para tanta pressa em decidir um aborto chamado viaduto.Pode nem ser o verdadeiro motivo mas para mim é o único que faz sentido até agora.
Nas últimas semanas tem vindo a aumentar de volume um novo processo, o da passagem do metro no hospital de São João. O que está planeado e aprovado é que ele passe à superfície, no entanto alguns iluminados e atrasados (que só agora olharam para o projecto) pretendem a todo custo enterrar o metro neste troço.
Os pretextos, à semelhança do caso Boavista, são já em número considerável, a segurança dos peões, o caos do trânsito, a perda de lugares de estacionamento, o acesso das ambulâncias e outros. No entanto, e tb à semelhança do caso Boavista, ainda nenhum fez soar na minha cabeça o clique da verdade.
A segurança dos peões cai com a estatística, pois até agora com 2 anos de vida não houve 1 único acidente grave que envolvesse peões e as carruagens do metro. Aliás basta sair do São João em direção ao IPO e atravessar na fantástica passadeira que lá foi colocada para perceber qual é a real ameaça à integridade física dos peões.
O 2º argumento, o do caos, só pode enganar quem não conhece a zona do causa. Se houver um ranking de zonas caóticas na cidade do porto esta tem de aparecer no top 3 e que eu saiba nunca lá existiu nada mais que transportes rodoviários. Aliás para se diminuir o caos que sempre existiu na zona só existe uma solução, retirar o máximo número de carros particulares que para lá afluem diariamente. Isso só se consegue com um transporte público eficaz, prático e regular.
Com o tempo o verdadeiro argumento irá aparecer. Provavelmente envolve questões mais pequenas em dimensão de interesse público e mais fortes em interesses sectoriais. Talvez imobiliários, talvez pessoais ou de grupos com interesses comuns.
Conhecendo o país e a cidade posso para já adivinhar com segurança que dificilmente serão os peões, os utentes do hospital que estão a motivar esta feroz negociação. Só tenho de esperar mais um tempo e ler com atenção todos os parágrafos do público.

... em obras

As obras em portugal são uma obssesão. Foram estas palavras que o investigador
Bordalo e Sá usou pra tentar justificar determinadas obras q s fazem por esse país
fora. Todos conhecem obras cujo objectivo final permanece desconhecido. Vou lembrar
algumas. Os molhes do douro (aos quais se referia Bordalo e Sá), as milhares de
rotundas, o túnel de ceuta e do marques, a nova auto-estrada a29, ruas que se
esburacam para passado pouco tempo tornar a abrir,etc.
Isto acontece pq?
Pq portugal possui um enorme excesso de empresas de construção civil. Empresas que
vivem à custa das obras municipais, regionais e nacionais e que por elas lutam com
unhas e dentes, numa primeira fase criando a fantasia da sua necessidade, dp
concorrendo à sua execução. Com este ciclo vicioso vai-se assistindo ao degradar
da paisagem, do urbanismo, da racionalidade do uso da energia, do desbaratar de
todos os recursos

quarta-feira, março 23, 2005

Freitas do Amaral

A propósito da revanche que o novo ministro está a sofrer dos seus antigos admiradores, há uma coisa que me deixa perplexo. É normal que alguém seja criticado quando erra nos juizos que faz ou que se precipita ao tomar uma posição. O que acho anormal é que se critique alguém que até acertou em tudo o que disse sobre a invasão do Iraque e sobre o Presidente GW Bush.
Parece-me ser já uma opinião generalizada, que a invasão de Bush, nos moldes em que ele a justificou, foi um erro crasso.
Causa-me pois estranheza que numa altura em que até os "Falcões Lusos" como Pacheco Pereira e Luís Delgado, deixaram cair as espadas com que defendiam a administração Bush, apareçam agora os antigos admiradores de Freitas do Amaral a retomar essa sinistra cruzada.
Quem foi que errou? Terá sido Freitas do Amaral ou os que aceitaram acreditar nas mentiras da administração Bush?

quarta-feira, março 16, 2005

Previsão de incêndios florestais

Não chove.
Estamos a atravessar uma seca grave.
Todos os agentes vivos da sociedade portuguesa já mostraram a sua preocupação com a mais que previsivel consequência que a falta de água irá trazer para a próxima época de fogos.
O que é certo é que até hoje, para além da espontaneidade genuina de vários eventos religiosos que foram realizados para pedir que chova, ainda não vi uma única medida, uma acção ou resolução para prevenir a calamidade anunciada.
Que se passa com este país?

Medicamento de venda livre

A associação de revendedores de gasolina e o seu fantástico presidente, aguardam ansiosamente pela liberalização, anunciada pelo novo 1º Ministro, da venda de medicamentos de venda livre noutros locais para além das farmácias.

Os hipermercados aguardam ansiosamente que o governo avance na liberalização de gasolinas nas suas superfícies comerciais.

A coerência é um bem escasso...

segunda-feira, março 14, 2005

Gestão do Território


O território nacional é relativamente pequeno e não fosse o abandalhamento irresponsável a que foi sujeito durante séculos, seria de muito fácil gestão.
Neste momento para o tornar gerível vai ser necessário uma série de choques profundos.
Choque administrativo, choque de propriedade, choque de competência e choque criminal.
O principal problema territorial que Portugal apresenta resume-se à enorme dispersão construtiva que foi sendo permitida pelas câmaras municipais.
Só pode haver boa gestão de recursos de houver antes de mais uma boa aglomeração da população e em Portugal existem poucas aglomerações e muitas habitações dispersas. Dispersas geralmente ao longo das vias de comunicação (estradas).
Este facto faz com que seja duplamente caro, instalar e gerir bens tão essenciais como a água potável, o tratamento das águas residuais, a energia eléctrica, os telefones, a televisão, os serviços postais, os serviços de saúde, as escolas, enfim quase tudo o que dá pelo nome de civilização.
As pessoas viveriam bastante melhor se em vez de lhes ter sido permitido construir casa própria no meio de um monte por onde erradamente se deixou construir uma estrada, lhes tivessem sido criadas as condições para trocar esse terreno, por outro idêntico em valor mas que estivesse dentro da vila ou cidade mais próxima.
Isso nunca passou pela cabeça dos gestores dos concelhos e como consequência desse erro Portugal é hoje em muitos aspectos um país muito mais difícil de gerir.
Por outro lado, o problema óbvio da falta de massa critica suficientemente competente face à população residente leva que de imediato se chegue a uma conclusão inevitável: Existem demasiados concelhos para os recursos humanos do país. Por outras palavras Portugal não tem capacidade humana suficiente para gerir 300 e tal Câmaras Municipais.
Como não tem essa capacidade, teve de entregar algumas (muitas) dessas parcelas de território a pessoas incompetentes, ou em alguns casos a pessoas sem escrúpulos morais mínimos para o cargo que desempenham.
Existe ainda um outro aspecto que muito contribuiu para o caos em que alguns concelhos (quase todos) se transformaram, que é a excessiva dependência que as autarquias têm das contribuições autárquicas. Essa espécie de imposto municipal nunca devia ter sido criada com base em imóveis mais sim em pessoas, uma vez que desta forma foi criada esta regra estúpida: Mais casas=mais receita e é com esta regra que Portugal se está a afundar.
A primeira medida territorial tem de ser então esta: Mais famílias=mais receita e paralelamente tem de ser imposta pelo governo central uma outra regra: nos próximos 20 anos=0 novas construções fora dos perímetros urbanos.
Durante os próximos 20 anos ficariam proibidas quaisquer novas ocupações de solo para efeitos de construção de habitações passando apenas a ser permitidas obras de reconstrução de prédios já existentes.
Por outro lado passando o aumento de receita apenas pela atracção de novos residentes ao seu concelho, os autarcas embarcariam num novo desafio que seria tornarem-se melhores face os seus pares indo esta competição reverter em melhores condições para os seus habitantes.
Essa atracção seria optimizada se no decurso da mesma a família estivesse disposta a trocar uma casa dispersa, por outra dentro da aglomeração mais próxima, tendo nestes casos o Estado a obrigação de incentivar a mudança. Após a mudança os terrenos da anterior habitação revertiam para o Estado e eram repostos na sua forma primitiva.
Administrativamente, torna-se essencial que a escassez de competência dê origem a uma profunda reforma da maneira como se gere regionalmente o país, e essa reforma tem de passar pela governação distrital.
É fundamental criar governos distritais com autonomia em determinadas áreas de carácter regional e se retire poder e competências às actuais câmaras municipais que se mostraram estruturas muito débeis face às pressões de inúmeros grupos de interesses.
Esta medida parte de uma simples análise de probabilidades: sabendo que cada câmara municipal constitui uma potencial porta aberta a fenómenos menos claros de negociação, quanto menos portas menos perigos se corre e mais seguro se torna o sistema.
A visão da nova Lusitânia consagra então aos governos distritais as seguintes funções:
  • Planeamento, elaboração dos concursos públicos e adjudicação de todas as obras públicas que envolvam o distrito.
  • Participação a par com os directores da escolas, na gestão de todo o parque escolar do distrito.
  • Participação a par com os directores na gestão dos hospitais do distrito.
  • Gestão do Serviço de Protecção Civil que passará a existir após a extinção de todos os corpos de bombeiros voluntários e sapadores concelhios. Passa a haver um comando distrital e delegações em cada sede do concelho.
  • Participação a par com os directores do comando policial distrital na gestão das forças policiais.
  • Gestão de todo o sistema de transportes públicos do distrito, privilegiando sempre a aposta na ligação por via ferroviária de todas as sedes dos concelhos (Projecto de cariz Nacional de curto prazo)
O orçamento destes órgãos fundamentais, será assegurado pelas receitas obtidas através do IRS dos cidadãos residentes dentro da sua área de influência.
Ao nível concelhio, os novos órgãos a criar serão fundamentalmente de cariz fiscalizador quer ao nível dos licenciamentos, quer dos recursos naturais (cabendo-lhes a gestão das áreas que existam) e de contacto com as populações, substituindo as actuais freguesias urbanas nesse papel. Para as freguesias remotas, distantes da sede do conselho o estatuto de representantes do poder distrital mantem-se.
Tudo o resto se gere melhor ao nível distrital, recolhendo o estado uma significativa economia de escala se assim o fizer, ao mesmo tempo em que se aumenta o nível de competência e se diminuem as oportunidades de prevaricação.
O objectivo final desta nova forma de gerir o território é gerir racionalmente os recursos e ao mesmo tempo dar às populações um aumento substancial na sua qualidade de vida.
As aglomerações tornar-se-ão mais compactas, os serviços mais eficientes e a paisagem mais harmoniosa. O Estado assume o compromisso de fornecer todos os serviços essenciais nas sedes de Distrito. Aí existirão hospitais completos, tribunais de todas as valências, Escolas de todos os ciclos, protecção civil com total capacidade e policiamento eficaz. Fora das sedes de distrito os serviços serão mais escassos. A população irá perceber esta opção porque é lógica, face a um Estado que foi levado à falência porque optou por um modelo insustentável e irracional de fornecer tudo em todo o lado. 
O campo será de novo campo e o espaço urbano será mais aprazível e mais confortável.
Tudo se tornará mais lógico, mais racional e mais seguro.
A desigualdade entre o litoral e o interior tende a esbater-se quando os serviços disponíveis num e noutro lugar se aproximarem e eles só se aproximarão se for dado este passo de racionalidade.
Actualmente nenhuma empresa de telecomunicações investirá em cobrir com banda larga, por exemplo a cidade de Bragança porque não existem clientes em número suficiente para ela poder ter retorno do seu investimento. A partir do momento em que a dispersão for diminuindo e as pessoas regressarem às vilas e cidades do interior esse tipo de investimento torna-se viável e a qualidade de vida aumenta. O mesmo pode ser dito relativamente a cinemas, teatros, hipermercados, livrarias, etc.
O drama de Portugal é que os políticos tendem a fugir deste assunto porque iria despertar muito descontentamento e retirar-lhes os votos da próxima eleição mas se o assunto for encarado com disciplina, pedagogia e acima de tudo apresentando à população as vantagens da nova organização em vez de dar apenas realce ao que se perde, estou convencido que toda a população irá perceber que todos passarão a viver melhor.
As pessoas convencem-se com exemplos práticos. Vendo com os próprios olhos que esse é o caminho. A partir do momento em que a solução entrar em marcha (poderia começar-se uma experiência piloto, por exemplo), a população vai aderir e então começaremos a mudar verdadeiramente o país.